— Você não tem noção de quanto sentir saudade disso. — Diz deitado ao meu lado, com sua respiração ainda descompensada.
— Percebi, "não se mexe". — Zombei, pois quando ele me penetrou, pediu para não se mexer, senão era capaz dele gozar naquele mesmo estante. Ele me mostrou o dedo e eu ri, pois não confessaria nunca que eu estava me sentindo da mesma maneira que ele, achei que iria gozar só de senti-lo deslizando pra dentro de mim.
— Estava com saudade também. — Bom, isso eu tinha que confessar. Rafa me deu um selinho e levantou pra ir jogar a camisinha fora e eu levantei também.
— Vamos comer? — Chamei quando ele voltou ao quarto e vestiu sua cueca, eu estava de calcinha e com sua camiseta.
— Bora. — Preparei rapidinhos o nosso café da manhã e sentamos para comer.
— Como você conseguiu entrar na minha casa? — Perguntei algo que estava me deixando intrigada.
— Com a cópia da sua chave. Lembra que você deixou comigo naquele dia que eu te pedir em namoro? — Eu assenti lembrando. — Eu coloquei ela junto com as minhas chaves e com toda aquela confusão eu esqueci de devolver.
— Ata. — Agora faz sentido pra mim.
— Me conta o que aconteceu naquele dia. Quem era o funcionário que postou aquilo e por quê?
— Foi o Alex que postou, o meu ex.
— Como ele sabia? — Franziu a testa.
— Eu contei pra Ane, ela é minha melhor amiga e quis compartilhar com ela. Ele escutou, falou várias coisas pra mim e quando Ane viu que eu estava prestes a chorar, ela começou a discutir com o Alex. Foi a maior briga do caralho! Alex deu um tapa na cara da Viviane, Lipe deu um soco na cara dele para defendê-la, depois ele foi pra cima do Lipe e Ane pulou nas suas costas e quase matou ele enforcado. Carlos, nosso chefe, acabou com a briga e deu a maior bronca, por vingança e segundo ele, por amor, postou aquilo. — Contei.
— Filho da puta, minha vontade no momento é de socar a cara dele. — Bravejou.
— Agora não vale mais a pena.
— Me diz que esse filho da mãe, não trabalha mais lá?
— Depois que eu disse pro Carlos que você poderia processá-lo, por está usando o seu nome para promover o Close, já que eu desmentir dizendo que a nota era mentira e a gente nunca chegou a namorar, na mesma hora ele chamou o Alex e mandou ele embora.
— Melhor assim. Não ficaria contente em saber que ele continua trabalhando com você.
— Ciúmes? — Perguntei por pirraça.
— Só quero cuidar do que é meu.
— Então eu sou sua? — Perguntei arqueando uma sobrancelha.
— Agora é e dessa vez é pra valer. — Eu sorrir, inclinei pro lado beijando ele. — Vou ligar pra minha mãe, falar pra ela começar a preparar o jantar especial, porque hoje você vai jantar lá em casa. — Eu arregalei meus olhos.
— Mas assim do nada? Tão rápido? — Perguntei espantada.
— Ordem da dona Mariana: "Isso meu filho, vai atrás dela e me liga pra confirmar que vocês estão namorando, porque eu vou fazer um jantar especial pra comemorar. É pra ligar Rafael, não esqueça!" Essas foram as palavras dela antes de vim pra cá. — Deu de ombros.
— Ah Rafa, não sei se é uma boa ideia. — Disse receosa.
— Você não tem escolha, vai por bem ou amarrada. — Me deu um selinho se levantando e foi atrás do celular dele.
— Como eu estou? — Perguntei pro Rafael, quando terminei de me arrumar. Ele passou o dia todo aqui em casa comigo e agora são sete da noite e vamos jantar na casa dele.
— Tá linda. E também estava linda, nas últimas vinte roupas que você experimentou. — Diz descontraído, deitado na minha cama e mexendo no celular.
— Você nem olhava direito e já vai dizendo que estou bonita. Tudo está bonito pra você.
— Porque estava ué, queria que eu mentisse? Gatinha, relaxa, é só um jantar.
— Não é só um jantar, Rafael. Você está me levando pra jantar na sua casa, com a sua família e me apresentar como sua namorada. Definitivamente, não é só um jantar. — Riu achando graça, enquanto eu estava uma pilha de nervos.
— Porque você está tão nervosa? — Ele estava tirando uma com a minha cara, só pode.
— Será porque eu estou indo conhecer oficialmente meus sogros? Porque fui pega de surpresa e nem tive tempo de me preparar? Pude nem comprar uma roupa boa.
— Você já conhece os meus pais.
— Eu já troquei algumas palavras com seus pais, mas agora é a primeira vez que vou estar diante deles como sua nora.
— Manu, de qualquer forma, eles gostam de você. E com minha família não tem cerimônia, eles são super de boa. Relaxa, você está linda. — Eu assenti. — E eu? Quando vou conhecer seus pais? Sua família?
— Posso te apresentar pro meu irmão, mas meus pais não vai dar.
— Por que? — Franziu a testa.
— Meus pais faleceram quando eu tinha quatorze anos, por tanto, é só o meu irmão mesmo.
— Desculpa, não imaginava. Sinto muito.
— Está tudo bem. — Sorrir para tranquilizá-lo.
— O que aconteceu com eles?
— Acidente de avião, eles estavam indo fazer uma segunda viagem de lua de mel. Minha tia Jucélia cuidou de mim e do meu irmão.
— E onde ela está?
— Em Vitória- ES. Minha família é toda de lá, era só minha tia e meus pais que estavam morando aqui. Meus pais venham morar primeiro, depois venho minha tia. Depois que eu e meu irmão pegou independência, ela resolveu voltar a morar perto da família.
— Um dia quem sabe, eu conheço ela. Mas agora podemos ir? Tá pronta? — Diz levantando.
— Não sei, estou achando melhor trocar de roupa. — Falei voltando olhar espelho e analisar mais uma vez minha roupa. Eu estava com um cropped preto de renda estilo V, uma saia de cintura alta da mesma cor soltinha e para complementar, usava um blazer da cor mostarda. Nos pés vestia uma salto plataforma, embora não seja o meu tipo de salto favorito, esse até que era bonitinho.
— Não vai trocar nadinha! Vamos antes que você resolva experimentar mais vinte roupas. — Ele pegou minha bolsinha que estava em cima da cama e saiu me puxando pela mão.
Sem mais chance de fuga, fui jantar na casa dos meus sogros.
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Uma Nova Chance
RomanceRafa Borges é um cantor com uma carreira sólida, que conseguiu inúmeras conquistas ao longo dos anos. Mas carrega dentro de si uma dor que nunca conseguiu superar completamente, da perda de sua falecida esposa há quinze anos após dar à luz a sua fil...