As paredes são preto e branco, minhas cores favoritas.

No final da suíte tem um closet gigante. Na lateral do quarto tem tudo de tecnologia, uma enorme televisão e de frente para ela, uma enorme cama de casal.

Estou tão cansada que a única coisa que tenho vontade agora é de dar um pulo nela e dormir.

Na outra lateral do quarto tem uma porta e eu imagino que seja o banheiro. Uma senhora de cabelos claros sai de lá com roupas de empregada.

- Ah, senhorita Jones. Seja bem-vinda. Eu sou Esther, prazer - Ela estende a mão e eu a aperto. Sou recebida com um sorriso amigável e retribuo.

- Bem, você deve estar cansada da viagem, Licia.  Nós estamos descendo. Quando acordar nós conversamos. Não esquece da reunião de hoje - Ele parece que lê meus pensamentos. Ele se vira para Esther. - Vamos, Esther - Ele acena e sai do quarto.

A primeira coisa que faço é abrir o closet.

Fico impressionada ao ver que todas as minhas roupas já estão lá.

Vou ao banheiro e preparo um banho com água quente. Relaxo alguns minutos na banheira e depois de me enxugar, visto uma camisola qualquer e pulo na enorme cama.

A única imagem que me vem na mente é daqueles lindos olhos verdes que encontrei à pouco tempo. Só não sei porque estou pensando neles.

Acabo sendo levada pelo sono.

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Acordo relaxada, com uma paz enorme pairando no ar e ergo meu corpo.

Pego meu celular e vejo que já são cinco e meia da tarde.

Meu Deus, como dormi! Nem almocei. Isso explica minha barriga roncando.

Em meia hora tem a reunião na empresa. Tenho que me apressar.

Sento na cama e vejo em uma mesinha do lado da cama, uma bandeja com sanduíches e suco de laranja.

Suspiro aliviada e devoro a comida o mais rápido que posso.

Tomo um banho rápido, seco os cabelos, escovo os dentes, coloco meus cabelos de lado, visto uma saia azul escura colada no corpo, uma regata branca e um blazer preto por cima. Passo uma maquiagem leve, pego uma bolsa no closet e vou em direção ao elevador correndo.

Enquanto espero o elevador chegar, checo meu celular e vejo que são seis horas da noite.

Encontro Peter na sala me esperando.

- Desculpe a demora. Dormi demais.

- Tudo bem. Vamos? – Assinto.

Mais uma vez na saída da casa dou de cara com muitos seguranças, muitas motos e muitos carros.

Entro no "meu carro" de acordo com Peter e ele apresenta-me meu motorista, Sullivan. Ele é moreno, forte, com o cabelo raspado e de aparência séria. Apesar disso, quando eu entro, ele abre um sorriso gentil para mim.

Ao chegar, desço do carro e Peter também sai do seu carro que estava atrás do nosso sendo escoltado por outro carro e várias motos.

Ainda não sei o por quê de toda essa proteção.

E então nós entramos na empresa J & C. Ok, um leve nervosismo bate em mim. É uma novidade ser apresentada a várias pessoas depois de tanto tempo. 

Cinquenta por cento da empresa pertence a minha família e os outros cinquenta pertence a família amiga dos nossos pais, os Carter.

Faz tempo que não vejo o senhor e senhora Carter, nem os seus filhos.

Aos oito anos quando eu me mudei para os Estados Unidos para estudar, acabei perdendo o contato com todos. Peter insistiu em ficar e concordou em se mudar caso conseguisse ingressar em uma faculdade dos Estados Unidos. Então ele só ficou longe de casa cerca de uns 4 anos. Eu só voltei para o Brasil uma vez, nas férias de verão, mas já faz muito tempo.

Sei que os Carter têm três filhos e uma filha. Lembro muito bem de Jessie, ela era minha melhor amiga, mas foi difícil manter contato depois que eu me mudei para os Estados Unidos. Inclusive, ela quase se casou há três anos atrás, recebi até o convite, mas foi após a morte dos meus pais e eu ainda não conseguia suportar a ideia de voltar para o Brasil. Até hoje não sei o porquê dela não ter se casado de fato. 

Mas quando Peter voltou para os Estados Unidos nas férias, depois de ir ao casamento de Jessie, que foi cancelado no dia, ele disse que era melhor nem tocar no assunto com ela. Então nunca soube mais de nada.

Sei também o nome dos três filhos: Caleb, Gustavo e Thomas. O último é o mais velho e é dele que eu mais me lembro, talvez seja pela paixonite que eu tive por ele na adolescência, quando eu passei minhas férias de verão no Brasil. Mas quando eu voltei para os EUA, não podia ficar alimentando isso, de todo jeito, não os vi desde então. 

Continuei a manter contato com um amigo, principalmente, com o meu melhor amigo, Alex. 

Entramos na empresa e Peter me dirige à sala de reuniões.

As portas se abrem e os olhares de algumas pessoas voltam-se para mim.

Todos estão acomodados em suas cadeiras ao redor de uma longa mesa.

Peter solta um pigarro e algumas pessoas olham para ele.

Dois morenos que estão na ponta da mesa não prestam atenção e continuam a olhar para alguns papéis.

Uma linda morena dos olhos verdes olha para mim e sorri. Tenho quase certeza de que ela é a filha dos Carter. E falando em Carter...não os vejo aqui.

- Senhoras e senhoras, boa tarde. Desculpem o atraso. Antes de tudo quero apresentá-los a minha irmã, Alicia Jones.

Sorrio para todos e os morenos finalmente levantam as cabeças quando escutam meu primeiro nome.

Meu estômago embrulha e sinto um arrepio passar por todo o meu corpo quando vejo que um dos morenos que não estava prestando atenção é o mesmo que encontrei no aeroporto de manhã. Aqueles cabelos pretos e aqueles olhos verdes me encaram.

Engulo em seco.

Ele seria um dos filhos dos Carter? Thomas? 

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Atração InevitávelWhere stories live. Discover now