Pequeno crush coreano adicionado com sucesso.

— Então hoje nós vamos bater um papo sobre Star Wars em inglês.

(...)

Eu podia sentir a baba escorrendo pelo meu queixo ao entrar no quarto dele.

Com metade da minha idade, Dong Young tem bonecos, réplicas perfeitas, pôsteres, livros, funkos pops e tudo mais dentro da temática de Star Wars. Ele tem até sabres que parecem exatamente como os dos filmes.

Eu também posso dizer que ele é um Marvel Boy. Zeus perdoe e que a justiça não fique sabendo dessa minha paixão pelo menor.

— Meu pai adora essas coisas, mas a mamãe pega no nosso pé. — Ele me acompanha para fora do quarto.

— Que bom para o seu pai que eu não seja sua mãe. — Bagunço seu cabelo. — Por hoje acabamos nossa aula.

— Mas é só isso, professora?

— Sim. Foi legal, não é? Aposto que você nem sentiu o tempo passar, mas eu te ensinei um monte de coisas novas enquanto me mostrava sua coleção.

— Wa. É verdade. — Dong Young leva uma mão à boca que escancarou em surpresa e diz algumas palavras em voz baixa, quase como se para testar o que lhe falei.

Seus olhinhos vão se arregalando na medida que ele recorda, então ele se volta para mim com eles quase saindo das órbitas.

— Você é a melhor professora de todas.

— Não é à toa que seu pai me paga tão bem.

Limpo um cisco inexistente em meu ombro lhe estendendo um olhar presunçoso que o faz rir até que algo a minha visão periférica me chame a atenção e eu pare subitamente.

Há uma pessoa sentada de frente para a janela em um dos quartos, que, ao contrário do clima geral, é escuro e deprimente. Nem mesmo o ar se mover lá dentro. Cabelos longos e ondulados caem pelo espaldar de sua cadeira. Eles parecem sem vida.

Professora. — meu aluno se dirige a mim usando seu coreano mais formal antes de me dar um cutucão no braço. — A senhorita não pode entrar aí.

Só então percebo que estava a um passo disso. "Shhh", ele faz e eu assinto saindo quieta, impactada pelo pesar em seus olhos.

A personalidade esfuziante dele parece ter sido sugada. Seus olhinhos negros me pedem respostas em silêncio, há dor ali. Respostas que eu não tenho, e das quais nem mesmo sei a pergunta.

O fato de ele ter mudado tanto em tão pouco tempo, somado ao clima daquele quarto, me perturbam.

Saio do devaneio ao escutar os passos de alguém.

— Minha omma quer falar com você. Ela te espera na sala. — Ele faz o melhor para me dar um sorriso.

— Obrigada, Dong Young. Até a próxima aula.

Lhe dou um abraço rápido sem me importar com a falta de ética que o ato possa carregar.

— Senhora. — Me aproximo com uma reverência.

— Senhorita. — Ela retribui.

Ba Da é uma ajhumma muito bonita. Tão elegante quando uma esposa e dona de casa rica de Seul pode ser, a senhora Jung sempre acaba me intimidando demais.

— Tenho ouvido excelentes comentários sobre você. Mesmo com o pouco tempo, o pai dele já notou melhoras no desenvolvimento dos idiomas.

Solto o ar que prendi.

— Fico extremamente grata por isso. Continuarei dando o meu melhor, senhora.

— Nós apreciamos isso. — Ela sorri sem mostrar os dentes. — Mas o que eu realmente queria dizer é que Maria Eduarda está pronta para começar as aulas.

Ela pronuncia o nome com um certo sotaque e eu poderia ficar aliviada não fosse aquela imagem girando na minha mente ou as mãos que a senhora junta na frente do corpo em uma tentativa de disfarçar o leve tremor.

— Sem problema. — Mas tem problema sim. — Ela já tem conhecimento prévio em alguma das línguas?

— Sim.

— E eu poderia conversar com ela antes?

— Não. — Sou interrompida bruscamente. — A senhorita Maria Eduarda não está se sentindo bem hoje. — a mulher suaviza o tom, fica quase real.

— Ah certo. Então eu farei um diagnóstico em nosso primeiro encontro. — Murmuro e Ba Da suspira aliviada. — Até amanhã. — Me curvo novamente.

Antes de sair, procuro por Dong Young. Encontro as juntas de suas mãos na fresta da porta e seus olhinhos pretos turbulentos, nos observando escondidos.

 Encontro as juntas de suas mãos na fresta da porta e seus olhinhos pretos turbulentos, nos observando escondidos

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PS: Leiam SENTIMENTOS NÃO SÃO PERMITIDOS da Michelle-Pereira - puro tiro ❤️

E aí, cambada de gente linda. Tudo bem?

Como prometido, tá aí o primeiro capítulo da semana. Só não sei se satisfez algo da curiosidade de vocês ou só fez aumentar. Hehe

Perceberam alguma informação sutil-não-tão-sutil-assim-e-nem-tão-aleatória-assim que eu joguei nesse capítulo?  Se sim, teorias? Fala tudo que eu sou curiosa, e também que elas já ficam aqui pra la na frente vocês poderem dizer: eu sabiaaaaaaaaaaaa, eu disseeeeeeeeeeeeee; ou, não foi dessa vez rs

Só Queria Que Vocês Soubesses que o Só Queria Que Você Soubesse chegou a 150 páginas no word Oo E eu estou simplesmente apaixonada. Não vejo a hora de vocês chegarem  aonde eu estou escrevendo. Nessa hora eu já estarei escrevendo o final e louca para vocês chegarem la rs

Beijinhos, môs beinz

Referências e explicações:    

- Bro: abreviação de brother, que significa irmão. Um jeito jovem de se cumprimentar.

- Padawan: aprenizes jedi.

- Ajhumma: são mulheres mais velhas e casadas ou "em idade de casar". Também é utilizado para o nosso "tia" que não é de sangue.

- Challenge accepted: por um tempo foi um meme, mas no literal significa somente "desafio aceito".

- Omma: mãe em coreano. 

Só Queria Que Você Soubesse (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now