capítulo 6

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--- Há quanto tempo é que moras aqui?

--- há muito tempo --- bebeu da chávena de chá desfrutando do calor e desejou que abandonasse aquele tema de conversa ou teria que ser ela a pará-lo. Era óbvio que não estava interessado nela como mulher, mas estava interessado e ela não tinha vontade de fazer confidências sobre a sua vida privada.
--- Isso esclarece tudo.
Sofia não respondeu.

--- Não pretende morar aqui para sempre, pois não?--- inquiriu sem desculpas pela sua reserva.

--- Pode ser que o faça --- foi a resposta de Gregory. --- Porque, não te te parece boa ideia?
Sofia encolheu os ombros.

--- Pode fazer o que te apetecer, mas francamente não acho que esta povoação seja adequada para uma pessoa como tu --- frase que soou aos seus próprios ouvidos mais impertinente do que pretendia. Pela sua expressão podia ver se que ele também não gostara do seu comentário.
Mas porque é que deveria dissimular o que sabia? Os homens como Gregory, como Alan não tinham sido feitos para lugares calmos e aborrecidos. Alan acompanhara-a três vezes a Ashdown e detestara.

--- Isto é como morar no cemitério --- comentara. Deitada na cama ao lado dele, cheia de energia e da surpresa da sua nova vida em Londres, do seu novo emprego, da sua nova relação com o homem do qual desconfiara no início, mas pelo qual depois se deixara enganar, Sofia enterrara a sensação de mal-estar que aquele comentário que produzira.
Tirando três anos na universidade e seis meses em Londres, morara em Ashdown toda sua vida e amava-a. Se ela detestava Ashdown, o que é que pensaria dela? Quando descobrira já era a senhora breackwell.

--- Uma pessoa como eu?--- inquiriu, com frieza Gregory.

--- Oh, desculpa --- Sophia acabou o chá e levantou-se. --- Não queria ser mal educada.

--- Mas? --- ele não se levantou e, quando os seus olhos se encontraram, Sofia pôde ver que todo o rasto de divertimento desaparecera da sua expressão. De repente, viu o homem que tinha ganho milhões e levantado uma empresa. Perguntou-se a quantas mulheres teria quebrado coração, quantas se teriam apaixonado por aquele aspecto duro voluntarioso debaixo da capa de encanto mudando. Sofia não era parva. Sabia que o homem que atraía e que a tensão brilhava entre eles como um farol na noite.

--- Mas --- declarou, deixando a mala na mesa, sem se sentar --- pareces o tipo de homem que vive intensamente. Ashdown não oferece oportunidades. A vida é lenta e previsível, senhor Wallace... desculpa, Gregory. Não há divertimentos, nem teatros, nem restaurantes da moda.

--- E por que é que moras aqui? És uma mulher jovem e solteira. Não te atraem as luzes da grande cidade? --- Sofia olhou seriamente para ele.

--- Isso é da minha conta, obrigada por me mostrares a casa e pelo chá. Vou-me embora.

Sofia virou e saiu da casa.
Enquanto pedalava para sua casa, tentou reunir seu pensamentos e fechá-los no canto da sua mente. Começou a pensar na ceia de natal e no convite da Cat para que passasse com ela e com seus pais e se deveria aumentar ou não as horas na biblioteca, agora que Jade tinha uma jornada escolar completa.
Mas Gregory Wallace voltava à sua cabeça uma e outra vez. 《Admite-o》, disse para si, 《gostaste desse homem e não sentias nada assim desde o Alan》. E isto era diferente ela gostava do Senhor Wallace, mas também a irritava.
Passou a semana seguinte a manter a sua mente ocupada com diferentes assuntos. Tinha começado a arranjar os presentes da Jade e para os seus amigos. Ia guardando os brinquedos da Jade no sótão e cada vez que subia, surpreendia-a ao verificar a quantidade de coisas que comprara. Felizmente o Natal aproximava-se, caso contrário, teria que abrir uma loja para escoar tantos brinquedos.
Sabia muito bem que estava a mimar demasiado a Jade, tentando compensá-la pela falta do pai, mas nunca conseguiram dominar-se na hora dos brinquedos. O natal é um momento para excesso.
Um dia, ao sair de casa, encontrou uma carta no seu correio e, ao abri-la, descobriu que se tratava de um convite.
Guardou a carta e pedalou para a biblioteca. Fazia tanto frio que não sentia as Faces do rosto e pensou que deveria ter ido de carro, que com certeza não arrancaria por falta de uso.
Quando chegou a biblioteca, já se esquecera do convite e não voltou a lembrar-se dele senão a noite, quando Catarina entrou na sua casa a perguntar se também tinham convidado.

--- Oh, sim --- replicou Sofia, que estava a preparar arroz com verduras de peixe. Uma receita deliciosa, mas de aspecto aspecto pouco atraente.

--- E? --- Cat olhava para ela com emoção. --- Vais não é?

--- Não.
Catarina levou as mãos a cabeça e gemeu teatralmente.

--- Já pensaste que ter uma vida social seria bom para ti?

--- Já tive uma vida social, Cat. Em Londres descobri que era algo oposto a minha maneira de ser --- Alan era um animal social. E não lhe faltavam convites. Sofia tinha se visto arrastada para um turbilhão de festas, que no início achara excitantes e no fim monstruosamente falsas e deprimentes.
Tinha detestado a falsa alegria das pessoas a quem era apresentada, a concorrência entre as mulheres a falta de tempo para intimidade. Aquilo tinha sido um contínuo tema de disputa entre eles. A ideia de retomar a aquele tipo de vida enchia-a de desagrado.
--- E --- acrescentou, dado a sua amiga olhava para ela em silêncio --- tenho uma vida social. Ou algo parecido.

--- É verdade. De vez em quando almoças com a mãe de uma colega da Jade.

--- às vezes vou jantar fora --- protestou Sofia, mesmo sabendo que perdera antecipadamente argumentação.

--- Oh! Estou Surpreendida por conseguires suportar tanta variedade e diversão.

--- Não seja injusta --- queixou-se Sofia.

--- Nunca vais de Londres. Quando viste pela última vez os teus Amigos?

--- Há meses atrás --- admitiu Sofia, experimentando o arroz.

--- Antigamente costumavas convidá-los a passar um fim-de-semana. Outra coisa que deixaste de fazer.

--- É cansativo. Sou mãe Cat, o que é que queres que faça com Jade?

--- Procurar alguém que tome conta dela como fazem todos.

O Atraente Milionário Where stories live. Discover now