Discussion

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Eu apertava as bordas do lençol que cobria meu corpo enquanto encarava o teto em cima de mim.

Minhas mãos apertavam com tanta força que eu sentia os dedos tremerem.

Flashes da noite passada tomaram conta de mim e eu senti uma vontade enorme de chorar.

Dentro fora, dentro fora, estocadas fundas e firmes, ofegos, gemidos, suor, pele, fomigamentos, dentro fora dentro fora, Camila em cima de mim, eu em cima de Camila, dentro fora, dentro fora, eu choramingando com Camila dormindo em cima de mim.

Pela primeira vez, eu tinha fingindo um orgasmo com Camila.

Não que ela fosse falha, ela era expert em me dar os melhores orgasmos, mas eu estava frustrada, e não sei porque no meio da nossa foda, eu perdi completamente o tesão.

Senti a cama ao meu lado esquerdo se mover devagar e então ouvi um risinho, Camila tinha acordado.

No segundo seguinte seu nariz estava contra meu pescoço e eu continuava fitando o teto.

-Bom dia linda. -Ela disse animada, subindo os beijos, espalmei a mão direita em sua cara e à afastei.

-Não escovei os dentes ainda. -Falei fugindo dela e me levantei com o lençol contra o corpo.

-Ahm...Tá. -Ela se espreguiçou e bocejou me olhando em seguida. -Você vai tomar banho primeiro?. -Se sentou me dando visão dos seus belos seios.

-Sim e quero deixar bem claro que vou pra casa. -Falei sentindo meu corpo tremer.

-Por que?Você disse ontem que...

-Ontem foi passado e eu não quero lembrar nada sobre o dia de ontem, que foi péssimo. -Ela me encarou.

-Exceto pela nossa...

-Não, Camila, exceto pela hora em que eu acordei pela manhã de ontem, porque de resto, o dia foi péssimo. -Ela jogou os cabelos para trás.

-Tá falando que até nossa aventura sexual foi péssima?. -Quis jogar qualquer coisa naquela cara de vagabunda.

-Sim, indiretamente, mas estou dizendo, agora estou dizendo diretamente, você não me fez gozar. -Soletrei e ela me encarou. -O que é?Muito decepcionante pra você?Pois é, pra mim também. -Ela riu.

-Você estava gemendo. -Soletrou com raiva.

-Eu estava fingindo. -Choraminguei e ela soltou o ar pela boca com força.

-Você fingiu um orgasmo Lauren?Quantas vezes você fez isso?. -Perguntou acusativa.

-Foi a primeira vez, não sei o que aconteceu, uma hora você estava me fodendo com toda sua força e eu estava gemendo como uma louca, pedindo por mais, e na outra você continuava me fodendo com toda sua força e eu me sentia...Frustrada. -Ela coçou a cabeça.

-Frustrada?Você está se sentindo frustrada sexualmente?. -Assenti e ela riu passando as mãos no rosto. -Só pode ser brincadeira. -Resmungou negando.

-Não é brincadeira, você não me fez gozar e...

-Acabou, eu já ouvi isso, tem noção do quanto isso soa egoísta?Parece que eu usei você como uma boneca inflável em busca do meu próprio prazer quando não foi isso que aconteceu. -Ela rosnou. -Pare de passar na minha cara que eu não te fiz gozar, se você não gozou a culpa é sua por ter pensado em sei lá, na vizinha do andar dez depilando as pernas. -Soltei um riso colocando a mão na boca. -Agora você está rindo Lauren?. -Me recompus.

-Olhe aqui sua...Sua...Sua engolidora de tesão sexual, eu vou tomar um banho e ir embora, não vou tomar café da manhã com você e nem vou olhar mais nessa sua cara. -Soltei o lençol e caminhei para o banheiro.

-Qual o problema das mulheres em?. -Gritou com raiva e eu coloquei a cara na porta.

-Se caso não se lembre, você também é uma mulher, ter um pau, que não funciona mais, não te torna um homem. -Ela berrou um "ah" longo e rouco, me fazendo tremer.

-Meu pau ainda funciona e eu tenho certeza que funciona já que você tem três crianças nessa barriga agora. -Rosnei.

-Nessa barriga?É assim que você fala da belezinha da minha barriguinha?. -Perguntei irritada.

-Barriguinha?. -Ela gargalhou sem vontade. -Me fazendo rir uma hora dessas Lauren?Pelo amor de Deus, barriguinha quem tem é minha irmã, você no mínimo tem um protótipo de porca grávida. -Abri a boca para suas ofensas.

-Está me chamando de porca gorda agora sua filha da puta?. -Falei saindo do banheiro.

-Não, mas se quiser oh, eu chamo, porca gorda. -Disse e eu pude ver como aquela nossa discussão era infantil, como na alfabetização que um quer ofender o outro e não sair por baixo.

-Pois eu prefiro muito ser uma porca gorda, à ter um pau tão pequeno que não alcança meu ponto G. -Vi raiva passar em seu rosto e Camila apertou o lençol em baixo se si com força.

-Pois é?Você não vai ter mais do meu pau pequeno até que eu e meu ego entrem em concordância, porque até algumas semanas, você estava gemendo nessa mesma cama que agora estou sentada, pedindo para que eu enfiasse não só meu pau mas meu quadris junto com minhas pernas e entrasse em você. -Berrou.

-Isso porque seu pau é pequeno lembra?Acho que se eu me masturbar e enfiar meus dedos é mais prazeroso do que esse protótipo de palito de dente que você chama de pau.

-Ah mas vai se foder Lauren. -Vi que o rumo da discussão estava tomando outro destino quando essas palavras soaram de sua boca. -Vai se foder mesmo, fica aí você, seus insultos e sua barriga de porca gorda que pra mim deu. -Disse agarrando o travesseiro.

-E pra onde você vai?. -Rosnei sapateando no carpete do quarto.

-Tomar banho no final do corredor, longe de você e desse seu ADP, se me de licença, vou tomar banho e vou trabalhar. -Dito isso saiu do quarto.

O que ela quis dizer com ADP?.

Eu já tinha escutado isso antes.

ADP.

ATAQUE DE PELANCA.

Ah mas essa filha da puta vai se ver comigo.

Abri a porta com raiva, ainda pelada e cortei o corredor encontrando Camila abrindo a porta e pulei nela como um leão pula em suas presas.

Nós duas fomos para a parede do corredor enquanto eu tinha as pernas em sua cintura, o braço esquerdo em volta do seu pescoço e a mão direita puxando seu cabelo.

-Você está maluca?. -Ela gritava me balançando de um lado à outro, tentando me soltar dela.

-Ataque de pelanca é o maldito do seu pau mole. -Berrei batendo sua cabeça contra a parede.

-Você está me machucando. -Ela gritou conseguindo agarrar meu braço e me puxou me levando ao chão porém com delicadeza.

-Fraca. -Gritei chutando-à e ela ergueu o punho pronta para me socar quando um grito no corredor nos fez acordar.

-Vocês estão malucas?. -Era Valentina e mamãe, uma do lado da outra, meu rosto ficou vermelho imediatamente e Camila se jogou em cima de mim, tapando meu corpo com o seu.

-Eu te odeio. -Resmunguei olhando para minha mãe que tinha uma cara furiosa.

-É recíproco. -Ela disse ofegante.

A Better Life - Camila IntersexualOnde as histórias ganham vida. Descobre agora