Capítulo 15 - Elsa (revisado)

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Continuei descendo para as masmorras. Não sabia por que colocaram Jack em uma sela tão distante. Fui reverenciada pelos guardas ao chegar lá embaixo. Pedi que um deles me acompanhasse.

Jack estava algemado de modo desnecessário, mas ele não parecia estar se importando. Seu sorriso naturalmente ousado para mim mostrava sua felicidade em finalmente me ver. Olaf estava lhe fazendo companhia, ou melhor, infernizando com perguntas aleatórias. Ordenei ao guarda que abrisse as selas e o libertasse. Jack fez uma careta para o guarda como se se exibisse por ter razão. Eu o abracei.

— Esse rapaz é estranho, Elsa. Tem certeza de que vai adotá-lo? - perguntou Olaf.

— Claro, ele é confiável.

Olaf o encarou e Jack sorriu para ele.

— Então tá. - Olaf sorriu também e saiu andando com seu jeitinho desengonçado.

— Tem comida aqui? - Jack perguntou.

— Tenha mais respeito. Está no palácio da rainha.

Ele fez uma reverência.

- Há produtos alimentícios em seu palácio, vossa majestade?

Eu ri de seu deboche. Em outros tempos, esse ato seria digno de uma decapitação.

— Por aqui, senhor prisioneiro.

Jack me ofereceu o braço e seguimos pelos corredores do castelo. Era tão bom tê-lo ali comigo, como se fosse natural.

— Rapunzel se ofereceu em missão.

—  Aquela que meteu uma frigideira na minha cabeça?

— É uma arma extremamente útil, admito. Mas a questão é que estamos confiando a ela a vida e o resgate da nosso guardiãozinho.

— Já passamos por muita coisa, merecemos um descanso. Se você confia nela, eu também confio.

— Mas sinto que eu deveria ir também.

— Não conseguiríamos voltar pra lá. As fadas não permitiriam. Rapunzel tem poderes, não é?

— O presente do sol.

— Ela vai adentrar facilmente. Você é rainha, tem direito de deixar que alguém resolva algo por você.

Deixar tudo nas costas de Rapunzel não foi fácil para mim, mas sabia o quanto era necessário se quisesse que as coisas ficassem bem

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Deixar tudo nas costas de Rapunzel não foi fácil para mim, mas sabia o quanto era necessário se quisesse que as coisas ficassem bem. Ela não gostava de ficar por muito tempo em casa, estava sempre se aventurando e correndo perigos. Como eu, acredito.

Depois do jantar, ofereci um quarto de príncipe a Jack que era tão grande quanto o de rei. Não sabia se ele estava confortável lá e decidi checar. Só queria vê-lo.

Adentrei no quarto sem bater na porta. As luzes estavam apagadas, mas a sacada aberta deixava o luar entrar e fazer tudo ficar em tons de azul. Encontrei Jack sentado na balaustrada, as pernas pendendo para o abismo lá em baixo.

— Não tem medo de cair?

Ele se virou para mim e sorriu.

— Quem sabe voar não tem medo de altura.

— Mas não tem mais seu cajado.

— É...

Abracei suas costas.

— Porque sinto que você vai embora, Jack?

Ele não me respondeu de imediato.

— Você não vai querer um andarilho bagunçando em seu castelo. - ele tentou deixar engraçado, mas sua voz continha tristeza.

Respirei profundamente. No fundo sempre previ aquilo.

— Eu não nasci para essa vida, nunca saberia reinar ao seu lado.

— Acha que me casaria com você? Não faria isso com meu país. - o provoquei.

Ele se virou para mim, passando as pernas para o meu lado na balaustrada.

— Então não vamos nos prender. - ele segurou meu queixo. - Estarei aqui com frequência, eu prometo. Preciso conhecer o guardião, quero muito ensinar a ele tudo o que sei sobre a geada, o as formas que o gelo toma, os tipos de ventos, os flocos de neve. Não vou deixar você educá-lo sozinha. Se quiser, o levo comigo.

— De jeito nenhum. - ele riu. - Quero ensinar tudo a ele também, como se fosse mesmo... um filho.

Jack me abraçou e nossas palavras se repetiam ao nosso redor.

A Rainha e o GuardiãoWhere stories live. Discover now