T R I N T A E S E T E

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                            Gaby

Após subir meu prédio para meu apartamento, deito na minha cama pensando sobre tudo que aconteceu, não pude deixar de sorrir ao lembrar de como eu sentia falta do calor que só o Juan tem.

Ele despertava meu lado mais safado e não cansava de transar com ele.

"Mora comigo"?

Essas duas palavras juntas em uma pergunta causaram um turbilhão de emoções, fiquei feliz em saber que ele realmente gostava de mim mas morar junto agora parecia tão errado.

Após sair de casa com 18 anos se não fosse pela Bianca teria que aturar minha mãe me perturbando e dizendo " eu te avisei" o tempo todo, eu prometi para mim mesma que não iria morar com alguém com pouco tempo de relacionamento.

Na verdade, nem sabia ao certo o que eu e Juan tínhamos, acabamos de "voltar", ao que tínhamos antes de "terminar", morar com ele agora parecia cedo demais.

Após um tempo minha barriga ronca com fome, como não estava com vontade de fazer o almoço e nem em casa a Bianca estava resolvi ir para rua procurar algum lugar para almoçar.

Saio do meu prédio, com aquela sensação de ser seguida que eu não tinha há dias e digo para mim mesma que deve ser coisa da minha cabeça por eu estar sozinha.

Os passos atrás de mim vão ficando mais altos, automaticamente apresso os meus sem olhar para trás e antes que eu consiga olhar para trás sinto alguém colocando um pano no meu nariz e boca.

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Acordo em um quarto escuro, estava todo trancado e não tinha nenhuma janela.

Começo a relembrar o que aconteceu e tudo faz sentido, as mensagens, a sensação de ser perseguida e agora esse lugar.

Continuo olhando por todo local com esperança de encontrar alguma brecha para fugir dali, estava com medo, na verdade morrendo de medo e só conseguia pensar no Juan, como de um dia para outro uma noite tão boa como ele foi se tornar nesse pesadelo de hoje?

O quarto era todo branco, parecia até uma sala de um hospital psiquiátrico, era pequeno e não tinha nenhum móvel ou qualquer coisa nele, havia apenas uma porta que agora estava trancada.

Meus pensamentos são interrompidos quando ouço passos se aproximando, meu coração acelera as batidas, fico pensando no que fazer para prorrogar mais o que poderia acontecer, será uma boa ideia fingir que estou dormindo? Mas até quando eu fingiria isso? Uma hora teria que encarar essa situação.

Alguém gira a maçaneta da porta bem na minha frente e nesse momento eu sinto que meu coração vai pular pela boca .

Passam-se segundos que mais parecem anos até que finalmente a porta se abre monstrando aquela figura, eu conhecia bem cada detalhe daquele corpo e mesmo com medo de todas ameaças que ele já me fez um dia , não esperava estar passando por isso, eu subestimei suas palavras e agora estava pagando caro por isso.

David para bem na minha frente, com um olhar frio e fecha a porta bem atrás de nós, me encarando com a testa franzida e sério.

-Parece que agora somos só eu e você - ele disse.

-David, o que fará comigo?

Pergunto cheio de medo na voz enquanto ele esboçava um sorriso frio, olhando por todo meu corpo com desejo

-Eu te disse que se você não for minha , não será de mais ninguém-ele repete aquela frase que me assombrou por dias.

*Flashback on

-Voce é tão maravilhosa- David dizia.

-Sao só seus olhos - eu respondo.

-Infelismente não são só meus olhos mas os olhos de muitos caras por aí, eles também veem isso- ele diz.

-Pouca me importa o que esses caras acham, estou com você !-digo

-Sim, as vezes tenho vontade de te guardar em uma caixinha para ninguém mais te ter, só eu - ele diz me beijando.

*Flashback off

Eu subestimei o David, tudo que ele me falou durante o relacionamento referente a possessão eu deixei de lado, ignorei, como se não fosse nada demais, como se fosse normal, como eu pude deixar isso ir tão longe ?

-Lembra que eu dizia que queria te prender em uma caixinha só para mim, então, aqui estamos.

Ele diz como se tivesse acabado de ler minha mente, se aproximando devagar enquanto eu levanto do chão e fico frente a frente com ele, seu olhar era frio, vazio, não parecia o David que eu conhecia ou pelo menos achava conhecer.

-O que fará comigo?- digo firme.

Ele se aproxima ainda mais alisando com seu dedo indicador a lateral do meu rosto bem devagar, seu toque me desperta nojo mas tenho que manter a calma.

-Nada que você já não esteja acostumada- ele diz.

Nesse momento meu coração volta a bater acelerado, o medo me consome, precisava arrumar um jeito de sair dali.

-Por favor, me deixe sair daqui- eu imploro.

-Por que eu deveria?- ele diz abrindo ainda mais seu sorriso perverso.

-Porque você é novo, bonito, tem uma carreira brilhante, não quer estragar sua vida por minha causa- eu digo .

-Se eu sou tudo isso que você diz por que não ficou comigo?- ele pergunta

Dessa vez seus olhos estavam repletos de ódios, me observando atentamente.

-Voce vai encontrar alguém que te ame do jeito que você é- digo apelativa.

-Mas eu não quero alguém, eu quero voce- ele diz sorrindo novamente.

-Se me deixar aqui, alguém vai sentir minha falta uma hora e você não quer estragar sua vida- digo .

-Voce está se referindo a qual dos dois ?- ele pergunta.

-Nao entendi- respondo aflita.

-Qual dos seus namorados vão sentir mais sua falta? Ou será que você vai sentir falta deles ?-ele pergunta se divertindo.

-David, por favor, não faca nada com eles, não é a mim que você quer? Então, estou aqui, pense bem, não estrague sua vida - imploro.

-Voce já estragou quando decidiu me abandonar e agora é minha vez de cumprir com a promessa que te fiz, se você não for minha, não será de mais ninguém.

Ele diz e sai do comodo rapidamente, antes que eu possa responder qualquer coisa, trancando a porta atras dele e me deixando sozinha, apenas com suas palavras na mente.

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E agora gente ? O que vocês acham que vai acontecer ? Aguardem os próximos capítulos !!!
Estamos chegando na reta final, daqui a poucos capítulos acabaremos.
Muito obrigada as minhas fiéis leitoras, que lêem, comentam, dão estrelinhas, me seguem, enfim, que participaram de alguma forma desse livro.
Vocês são essenciais para que eu continue escrevendo, obrigada por todo apoio.

Quando menos esperamosWhere stories live. Discover now