O Destino do Amor - LIVRO 3 (Romance Gay)- CONCLUÍDO

Capítulo 8 - Lucas

Depois de pegar o metrô e um ônibus, chego em casa. Ou melhor dizendo, o que eu chamo de casa. Moro em um prédio pequeno de 3 andares gerenciado pela Sra. Manson. Tem 6 apartamentos e nada mais. Quando chego no meu andar, Lee está saindo.

- Lessons...voltando de mais um dia cansativo?

- Sempre Lee e você...saindo tão tarde?

- Consegui um emprego, em um bar.

- Que bom, e fica onde?

- Lá para os lados do Queens...não posso negar emprego, pessoas como eu sempre encontram dificuldades.

Lee é trans. Quando vim para cá ele já morava aqui. Ele nasceu menina, hoje é menino. Ele me contou um pouco de sua história. Seu nome era Lilian e ele é do Texas. Seus pais não aceitaram e ele viu uma oportunidade aqui.

- Bem eu tenho que ir - ele fala - conheci um cara bonitinho hoje no metrô, ele ficou assustado comigo, por causa das tatuagens e dos piercings...ele até deixou a carteira cair...amanhã vou pegar o trem no mesmo horário pra devolver.

- Você não perde uma oportunidade não é Lee.

- Nunca meu querido - fala e saí rindo.

Abro a porta e encontro tudo escuro e bagunçado. É muito pequeno aqui. Tem uma saleta apertada, um quarto pequeno e uma cozinha que quase não me cabe...e um maldito banheiro que eu entro de lado de tão pequeno.

Jogo a sacola de comida que trouxe do restaurante no sofá. Tirar a camisa depois de um dia como o de hoje é prazeroso. Vou logo para o banheiro. Tenho 21 anos, mas pareço um cara de 35. Meu cabelo está comprido e mal cuidado, minha barba está por fazer. Como o Cameron enxerga algo bonito em mim?

Tiro o resto da roupa e entro debaixo do chuveiro que bate no meu peito. Tenho que me abaixar para tomar banho. A água está congelante.

Depois do banho, como rápido e vou direto para a cama, tenho que acordar cedo para faculdade. Estou cursando Literatura. Eu sempre senti prazer ao ler e com livros.

Deitado na cama, penso em tudo que já tive. Carro, dinheiro, uma boa vida. Olho para o que tenho agora. Alguns móveis, um trabalho onde não ganho muito, mas é meu. Eu conquistei. Muitos do móveis daqui ainda não foram nem pagos, mas são meus e vou pagar todos...acredito nisso. Coloco a cabeça no travesseiro, pensando que dias melhores vão chegar.