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— Você 'tá bem? — Falei contendo o riso

— Ah claro, eu acabei de cair de uma escada. Isso é cara de quem está bem?! — grunhiu — Caí por cima do meu pé!

— Isto é péssimo — pronunciei realmente preocupada. — Me deixa te ajudar — me agachei. — Aliás, — parei meus movimentos. — vou te deixar ai, vai que eu te ajudo de novo e você é mal agradecido... — levantei-me cruzando os braços.

— N-não Hye, me ajuda ai vai — pedia com visível cara de dor.

— Se você pedir com carinho, eu até penso — falei me fingindo de difícil mas todo mundo sabe que eu iria ajudá-lo de qualquer maneira, contudo, tentei arrancar algo dele por mim, não me perguntem o porquê.

— Eu sabia que você era abusada, porém não sabia que tanto! — disse Chanyeol

— Escolha feita, boa sorte em arranjar alguém pra te ajudar nesse corredor vazio — dando ênfase na última palavra

— Espera! — ele dizia ao me ver virar as costas — m-me ajuda Hyezinha, por favooor.

Tá bom, mas nunca mais me chame de Hyezinha.

Me agachei e tirei sua perna de cima de seu pé.

— Dói? — Indaguei

Ele negou com a cabeça. Tentei então endireitar seu pé para que ele pudesse pisar.

— A-Ai!— ele grunhiu de dor. — 'Tá doendo pra caralho agora — o mesmo tentava impedir uma lágrima.

— Vamos ter que ir pra enfermaria. Você acha que consegue? — Ele hesitou primeiramente, mas depois assentiu. — Então ok.

Envolvi seus longos braços em meu ombro e comecei a pegar impulso.

— No três. — falei — um, dois... três — levantamos com um pouquinho (muito) de dificuldade. Ele gemeu de dor.

Se alguém visse aquela cena iria rir muito, pois era no mínimo estranha. Chanyeol era muito mais alto que eu e ele se apoiava em mim de um jeito muito louco que o deixava totalmente envergado.

Aos trancos e barrancos chegamos na bendita enfermaria. O mais alto gritou "ai" umas quinhentas vezes durante o percurso.

Uma funcionária nos olhava com cara de poucos amigos, Chanyeol praticamente era carregado por mim (não sei como) então tratamos logo de nos desvencilhar para evitar mal entendidos.

— E-Então senhora... — Tentei ler seu crachá.

— Jiwoon — ela disse entre as mascadas de chiclete, irritante.

— Isso, senhora Jiwoon. Meu colega se machucou caindo da escada e agora o pé dele dói muito.

— Hum, podem usar a maca, tem uns materiais no ali armário. — dissera.

— C-Como assim? Não é a senhora que vai fazer? — Indaguei surpresa.

— Tá me achando com cara de enfermeira? — Ela riu anasalado. — Eu mal sei colocar um band-aid minha filha.

Eu e Chanyeol nos entreolhamos, perplexos. Pelo jeito seria eu mesma fazer isso, já que a Jiwoon não parecia nem um pouco a fim de ajudar.

Tentei me recordar de algo afinal sou formada em todas as temporadas de Greys Anatomy. Levei Chanyeol até a tal maca e ajudei-o a sentar nela. Meu Deus eu já estava morta de cansada.

— Tudo bem pra você? — Perguntei e ele assentiu.

Retirei seu calçado, por sorte não estava com chulé pois se não pediria pra Deus me levar ali mesmo de tanta desventura.

Chanyeol não parou de olhar para mim um segundo sequer. Ele acompanhava cada movimento meu com os olhos amendoados saltados e vidrados.

Peguei uma compressa de gelo e coloquei na parte inchada. Percebi que o garoto tentava conter a agonia que aquilo dera.

Fiquei assim por uns dez minutos. Depois enfaixei o local com bastante cuidado, tentando garantir que não causasse tanto impacto quando ele pisasse no chão.

Saímos da enfermaria, percebi que Chanyeol já conseguia andar mais confortavelmente.

— Só não esquece de ir ao médico assim que sair daqui ok? — falei para ele. — ele vai poder te ajudar melhor, isso não garante nada, você pode ter luxado ou fraturado alguma coisa.

— Melhor? Acho que ninguém poderia ter me ajudado melhor que você Hye — senti meu rosto queimar — muito obrigado mesmo — ele sorriu sincero.

— Se é isso que inimigos fazem, estamos fazendo tudo errado — falei rindo fraco.

— Pois é — ele sorriu. — Não sei como você consegue isso.

— Isso o quê? — Perguntei

— Ser tão chata — cerrei o cenho — mas as vezes ser tão... — Ele parou a caminhada, me fazendo parar também. Quando dei por mim, seus olhos pairavam sob os meus, ele se aproximou do meu rosto e meus olhos iam se fechando, não sei exatamente porque mas não era como se eu soubesse coordenar.

Nesse momento, o sinal tocou, fazendo-nos voltar as posições normais com um susto.

— É, a gente tem que ir n-né — falei desajeitada.

— S-Sim, aula né... — ele dissera coçando a nuca.

— Melhoras para o seu pé — proferi.

— Obrigado — ele riu de canto e foi até sua sala.

Chemistry ❁ Park ChanyeolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora