- Não tenho ideia. - Respondeu curioso.

- Eles significam pureza e são símbolos do amor eterno.

Jungkook sorriu, soltando a mão de Jimin e indo até a banca de flores. Voltou logo em seguida com um ramalhete cheio das flores preferidas do outro.

- São para você.

- Ah, Jungkook. Não precisava. São lindos! - Agradeceu, tomando o buquê de suas mãos.

- Não mais do que você. - Jungkook viu as bochechas de Jimin se avermelharem e beijou os lábios cheinhos quando o dono deles sorriu, fechando os olhos até formarem dois risquinhos.

- Sabe, quando nos mudamos para os Estados Unidos, meu pai abriu uma floricultura para a minha mãe. Ela tinha o dedo verde, tudo o que ela tocava florescia. Começou com uma pequena loja, fazendo arranjos e buquês para noivas. Eles eram tão bonitos que começaram a ganhar fama pela cidade.

- É mesmo? É por isso que você gosta tanto de flores? Elas lembram a sua mãe.

- Sim, é isso mesmo. Ela ficava tão feliz quando via as igrejas, capelas e salões de festas cheios de seus arranjos. Ela ficava muito orgulhosa. Era tão bonito de se ver...

- Imagino.

- E tem mais. O mais bonito dessa história toda era quando as decorações precisavam ser trocadas. As igrejas pediam que as flores fossem trocadas a cada 2 ou 3 dias. Quando esse tempo passava, minha mãe recolhia tudo com muito cuidado, levava para a sua floricultura e fazia novos arranjos, buquês e até coroas. Depois, tudo era levado para asilos da cidade. Minha mãe fazia questão de dar pessoalmente cada um deles para os velhinhos tão debilitados e muitas vezes, abandonados. Pode parecer até bobagem, mas aquilo trazia um pouquinho de alegria para eles. Transformava o ambiente típico de "hospital", enchendo-o de cores e perfumes.  Eu ajudava sempre que tinha um tempo livre. Era gratificante ver aqueles sorrisos, tudo por causa de um gesto tão simples.

- Que coisa linda, Jimin.

- Sim. Ela tinha um coração de ouro. - Disse emocionado. - Então, a dois anos atrás tudo terminou quando meus pais sofreram um acidente de carro. Meu pai tinha ido buscar minha mãe em um salão que ela tinha decorado e chovia muito nesse dia. Meu pai perdeu o controle em uma curva fechada e o veículo caiu de um barranco.

Jimin virou de costas e Jungkook sabia que era para esconder as lágrimas que escorriam pelo seu belo rosto. O moreno o puxou para um abraço apertado, deixando que ele apoiasse a cabeça em seu peito.

- Tenho certeza que eles estão olhando por você lá de cima, orgulhosos do filho que criaram.

- Tomara. - Disse se desencostando do corpo maior e enxugando as lágrimas com as mãos. - Eu era filho único e minha mãe sempre quis que eu me casasse e formasse uma família. Mesmo quando descobriu que eu era gay, ela não deixou de torcer para que eu encontrasse alguém que me fizesse feliz. Dizia que faria questão de decorar a igreja quando eu me casasse e que meu buquê iria ser de feito de lírios brancos, pois na visão dela eu era o ser mais puro desse mundo. - Jimin riu com a lembrança - Mas não tive tempo de realizar esse sonho dela.

- E você pensa em se casar?

- Claro, eu sou um romântico convicto. Mas as coisas andam tão corridas na minha vida que eu não tenho nem tempo de arrumar um namorado, quanto mais pensar em me casar. Mas quem sabe um dia...

Jungkook o olhou carinhosamente. Era fato, Jimin era muito precioso. E saber de todos esses detalhes da vida dele o fez ficar ainda mais encantador. O moreno levou uma das mãos até o rosto do outro, fazendo um carinho leve em sua bochecha rosada e macia. Jimin fechou os olhos, embriagado com toque.

Las Vegas (Jikook) | ConcluídaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora