Capítulo 15

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Os pratos da balança do poder finalmente tinham pesado em favor dela. Tratava-se de uma noite de sexta-feira anterior a um feriado e por isso o posto de gasolina estava abar­rotado de pessoas que pretendiam abastecer os veículos para aproveitar a folga e fazer uma pequena viagem. 

Mui­tos desciam do carro e se dirigiam ao bar de conveniência ou aos toaletes, enquanto aguardavam pela vez. E qualquer um deles poderia notar o "estado" em que Luke se encon­trava, se por acaso ela se distanciasse dele.

Apesar de Louisa também sentir a libido desperta, ado­rou o fato da natureza pesar contra o lado masculino naque­las circunstâncias e tornar a situação embaraçosa para ele. Ela não podia desperdiçar o momento e aproveitar para exercer uma pequena vingança: moveu os quadris contra o volume proeminente para provocá-lo ainda mais e o ouviu praguejar. Então, com a mão que estava livre, agarrou o colarinho da camisa que ele usava e o forçou a inclinar a cabeça.

— Que diabos está fazendo? — Luke protestou.

Ela acariciou o pescoço másculo com o polegar e sabo­reou o doce gosto da vitória.

— Estou mostrando quem é que manda agora, garotão! — ela espicaçou.

Contudo, ao notar o brilho de desafio nos olhos dele, percebeu que cometera um grande erro. Tentou libertar-se, mas ele a puxou mais próximo ainda e se introduziu entre as coxas femininas. Inclinou a cabeça e beliscou com os dentes a curvatura do pescoço delicado até ouvi-la gemer.

— Não faça isso, Luke. Há pessoas nos olhando — as mãos estavam trêmulas enquanto ela tentava afastá-lo. O calor que sentia abaixo do ventre era tão intenso que Louisa teve receio de desmaiar. Não estava mais a fim de brinca­deiras. Devia ter adivinhado que ele não jogava limpo. Ten­tou se libertar mais uma vez e ele a segurou mais firme. Depois sussurrou num ouvido dela:

— Você começou isso e quando chegarmos a Havensmere pretendo finalizar. E até lá espero que faça o que eu digo ou vamos ficar abraçados neste mesmo lugar pelo res­to da noite.

— Não quero ir para Havensmere. Já lhe disse isso. E não acredito que teremos que ficar a noite inteira aqui por causa da sua excitação. É fisicamente impossível que per­dure por tantas horas.

Ele se afastou um pouco para que ela desse uma espiada e revelou:

— Fiquei assim por quase uma semana depois que fize­mos amor naquela noite. Por isso, posso lhe garantir que é fisicamente possível.

Ignorando a reação erótica que aquelas palavras provo­caram, Louisa ficou orgulhosa de saber que o excitava da­quela maneira.

— Vou libertar o seu pulso para que possa me enlaçar com os dois braços — ele a abraçou também e, antes de caminhar, assegurou-se de que a situação estava plenamen­te disfarçada. — E não tente nenhuma gracinha ou prometo que se arrependerá depois.

A maneira como caminhavam era tão ridícula que Loui­sa não conseguiu conter o riso.

— Pode rir o quanto quiser — Luke falou com severida­de. Depois os lábios se curvaram em um sorriso divertido. — Garanto que não achará tanta graça quando estivermos na cama esta noite em Havensmere.

— Já avisei que não vou com você para Havensmere. Mudei de idéia e quero voltar para Londres.

Ele ergueu as sobrancelhas. Porém parecia mais curioso do que aborrecido.

— Louisa, querida. Nós já discutimos a esse respeito, lembra-se? Se vamos perder tempo decidindo as mesmas coisas que já foram decididas, deixaremos de resolver o que é mais importante — depois ele lançou um sorriso tão sensual, que Louisa sentiu o coração quase parar. — O bebê nascerá em menos de seis meses. Não há muito tempo a perder.

Sempre AmorWhere stories live. Discover now