Akil flexionou o pescoço, olhando concentrado a frente, tinham uma batalha e tanto pela frente. Proteger Karila não era tarefa fácil, mas devia honra a seu irmão de coração.

— Existe algum indicio físico e real de que o presidente do Egito tem culpa na morte dos familiares dela? – Ele perguntou desconfiado. Normani desviou o olhar para encarar o irmão, só tinha seus olhos expostos, mas aquela troca foi suficiente.

— Sim.

Akil assentiu, sentindo quanto era uma situação complicada. A mulher não dava o braço a torcer por sua família e sua honra, por sua cultura e por seu povo.

— Mani... – Ele chamou limpando o bolo difícil em sua garganta. Normani manteve seus olhos nele.

Nós precisamos mantê-la viva o maior tempo que pudermos, não é justo.

Normani sabia bem daquilo, sentia em si todos os dias aquela obrigação complicada, quando viu Karila desistindo de entregar os pontos ela nunca se sentiu tão feliz, porque devia a ela.

Moveu sua mão livrando para apertar a do irmão firmemente.

Nós vamos, irmão. Eu devo minha vida a essa mulher, nós vamos torna-la um mártir para quem quiser ver.

Lauren POV

Dr. Waziry é secretário geral do conselho de antiguidades, ver que ele ficou extremamente satisfeito com a presença da princesa me fez achar graça, não só ele, mas Dr. Megahed, que é legítimo egípcio, eles já a conheciam por sua fama, mas pareciam mais deslumbrados com a presença pessoal dela do que com a escavação que haviam feito expondo ruínas de anos a fora de um faraó não conhecido.

— Quando foi que encontraram o primeiro indicio arqueológico que fizeram vocês investirem nas escavações nessa região em exato? – Karila perguntou, sua postura de braços cruzados ao lado de Ursel, dentro daquela tenda olhando para os Doutores egiptólogos.

Em 2012 encontramos evidências em pequenos tijolos de barro, e desde então não paramos as buscas, essa semana tudo saiu perfeitamente bem para nos darmos por satisfeito. – Waziry falou sorrindo satisfeito, ele tinha um bigode meio grisalho que apalpava a todo segundo em um ato de visível ansiedade.

Confesso que fiquei assim na primeira vez que ouvi que estava na presença de uma mulher poderosa que era princesa.

Só foi conturbado demais para desfrutar desse nervosismo de um jeito positivo.

Ela aliás, parece interessada em tudo o que fazemos, sua visita surpresa me salvando de seu líder de estado maldoso foi não só um alivio como algo me trouxe certo apreço, ela estava ali, humanamente presente em uma expedição, perguntando e se antecipando em olhar e saber sobre o que fazíamos o tempo todo.

Até mesmo aceitou comer comida pronta, o que foi muito surreal para mim quando nos sentamos lado a lado dentro da tenda, e ela moveu o lenço de maneira que a abertura de seu pescoço a fizesse comer sem revelar sua identidade. Comíamos Koshary, arroz branco lentilhas, grão de bico, cebolas fritas e dois tipos diferentes de uma espécie de macarrão condimentando com molho de tomate. Soa tão engraçado porque não é um tipo de refeição que fora servida a nós em sua mansão, por ser simples demais misturando muitos temperos para sustentar, refeições que duas senhoras egípcias que trabalhavam para os historiadores checos fizeram.

Mesmo sendo comida de gente simples, ela não fazia restrições, e simplesmente se alimentava com tranquilidade, em um silêncio sequente sem clamar de absolutamente nada. É um bom tempero, que fosse simples, mas era saboroso o suficiente para me fazer elogiar aquelas senhoras tão gentis e esforçadas.

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