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Havia se passado 3 meses, depois que mudei minha vida para o morro da Rocinha. A, eu vim morar no morro, pois o meu lindo pai não quis me deixa morar sozinha na Gávia, infelizmente, por outro lado, fiquei ainda mais grudada no meu irmão e graças a deus comecei a faculdade de Sociologia na UFRJ. Bom, fora isso, parece que meu irmão e a Soninha estão tendo algum rolo. Eu descobri que meu pai tem uma Fiel, é assim que eles chamam no morro, e que pior, a menina é mais nova que eu, só rindo disso tudo. Minha tia não era casada como pensei, e a tia Zuzu como todos falam, é a enfermeira que cuida dos vapores e parece que ela e meu pai tem uma história por trás disso tudo. História de ódio mesmo, nunca vi ela me olhar estranho. Hoje é quarta-feira, eu estou sentada na varanda da casa, cheia de livros. A casa onde minha vó mora é no alto do morro e a visão é linda. Da pra ver toda a favela e o asfalto daqui de cima, melhor coisa é acorda com essa visão. Tinha acabado de terminar meu trabalho da faculdade, levantava e ia passando pelo quarto, até descer a escada, pois a casa da vó é enorme, por fora toda xoxa, parece normal, como qualquer puxadinho do morro, mas dentro o negócio muda. A casa parece aquelas mansão de ricaso, ao chegar na sala vejo meu irmão e meu pai tomando cerveja.
A essa hora, sério?
Passava direto, tendo os olhares dos mesmo em mim, chegava na cozinha e minha vó estava com Soninha, porque ela mora aqui também, vai entender, né.

Soninha: Olha quem resolveu sair do quarto, voinha!

Taila: Po, eu tô só o caco, fi! e
Essa faculdade tá tirando minha vida social, - Suspirava enquanto puxava um banco pra me sentar .

Soninha: Não tá sabendo? Vai ter churras hoje na casa do Catatau, bora? 

Taila:  Aaaaaa, não quero vê aquele embuste, ele nem vai com minha cara, vou ficar em casa vendo algo na netflix, -  Me debruçava no balcão que havia no meio da cozinha, enquanto via minha vó terminar o almoço.

Marcela: Você é da faculdade pra essa casa, Taila. Você deveria sair, isso é normal, seu pai não vai falar nada se você for no churras do Cauã, - Pior que ela tinha razão.

Taila: Eu vou pensar se vou, qualquer coisa eu aviso a Soninha e ao prego do Rael.

Catatau

Depois que a filha do Zé veio morar no morro, minha vida ficou complicada pra caralho, todo mundo correndo risco por causa daquela mina, que fica de cima pra baixo. Eu quero só vê quando o bolo estourar e ela se ligar que o pai não vale porra nenhuma.
Saio dos meus pensamentos quando alguma puta entra na minha sala, reviro os olhos várias vezes.

Liandra: Aí, Cauã, tu não apareceu, não me deu notícias. Séra que eu sempre vou ter que colar aqui, na boca, pra ter notícias tuas? - A encarava sem o mínimo de paciência, pois é, esse lance de casamento não cola comigo, e é hoje que mando Lia rapa fora.
Saio dos meus pensamentos, quando ela se senta em meu colo - Ei, po! Tô falando contigo.

Catatau: Mano, não tá dando, tá ligado, - Tiro a mesma do meu colo, - Eu não sou pra isso, po, melhor parar por aqui. Fica lá na casa e eu vou mandar um vapor buscar meus bagui - Vejo a mesma cheia de ódio me olhando - Bora, po, fala alguma coisa ou então camba daqui, tá atrasando meu lado e eu to cheio de trabalho pra fazer.

Liandra: Não acredito que depois de tudo que a gente passou, tu vai me dispensar assim - Olhava a mesma sorrindo, ala metendo o loco - Hein, porra, eu não sou as puta que tu pega nessa salinha aqui não! Que só querem teu dinheiro. - Vejo a mesma crescer.

Catatau: Qual foi? Perdeu a noção do perigo mesmo? - Pegava a mesma pelo pescoço, enquanto ia levando ela pra fora da sala - Tu fico comigo porque quis, eu sempre te mandei o papo de homem, que não servia pra todo esse lance e agora tá me cobrando - Soltava a mesma, que caia no chão sem ar, abaixava perto dela - É melhor tu ficar suave, antes que eu saia da minha graça contigo. Agora rapa daqui, anda. 

Após aquele show patético da Lia, eu mandei um vapor ir lá na casa pegar minhas coisas e maloca na casa da rua 9. Mulher só dá problema, mano. Tudo umas mandada da porra, esses cão, quero me envolver com nenhuma nem tão cedo mais.

Entre a Razão e o Ódio.Where stories live. Discover now