Q U A R E N T A

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                       Juan

Entro na floresta e continuo a minha caminhada, a todo momento olhando para os lados, em alerta para qualquer possível imprevisto, enquanto caminho sinto alguém me cutucar, olho para trás imediatamente.

-Juan, e se tiver algum bicho aqui na floresta?-Bianca diz assustada.

-O máximo que pode ter é um leão, crocodilo, leoa, enfim, alguns bichos que podem nos comer com uma única mordida só - digo sério.

-O que eu não faço pela Gaby- ela diz sussurrando mais assustada ainda.

-Estou brincando, aqui é inofensivo, essa floresta é pequena- digo rindo.

-Nunca mais brinque assim-ela diz me dando um tapa no braço.

Continuamos caminhando e conforme íamos entrando na floresta mais ficava escuro a nossa volta, pego celular e ligo a tela só para podermos ver um pouco o que estava acontecendo ao nosso redor, a lanterna do celular tinha uma luz forte demais e chamaria muita atenção.

Depois de alguns minutos caminhando nos deparamos com uma cabana, era toda de madeira, era bem pequena, na frente tinha uma porta fechada. Caminhamos em volta da cabana e não tinha nenhuma janela, provavelmente não deveria ser uma cabana habitável para moradia.

-Chegamos - digo sussurrando no ouvido da Bianca .

-E agora?- ela pergunta também susurrando.

-Preciso que você fique aqui- digo firme.

-Não quero- ela diz teimosa.

-Eu não vou dar conta de ter que proteger a Gaby e ainda você , eu não sei o que me espera lá dentro- digo firme.

-Por isso mesmo tenho que ir com você - ela insiste.

-Por favor, fique aqui, você pode acabar me atraplhando- digo olhando nos seus olhos o mais sério que posso.

Não espero a resposta dela, na frente da casinha tinham três degraus, subo bem devagar, para não fazer barulho, quando chego em frente a porta meu coração pulsa com a adrenalina.

Abro a porta bem lentamente, enquanto ela faz um rangido baixo, droga, me ouviriam, quem quer que fosse, quando finalmente entro, olho em volta do cômodo, não tinha ninguém nele.

Ando por esse cômodo pequeno, sem móvel algum, com as paredes  brancas, me deparo com outra porta, caminho até ela colocando meu ouvidos nela com esperança de ouvir alguém.

-Descansou bem? Hoje você será minha novamente- ouço a voz de um homem.

-Nunca mais serei sua-uma mulher responde baixo.

Meu coração gela com essas palavras, não só com as palavras mas com a voz que as pronunciou, Gaby estava lá dentro agora tenho certeza disso.

-Ainda bem que você está de vestido, facilita meu trabalho- a voz do homem diz.

-Não encosta em mim- ela diz.

Nesse momento posso sentir o terror na sua voz e antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, dei um chute mais forte que eu pude na porta, em seguida dei outro ainda mais forte.

A porta abriu e eu entrei rapidamente, meus olhos foram diretamente para a Gaby, deitada no chão, aparentemente fraca, com os cabelos bagunçados e olheiras profundas, ela me olhou com uma expressão triste, como se estivesse me pedindo socorro, após isso olhei para o sujeito, bem arrumado, com calça jeans, blusa de manga vermelha, aparentemente novo, com uma boa aparência.

-Hora, hora, se não é o seu ex namoradinho- o sujeito diz debochado me olhando.

-Ex namoradinho é você -Gaby diz com raiva.

-HAHAHAHA, minha namorada sempre bem humorada- o homem diz.

-Quem é você ? O que fez com ela ?- digo cheio de raiva.

-O que eu gostaria mesmo de fazer não deu, você me atrapalhou, agora se não se importa, suma daqui, preciso terminar o que comecei - ele diz para mim.

Suas palavras me despertam uma raiva que eu nunca pensei que fosse capaz de sentir quando me deparei já estava em cima dele com as mãos no seu pescoço, enforcando-o com toda minha força.

O sujeito a minha frente estava ficando sem ar enquanto eu o enforcava, com toda minha força.

-Juan, você não é um assassino- Gaby diz baixo.

Em questões de segundo a olho, ela estava com os olhos cheios de lágrimas observando toda aquela cena, momentaneamente esqueci que ela estava ali.

Voltei meu olhar para ele quando conseguiu sair das minhas mãos no segundo que olhei para a Gaby, apontando uma arma que tinha pego na cintura dele para mim.

-Além de ficar em casa preferiu vir aqui, despreparado achando que pode contra mim, prefere ser um herói morto do que perder ela para mim? - o homem dizia com um sorriso frio nos lábios.

-Pode fazer o que quiser comigo.. só solte-a - eu digo desesperado.

-Qual a graça de ter sua cabeça sem tê-la? Isso não faz sentido algum - ele diz dando dois passos para frente e imediatamente eu me afastei.

-David, é a mim que você quer, não faça nada com ele -Gaby diz .

Por um momento David ficou olhando dela para mim e o sorriso que estava no seu rostos minutos antes sumiu .

-Que cena linda, os pombinhos se sacrificando um pelo outro, pena que só um que vai sair daqui vivo, com certeza não será você- ele diz apontando a arma para mim.

-David, me tenha, sou sua, só não faça nada com ele, por favor, ele não tem nada a ver com a história, é a mim que você quer- Gaby insiste.

-Qual a graça de te ter sabendo que existem ex seu vivo? Ele tem sim tudo a ver com a historia, se ele não tivesse no meu caminho ainda estaríamos juntos e felizes, como sempre fomos - o homem diz.

Corro em direção a ele no momento que ele se distrai olhando para Gaby, enquanto pronúncia essas palavras, paro no caminho petrificado quando ouço um barulho alto de disparo.






Quando menos esperamosWhere stories live. Discover now