Capítulo 51 - Lucas

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O dia já está clareando. Liguei para a polícia do aeroporto e agora estou correndo na rua da casa do Judy. Vejo os carros se aproximarem e pararem na frente da casa. Uma garota que conheço muito bem desce de um dos carros.

- Alissa? O que você...

- Vim passar as festas de fim de ano aqui - ela está mais gordinha - estava na delegacia quando vi que o chamado era pra cá, eu presumi que algo tivesse acontecendo com a tia Angelica.

Ouvimos um barulho lá dentro.

- Agora, agora - grita um policial baixinho e corre para casa, a porta está aberta.

- Fica aqui Lucas - ela fala e corre também.

Estou inquieto, tento me concentrar mais aí ouço o tiro.

- Ah não...Judy!

Corro para dentro da casa, lágrimas já despontam de meus olhos. Quando entro, vejo a dona Angelica com a arma na mão, a Alissa a segura. Tentam me impedir de passar, mas empurro todos e chego ao quarto.

Ele está lá, no chão, ensanguentado e ferido, o olho inchado. Há alguns anos ele estava assim também. É a segunda vez que o encontro assim dentro de sua casa.
Me ajoelho perto dele e coloco sua cabeça em meu colo.

- Você tá salvo agora - falo - não se preocupa.

Ele me olha, os olhinhos brilhando.

- Estou sonhando?

Eu sorrio para ele.

- Se isso é um sonho, é um sonho bem real.

Ele sorri para mim e desmaia.

Seguro o corpo dele em meus braços e o carrego para fora da casa. Tentam me impedir, dizendo que eu não posso toca-lo, mas eu só quero estar perto dele. Há alguns anos, quando eu carregava ele para fora da sua casa, foi ali, naquele dia que descobri que o amava de verdade, e hoje, anos depois estou aqui novamente, e redescobri que o amo mais que tudo. Foi preciso anos para eu enxergar isso?

Coloco o seu corpo lentamente na maca da ambulância. Os médicos arrumam os materiais e fico ali parado.

- Obrigado Lucas - fala alguém atrás de mim.

- Dona Angelica - falo dando um abraço leve.

- Não tive tempo de nada, só de correr e pegar a arma...

- Liguei para a polícia do aeroporto e o meu pai tá vindo também.

- E você Lucas? Onde vai ficar?

- Pretendo ficar no hospital com a senhora, não quero me afastar do Judy nunca mais...depois vou para casa da minha mãe. Tô com saudades, fiz errado com ela, fiz errado com todos.

Ela sorri para mim.

- Que bom que você voltou.

Sorrio também. Estou de volta ao lar.

O Destino do Amor - LIVRO 3 (Romance Gay)- CONCLUÍDO Where stories live. Discover now