Capítulo 29»»Conte-me tudo««

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Samanta...

—Eu sempre estudei em casa,o meu sonho de adolescente era estudar em um escola como os outro adolescentes,mas meus pais sempre foram muito rígidos entende?

—não enrola,não precisa me contar os detalhes.

—quando eu finalmente comecei a estudar em um Colégio normal eu fiz bobagem,quase fiquei gravida do Theo,um garoto que tinha a mesma idade que eu,foi ai que eu conheci o seu pai,no fim da aula eu fui procurar a Antonieta na cozinha da escola,nós ficamos amigas assim que eu comecei a estudar na escola,ela se tornou a minha confidente.

—Está falando da minha avó Antonieta?

—Sim.

—Quando eu cheguei na cozinha não tinha ninguém,só o filho dela que estava guardando as coisas para ajudar a mãe,eu fiquei sem saber o que fazer no início mas o seu pai foi gentil comigo ao perceber que eu estava chorando.

—Ai meu Deus,não vai me dizer que eu não sou filha do pops.

—Calma,deixe eu te explicar direito.

—Ok.

—O Rafael me levou para uma das mesas do refeitório que já  estava completamente vazio
E eu expliquei tudo o que estava acontecendo a ele,assim que eu terminei de contar ele me consolou e fui urgente comprar o teste de gravidez na farmácia,no dia seguinte a primeira coisa que eu fiz ao entrar na escola foi procurar por ele para dar a notícia que o teste tinha dado negativo.

—Então o teste deu errado né?porque eu estou aqui agora.

—Samanta...

—Tá,pode continuar.

—Depois do seu pai ter me apoiado nos viramos amigos,ele fazia eu me sentir tão bem,me fazia feliz,foi impossível não me apaixonar por ele,nós namoramos escondido dos meus pais por dois anos,mas no último ano do meu ensino médio eu engravidei,fui irresponsável novamente,mas dessa vez eu estava realmente gravida.

Júlia parou de falar e ficou e mudou a expressão,como se fossemos chegar na parte da história que as coisas começaram a piorar.

—Meu pai ficou muito decepcionado com a notícia,mas a minha mãe...bom ela me bateu e me chingou dos piores nomes possíveis,disse que eu iria abortar a criança...eu fingi que estava tomando as pílulas nos primeiros dias,mas ela descobriu e não me disse nada apenas começou a colocar as pílulas nas minhas comidas e bebidas,sem que eu percebesse.

—Sua mãe é um monstro.

—você não é a primeira pessoa a dizer isso,eu só fiquei sabendo das pilulas cinco dias depois,uma empregada me contou,então eu dei um jeito de comer na cozinha escodindo dela durante seis meses.Quando ela percebeu que não tinha mais jeito ela disse que te daria pra doação.

—Como assim?

—Eu falei com a sua avó e ela aceitou cuidar de você,a minha mãe não sabia quem era o seu pai e também não conhecia a familia dele,o seu pai já estava planejando ir para a faculdade pois ele era um ano mais velho do que eu e já tinha concluído o ensino médio.

—O pops te abandonou grávida?

—Não a faculdade sempre foi o sonho dele e eu o apoiava,por conta das pílulas no oitavo mês de gravidez  eu acreditava que você estivesse morta,no dia do parto eu não senti dor e já tinha passado dois dias do prazo que o médico tinha me dado para a sua chegada,por isso o parto foi cesário,e quando você nasceu você não chorou Samanta,eu virei o rosto para não te ver e os medicos te levaram para longe,naquele momento eu tive certeza que você tinha nascido morta.

Júlia começou a chorar,peguei lenços de papel para ela e voltei para o meu lugar.

—O meu pai foi o único que me acompanhou em tudo,quando eu perguntei a ele se você tinha nascido morta ele parecia surpreso com a pergunta mas logo confirmou que sim,mas ele mentiu,durante todos esses anos,ele tinha te dado para a Antonieta criar,a minha mãe não sabia da sua familia paterna,mas o meu pai sim.

—Como você ficou sabendo que eu estava viva?

—O meu pai me contou,dois meses atrás,eu vive todo esse tempo sem saber que você estava viva,semanas após você nascer eu me mudei com os meus pais,e só voltei aqui anos após o ocorrido para comprar algumas ações,quando eu fiquei sabendo da sua existência eu voltei o mais rápido que pude e procurei o seu pai,ele me contou que a sua avó tinha falecido quando você tinha seis anos e que ele tinha criado você sozinho.

—Eu sinto muito,Júlia...por tudo isso.

—Eu sinto muito por você ter crescido sem mãe,tem tantas coisas que eu queria ter te ensinado,também sinto muito por ter tirado sua bolsa,eu fiz aquilo porque estava amargurada eu não conseguia te encontrar em lugar nenhum dessa cidade,só vim encontrar seu pai semanas após ter te transferido.

—Tudo bem...

—Eu posso...

—Ela ficou com vergonha de falar,mas eu percebi que se tratava de um abraço. —vem cá,falei abraçando-a.

—Eu te amo,eu não acredito que esteja me abraçando,isso já aconteceu nos meus sonhos antes de te conhecer. —Júlia disse entre soluços.

—Nos meus também.

4 capítulo da maratona...beijos
,queridos.😘

Não Posso Amar vocêWhere stories live. Discover now