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-Trouxe o meu computador para vermos uns filmes! - Informo entrando do quarto. - Sempre ajuda a passar o tempo.

-Obrigada André! - Ela agradece e dá-me espaço para me sentar ao seu lado. - Almoçaste bem?

-Sim, comi algo rápido mas por acaso a sandes até soube imensamente bem!

Liguei o computador à corrente e colocamos um filme a dar, pouco depois ouço a morena a gemer baixinho de dor.

-Estás bem? - Pergunto aflito. - Precisas de algo?

-Eu parti duas costelas... É normal as dores, não preocupes! - Ela diz rindo carinhosamente perante a minha reação.

-Mas não queres que chame uma enfermeira, de certeza que há algo que possa ajudar a acalmar as dores... - Insisti.

-Ahh... - Ela agarra-se à cabeça.

-Eu vou chamar alguém, tem calma! - Corro até ao corredor. - Alguém me ajude, por favor! - Chamo.

-Precisa de alguma coisa?

-A Bianca está cheia de dores. - Explico e entramos no quarto.

Ai vejo que ela desmaiara. Aproximo-me dela rapidamente e agarro nela, em pânico olho a enfermeira que começa logo a tratar dela e chama o medico.

-O senhor tem de sair. - O médico diz.

-Eu quero ficar com ela... Por favor! - Imploro.

-Está bem, mas mantenha-se longe. - Ele pede.

-O que é que ela tem? - Pergunto porém sou ignorado.

Ela começam a examina-la e ela começa a acordar. Destrancaram as rodas da cama e começaram a leva-la mas ela agarra a minha mão antes de sair.

-André... Não vás embora... - Ela pede.

-Quando voltares estarei aqui, princesa! - Beijo a sua testa e a enfermeira e o medico empurram a sua cama para fora do quarto.

Sentei-me no cadeirão ao lado da cama à espera que a morena voltasse. Peguei o telemóvel e decido ligar ao meu irmão. Estar prestes a perder a Bianca fez-me pensar em muita coisa. Fez-me perceber que de um momento para o outro podemos perder tudo, não se sabe o dia de amanhã.

-Sim? - A voz do outro lado faz soar. - A Bianca? Aconteceu alguma coisa?

-Não, eu é que precisava de falar contigo Afonso. - Digo.

-Sobre? - Ele pergunta.

-Podemos ir beber uma café logo ao final da tarde?

-Claro, no sítio de sempre.

-Até logo. - Digo e após a resposta do moreno desligo a chamada.

Encarei a janela e a bonita visão para o Porto. Sempre amei esta cidade, a minha cidade. Encosto-me e começo a percorrer as minhas redes sociais para tentar passar este tempo de espera infernal. Finalmente vejo a minha miúda a entrar e levanto-me. Após nos deixarem a sós aproximei-me dela.

-Como te sentes? - Pergunto.

-Mais ou menos... - Ela diz. - Posso pedir um abraço?

Não lhe respondo, apenas a puxo delicadamente para mim e envolvo o seu corpo frágil contra o meu peito. Confortei-a com pequenos carinhos nas costas e beijos na testa, não tinha pressa de a largar aliás nem tenho intensões de o fazer e por isso espero que seja ela a desfazer o abraço. 

-Obrigada por estares aqui André... - Ela diz sem quebrar o abraço.

-Eu vou estar sempre aqui! - Garanto. - E desta vez, eu não te vou deixar fugir.

Crazy In love | André Silva Where stories live. Discover now