"Eu acho que te amo"

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Chegamos no quarto. Tento tirar o vestido.

- Querida, deixa abri para você... - dispara - A noite não foi boa, né! - completa
- Foi meio agitada, mais o jantar foi ótimo... - digo
- Você está sendo gentil! - indaga
- Mãe, se quiser descer, pode ir! Consigo me virar daqui... - digo - Seus convidados ainda estão aí!
- Tem certeza? - questiona
- Tenho pode ir! - digo

Fico me encarando no espelho. Vejo a cicatriz da bala. To nela pela primeira vez. Ainda estava feia, vermelha com manchas roxas. Me encaro, tentando entender tudo.

Minha cabeça dói. Umas imagens invade a minha cabeça. Um borrão de um cara, conversando com alguém. Me sento, respiro. Tento entender aquilo tudo. As imagens voltam mais nítidas. Sou eu e o Christopher!?

- Me deixa te proteger. Quando você for embora eu vou com você. Largo tudo para ficar com você... - diz
- Você é louco! - digo
- Não louco, apaixonado... - rebate - E eu sei que você sente a mesma coisa, eu sinto - completa

Não pode ser! Eu e o Christopher? Ele apaixonando por mim?

Minha cabeça dói mais ainda. Mais imagens invadem a minha cabeça.

- Agora eu sei! Você quer o nosso "nós" mais algo te impede. Você é como um pássaro que está preso numa gaiola, só esperando alguém abrir a porta da gaiola...- diz - Eu vou ser esse alguém!!!

Uma toneladas de imagens invadem a minha cabeça.

- Você não sabe o quão é linda!!! - dispara
- Não comece... - rebato
- Não estou começando nada, só afirmando que você é linda! - rebate - Você não sabe o quanto estou me segurando para não beijar essa sua boca de novo!

A imagem de um beijo invade os meus pensamentos. O nosso beijo...
Um sentimento estranho me invade, o Christopher e eu. Eu quero me lembrar mais, eu quero mais.

Saio do banheiro. Vejo um vulto na varanda. As maçanetas começam a se mexer.

- Valentina, sou eu Christopher! Abre a porta! - dispara

Um alívio sai na minha respiração. Pego a bengala e tento ir o mais rápido que puder. Chego até a porta e abro.

- Desculpa, te incomodar! - dispara
- Não, não incomoda. Entre... - digo
- Eu queria me desculpar com você por antes... - indaga - Não queria que me visse daquele jeito! - completa - Eu não aguento mais essa situação! De te ver, não poder te tocar. Você sem aquele brilho nos seus olhos. Você não se lembra da gente, dos nossos beijos...
- Eu lembro! - disparo
- O quê? Como assim? Você se lembra de tudo? - questiona
- Não tudo mais de você! Lembro de você falando que me protegeria. Lembro de você querendo o nosso "nós". Me lembro do nosso beijo. Esse sentimento forte que eu sinto por você é totalmente estranho! Eu não o consigo explicar, só sei que o sinto por você! - digo
- Então eu estava certo! Você me amava, agora eu sei! Que o amor que você sente por mim está aí... - completa
- Eu quero entender isso que eu sinto por você... - dispara
- Me deixa entrar, Valentina? - pergunto - Me deixa te amar como deve ser amada...
- Sim, me ame, por favor! - respondo

Ele beija. Aquele beijo era tão familiar. Ele me beijava tão docilmente.

- Me desculpe! Não quero que sinta dor. Sei que ainda se recupera... - dispara
- Eu gosto do seu beijo! - disparo - Provoca-me sensações boas. Você me traz uma sensação boa...
- Voltou! - dispara
- O quê? - rebato
- O brilho nos seus olhos! O brilho que me fez me encantar na primeira vez... - responde - Esse brilho que foi ofuscado!
- Pelo que? - questiono
- Não vale a pena lembrar... - dispara seco

Ficamos deitados nos encarando.

- Ficaria por horas te olhando... - dispara
- Eu também! - rebato

Ouvimos batidas na porta.

- Filha sou eu mamãe! Vim ver se está tudo bem? Porque fechou a porta! - dispara
- Vai para debaixo da cama! - disparo
- Sério? - brinca
- Agora! - digo

Ele desce e se esconde.

Pego a bengala e vou até a porta e a abro.

- Me desculpe, eu só não queria ver ninguém! Estava com muita dor de cabeça... - invento
- Nem a mim? - questiona
- Você e o papa são os únicos que abriria - respondo carinhosamente
- Acho bom. Tomou os remédios? - questiona
- Sim, estava deitada tentando dormir! - digo
- Só não tranque, como vou saber se está bem ou não? - repreende
- Me desculpe, não vai se repetir! - afirmo

Me dá um beijo.

- Te amo, querida! Te amo muito... - dispara
- Também te amo demais! - rebato

Ela deixa o quarto. Me sinto culpada por ter que mentir para ela.

Christopher sai debaixo da cama.

- Me senti com 16 anos de novo! - dispara
- Porque já fez muito isso antes? - questiono
- Não vou mentir! Sim... - responde - Mas em minha defesa, o pai dela me odiava...
- Porquê? - questiono
- Ele não aprovava eu ser o cara que a filha dele escolheu! É passado, não vale a pena relembrar isso... - rebate - Eu preciso ir...
- Queria que ficasse mais...- digo
- Você precisa descansar e eu embora. - rebate

Ele segue pela varanda. E desce agilmente. Eu o acompanho descer.

- Te amo - dispara
- Vai logo! - rebato

O vejo sumir na escuridão do jardim.

- Acho que também te amo! - digo sozinha

Continua no próximo capítulo!

Paixão Inocente Where stories live. Discover now