capítulo 7

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  — Quem ? Oh,está bem sei que há pessoas, mas...

  —  Mas nada. Tens alguma coisa para fazer na noite de 30 de novembro?

  — Não, acho que não — suspirou Sofia.

— Então, fico à tua espera na festa e não há mais discussões. Com quem queres que fale toda noite na casa de Anabela? Sabes que vai estar cheia de gente que Londres, vou sentir-me como um peixe fora d'água.

— Que exagerada! — Sofia riu — Tu nunca te sentes como um peixe fora d'água. És capaz de falar com qualquer um, de qualquer coisa mesmo que não saibas nada do assunto. Porque é que achas que és tão boa a vender casas? Podes convencer alguém que tem cinco casas que comprar a sexta é prioritário, então vens?

— O que estão a celebrar, exatamente? — Inquiriu Sofia, sem ceder, é um quanto levantavam da mesa. E olhou para a louça suja amontoada do lava-louça e decidiu deixá-la para o dia seguinte.

— A habitual excitação antes do Natal — replicou Cat. — Uma ocasião para que  Anabela e suas amigas mostrem os seus fantásticos vestidos às raparigas provinciais que nós somos.

— Oh, está bem. Parece o mesmo tipo de festa a que tenho vontade de assistir.

— A do ano passado não foi assim tão má. — comentou Cat, enquanto preparava o café. — Teve champanhe em quantidade e eu bebi o suficiente para durar os doze meses do ano, parece-me que também é para dar as boas-vindas ao novo rapaz da zona.

— Novo rapaz?

— O divino Gregory Wallace. Já sabes o que te mostrou a sua Cabana.

   Sofia ruborizou-se e desejou que a sua amiga não olhasse para ela com uma expressão de pergunta sem respostas.

— Outro motivo para não ir à festa.

— A sério? Importavas-te de me explicar o porquê?

   Na realidade, importava-se, pois hoje não era capaz de explicá-lo a sí mesma.

— Não gostei dele — replicou, com  linguidez hipócrita. — É demasiado parecido com Alan.

— Não é nada parecido. O que têm em comum é o dinheiro, mas as semelhanças acabam aí. Alan, se não se não te importas que fale do teu ex-marido, estava apaixonado por si própri. Pensava que era o Rei do mundo, e que tudo girava à sua volta. Não perdia um minuto com ninguém que não o elogiasse ou que não tivesse algo para lhe oferecer.

— E o Wallace é diferente? — Inquiriu Sofia, amargamente consciente de que as críticas a Alan eram acertadas, mas que ainda a magoavam.

— Vem e descobre-o, por outro lado... — Catarina olhou longamente para sua amiga. —...poderia interpretar mal a tua atitude.

— O quê?

  — Bom, já sabes como as coisas são. Ele poderia pensar que tem um efeito excessivo em ti, se não te comportares as com indiferença.

《Aquilo foi um golpe baixo》, pensou Sofia, mais tarde enquanto se despia para se meter na cama. Como poderia rebater o comentário da sua perspicaz amiga? Enfurecia-a que Gregory Wallace chegasse a pensar que ela estaria interessada nele, e o homem era demasiado atraente para não pensar, se ela não atuasse com normalidade.
   E, por aquele motivo, na tarde de trinta de novembro, Sofia encontrou-se no seu quarto a olhar desconsolada para os poucos vestidos  que conservara do período do seu casamento. A maior parte de sua roupa frívola, ela tinha-a metido em malas no sótão quando ainda sentia a fúria e a roupa tinha sido esquecida.
    Jade estava deitada na cama, vestida com uma camisa de dormir antiga, cor creme, e contemplava cada vestido com um olhar crítico.
     Apontou para um vestido preto decotado, tão pequeno que podia caber numa caixa de pó de arroz e a sua mãe fez um gesto negativo:

— Demasiado pequeno — comentou e as duas riram. — E este? — perguntou a olhar para sua filha e e colocando diante de si um vestido verde, comprido e menos provocativo do que o os outros.

— Aborrecido — escrevendo Jade no papel. — experimenta-o — e afirmou: —  gosto de ti, mamã — e desenhou corações e beijos que se transformaram em flores, enquanto a Sofia pensava que o que a sua filha achava aborrecido estaria bem para ela.
    Pelo menos não cheirava a fechado. Tinha levado alguns vestidos à lavandaria. Anabela e as outras já a consideravam suficiente maluca para que ainda ainda por cima  fosse a festa a cheirar a mofo.
   Vestiu o vestido sem se olhar no espelho e sentou-se diante do toucador, a pensar no que iria fazer com o cabelo. Jade sentou-se ao seu lado e a sua mãe reconheceu o brilho nos seus olhos. Começava  operação cabeleireiro, um dos jogos favoritos da sua filha. Pacientemente, deixou escovar o cabelo e tentou não gemer quando os pequenos dedos encontraram nós no cabelo. Oxalá se tivesse decidido cortar o cabelo, mas, por algum motivo, sempre tivera pena.
    Depois de um quarto de hora, levantou os polegares em sinal de triunfo para que a sua filha parasse, embora o seu cabelo apresentasse o mesmo aspecto do que o anteriormente, uma massa de caracóis indisciplinados.
    Depois maquilhou-se, estranhando que os produtos não estivessem estragados. Quando, por fim, se inclinou para trás para olhar, teve que reconhecer que não estava mal, embora se sentisse como a Sofia Breakwell de anos atrás, a rapariga do homem que fora o melhor partido do seu círculo social, uma jovem cuja beleza tinha sido mais elogiada que a sua inteligência.

— Uau! — Exclamou Cat, ao vê-la, enquanto Sofia suspirava.

— É culpa de Jade — declarou, e agarrou na sua malinha de festa, que era ridiculamente pequena. — Foi ela quem escolheu o vestido e arranjou o cabelo — e virou-se para Ann Warner que morava a poucos quarteirões da sua casa. — Não mostra sinais de cansaço — Jade, colocada a ela, sorriu, embora não tivesse ouvido o comentário.

— Voltarei antes da meia-noite — declarou.

— Não te preocupes que Jade e eu vamos divertir-nos muito.

— Pois é — comentou Catarina, enquanto se dirigiam para o carro, apertando os casacos contra o corpo para se protegerem do frio intenso. — Vais ficar sossegada, vais divertir-te e vais ser a sensação da festa.

— É uma ordem? — inquiriu Sofia, entrando no carro da sua amiga.

— Sem dúvida.

— Nesse caso, querida, devo lembrar-te que detesto obedecer a ordens.

O Atraente Milionário Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz