Atração Inevitável

Prólogo

Dedico essa história aos meus leitores. Sem vocês eu não estaria aqui. Sem vocês eu não teria forças para continuar.

"As pessoas adoram dizer "Você mudou", mas não se importam em saber se você teve motivos pra mudar."

— Pretty Little Liars.

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O dia está frio em Washington. O céu está cinza, e só agora a chuva deu trégua, mas eu sei que ela logo vai voltar.

Olho por cima do ombro e vejo Peter deitado no sofá, assistindo tv na nossa enorme sala de estar.

Ele percebe que eu estou observando-o e joga uma almofada em mim.

- Seu louco! Eu quase me queimo! - Grito olhando para as minhas mãos que quase foram queimadas pelo chocolate quente dentro de um recipiente sob a boca do fogão.

Ele solta uma gargalhada.

- Tá rindo de quê, seu idiota? O que você faria sem a sua querida irmã que é a única que ainda cozinha para você? - Digo com as mãos na cintura o encarando.

- Sabe que eu te amo, né, irmãzinha? Já tá pronto, ai? Faz dias que eu não bebo do melhor chocolate do mundo. - Ele diz.

Eu sorrio convencida e me viro para o fogão.

Sempre fomos assim...brigando por qualquer coisa, mas acima de tudo, ele é meu melhor amigo, ele é meu irmão e eu conto tudo para ele.

As pessoas estranham por sermos tão próximos, afinal, atualmente, os irmãos nem se falam direito...mas com a gente, sempre foi diferente.

Coloco o chocolate quente em duas canecas e vou em direção a sala.

Eu entrego a caneca sem olhar para ele.

- Vem cá, sua chata! - Ele diz me puxando para um abraço.

- Tá louco? Vai derramar o chocolate. - Tento me soltar dos seus braços mas acabo desistindo e rindo junto com ele.

Peter. O moreno de olhos verdes que as garotas sempre se apaixonam.

Desde de pequeno, ele sempre foi assim, as garotas sempre se encantavam por ele.

Hoje, formado em administração, com vinte e um anos, nada mudou. Sim, sim, algumas coisas mudaram, ele está mais forte e mais bonito, mas as mulheres continuam do mesmo jeito com ele.

Quando eu finalmente consigo tomar um gole do meu chocolate quente, o telefone toca.

Suspiro e me levanto.

- Pode deixar que eu atendo. - Digo.

Ele assente e eu corro ao telefone que fica perto da cozinha.

- Alô?

- É da residência dos Jones? - Diz uma voz masculina.

- Sim, porque? - Pergunto.

- Lamento informar, mas o Sr. e a Sra. Jones sofreram um acidente de carro e não sobreviveram. - O homem diz.

- O quê? Não pode... - Grito e Peter olha para mim.

Levo uma mão á boca e as lágrimas começam a cair.

- Eu sinto mui... - O homem fala no telefone mas eu deixo o telefone cair antes dele completar a frase.

Só sinto Peter se aproximar de mim e pegar o telefone. Eu me encosto na parede e deslizo por ela enquanto as lágrimas caem desesperadamente.

Eu grito, frustada.

Só consigo sentir dor.

Meus pais se foram. É a única coisa que consigo pensar.

Sinto os braços de Peter me pegando e me colocando em seu colo e escuto seu sussuro:

- Nós vamos sair daqui, Alicia, eu prometo. Tudo isso vai passar... - Sua voz vai ficando cada vez mais longe e eu sou tomada pela inconsciência.