Capítulo 22 - Lucas

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A aula foi bem chata hoje. Muitas coisas giram em minha cabeça. Estou 0 concentração. Quando chego no restaurante o Cameron não está aqui hoje. Alguma coisa aconteceu.

O movimento tá fraco e Michelle arruma algumas mesas.

- Miche - falo - preciso de uma ajuda sua.

- Não vou ficar até tarde, não tá. Tem apresentação do Michael na creche.

- Não é isso...o Dean...

Dean é o ex marido da Michelle, e sei que ele mexe com coisas de dinheiro, tráfico...ele é líder de uma gangue daqui de NY.

Ela vira e me olha fixamente.

- Não se meta com o Dean.

- Me escuta por favor - seguro seu rosto - Eu preciso de um empréstimo.

- Sem condições. Com o Dean não. Você sabe a dificuldade que foi eu sair da vida daquele homem? - ela senta em uma das mesas - ele me batia, me machucava...era um amor doentio, sem contar as reuniões da gangue dele na minha casa....a única coisa boa que ele me deu foi o Michael.

Ela vira para a janela.

- Não se mete com ele...por favor.

- Michelle...

- Sem mas, Lucas....ele cobra, e cobra caro.

Aperto sua mão.

- Por favor Michelle....eu preciso. Tenho que pagar as contas...a pensão. Tenho que comer. Só me diga onde encontra-lo...só isso.

Michelle derrama uma lágrima.

- Por favor.

Ela me olha furiosa e se levanta.

- Depois não diga que não te avisei - fala anotando um endereço em um guardanapo e me entregando.

Ela volta a arrumar as mesas e aperto o papel na mão.

*

O bairro do Brooklyn é bem escuro a noite. Ando a passos rápidos. Um "branquelo" em um bairro de negros a noite não é uma coisa muito boa. Chego em um pequeno prédio de tijolos todo pichado. Bato na porta.

- Olá - eu falo.

Olho para trás, na rua não tem grande movimento. O medo começa a me invadir. Me preparo para bater de novo na porta quando ela abre.

Um cara negro bem alto e com braços da grossura de um pneu está lá parado.

- Bateu na porta errada oh branquinho - ele fala com a voz que parece um trovão - quer brincar é? - olho uma arma em seu quadril.

- Desculpa...eu sou amigo da Michelle...

- Aaahh amigo dela....eu amo aquela mulher cara...pena que as coisas chegaram onde estão. Tô arrependido.

Não sei o que falar.

- Então cara - falo - eu tô duro esse mês, precisando de um dinheiro....

- Ah negócios. Entra cara...vamos conversar - ele ri maliciosamente, pega meu braço e me puxa para dentro da casa.

O Destino do Amor - LIVRO 3 (Romance Gay)- CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora