32. Good Bye

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Senti aquela onde de sensações percorrer meu corpo, gozei sentindo sua intimidade envolvida na minha, como ainda era apertada.

Amber me encarava com aqueles grandes olhos, seu peito subia e descia de forma rápida.

Sorri e posicionei a mão em seu peito, enfiei a mão ali sentindo seu coração bater cada vez mais forte, ela me olhava assustada e havia lágrimas em seus olhos.

Sua aparência começou a mudar, o tom da sua pele dourado agora adiquiria uma pálida coloração, seu coração quente queimava em minha mão, senti seus sentimentos mais profundos.

E neles, estava seu estranho jeito de gostar de mim, um afeto enorme que fez o meu coração bater de uma forma mais rápida, seus sentimentos pela família, amigos e lá no fundo, pelo Andrew.

Ela gostava do filho.

Ouvi um choro alto e forte vindo do quarto, ele tinha acordado e estava gritando, talvez sentisse que eu estava matando ela.

Vi sua pele ficando roxa, seu rosto estava sem cor e seus lábios estavam roxos, ela estava morrendo pela segunda vez, e dessa vez, não teria volta.

Milhares de pensamentos se passaram em minha mente, eu não conseguia distinguir o sentimento e a sensação de tristeza que estava me invadindo.

Olhei pra garota e pensei se realmente queria mata-la.

É claro que eu quero.

Só não sei se conseguia.

Tirei minha mão do seu peito sentindo todo o sangue nela, instantâneamente sua cor voltou ao normal, o buraco em seu peito foi se fechando e ela respirava mais rápido que antes me olhando assustada.

— Porra ! – gritei saindo de cima dela.

Passei a mão nos cabelos nervoso e tentei me concentrar em algo que não fosse o choro da criança.

— Eu não consigo merda – olhei pra ela – Não consigo te matar.

Ela me encarava confusa e ainda assustada.

— Ele tá chorando Harry – ouvi sua voz trêmula.

— Eu sei porra !

Não sabia o que aconteceria agora, iria deixar ela partir e sumir da minha vida ? Ou torceria pra ela ficar comigo ?

Definitivamente eu não sei.

Fui até ela e desamarrei suas mãos e pés, ela me encarou e se levantou, seu corpo cheio de marcas me fizeram suspirar.

Com dificuldade ela deu um passo a minha frente, mas eu dei dois pra trás.

— Quero que vá embora, quero que suma e nunca mais apareça na minha frente.

Vi sua expressão mudar de assustada pra desapontada, ela esperava algo mais de mim que não fosse ódio ?

Eu era um demônio, não devia ter outro tipo de sentimento a não ser esse, mas... Por ela, eu sentia algo que não sabia o que era, um sentimento que nunca senti antes.

Queria ela pra mim, só pra mim.

Que droga é essa que está me corroendo ? Quanto mais eu penso nela, mais eu tenho vontade de tê-la, de tocar esse corpo, de ouvir ela gemer meu nome.

Mas também quero machucar ela, quero fazer ela sentir dor e dizer que me teme.

— Caralho – disse alto.

Vi ela passar por mim mancando, ela saiu pela porta e eu respirei antes de ir atrás dela.

Vi que ela tinha vestido uma camiseta minha qualquer e tinha acabado de pegar Andrew em seus braços, ele ainda choramingava mas bem mais baixo que antes, ela balançava ele cantarolando alga canção de ninar.

Vesti minha cueca, uma calça de moletom e limpei a mão em um pano  qualquer olhando aquela cena, meu coração derreteu um pouco com aquilo.

— Eu disse pra não tocar nele.

— Não posso nem me despedir do meu filho ? – vi ela me encarar.

— O que você quer amber ? – gritei – Você aparece do nada dizendo que quer ver o filho que você quis matar, e quer que eu aceite isso ? – disse tentando recuperar o ar.

— Você se matou pra ele morrer, o que você sente por ele não é nada, a não ser nojo  – cuspi as palavras.

Vi uma lágrima solitária escorrer em seu rosto, ela respirou fundo e disse:

— Você está certo, eu só achei que ele poderia me perdoar por isso. – sua voz saiu trêmula – Eu... Tudo bem, eu já vou.

Ela veio até mim e colocou ele em meus braços, ele logo começou a chorar e ela chorou junto fazendo eu me odiar por isso.

— Eu vou fazer o leite dele, se quiser pode dar e depois ir embora – disse rude entregando ele pra ela de volta.

Ela me olhou e sorriu, limpou a lágrima que caiu e pegou ele em seu colo.

— Hey meu amor – ouvi ela dizer baixinho pro garoto em seus braços.

Sai de lá rapidamente e fui pra cozinha preparar o leite dele, já estava acostumado a fazer isso, tive que aprender, afinal, eu que cuidava dele.

Sorri balançando a cabeça, o que eu me tornei ?

Vi a amber sair do quarto e sentar no sofá, ela posicionou ele em seu colo e eu dei a mamadeira pra ela que colocou na boca dele.

Ele começou a sugar o líquido e ela o olhava com ternura.

— Ele tem os olhos verdes igual os seus – ela me olhou sorrindo.

— E tem os seus olhos também – falei.

Não pude deixar de esconder um pequeno sorriso que surgiu no canto dos meus lábios, a amber gostava dele.

Sentei ao lado dela observando os dois, honestamente, eram as coisas mais lindas que já vi nesse mundo de dor e desespero.

Nunca foi o meu sonho ter uma família ou ter afeto por alguém que não fosse eu mesmo, mas naquele momento, vi que talvez eu estivesse errado de achar que só existia ódio dentro de mim.

Eu gostava dos dois, do meu jeito demoníaco mas gostava.

— Obrigada por me deixar ficar um pouco com ele – ela desviou o olhar dele para mim – Pode não acreditar mas... Eu sinto muito por isso que fiz, eu estou arrependida.

Sua voz vacilou e vi seus olhos brilhantes me encararem.

— Eu espero que ele me perdoe por isso.

— Não posso te garantir nada.

— Eu sei.

Ela voltou a olha-lo, Andrew logo se agitou e ela sorriu.

Depois de acabar com a mamadeira toda, ela brincou com ele um pouco e depois me entregou o garoto.

— Bem... Eu acho que já vou, obrigada por me deixar vê-lo. – ela disse baixo.

— Tá bom.

Ela foi até a porta, e eu fui atrás dela com ele em meus braços, ela virou e olhou pra mim, depois pra ele.

— Cuida bem dele, Adeus Harry – ela disse e eu pude ver tristeza em seu rosto.

Eu odiava ela, mas não queria que fosse embora, mas meu orgulho foi mais alto e eu fechei a porta tentando tirar a garota dos meus pensamentos.

Ela voltaria pro Zayn ?

— Filha da puta ! – gritei e imediatamente ele se assustou.

Ele começou a chorar e eu me irritei, liguei pra liam vir aqui pra cuidar dele, eu iria sair e me distrair um pouco, a amber tinha que sair do minha mente.


É isto, amber foi embora 😔
Espero que gostem pessoal, muito obrigada pelo apoio aaaa não esqueçam de votar e comentar beijosssss até o próximo capítulo 💕💕💕💕💕

The devil in I | H.S. (Revisando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora