Uma Nova Chance

Capítulo 07

Realmente por muito tempo esse era o meu pensamento, não fazia sentido para mim estabelecer uma vida estável ao lado de uma mulher, que não seja Luana. Não via mais um futuro feliz, casado e família formada, pois tinha feito todos esses planos com ela, e sem ela, tudo já não tinha o mesmo valor.

Quando Luana morreu, a sensação que tive, é que meu coração iria parar de bater também. Coloquei ele no escuro e tranquei ele com sete chaves, impedindo de amar qualquer pessoa nova que entrasse na minha vida.

Até mesmo a minha própria filha!

Passei quinze anos da minha vida desprezando Nicole, ignorando ela e fingindo que a mesma não existia. Coloquei nas suas costas a culpa da morte da sua mãe, da mulher que eu tanto amava.

É algo que não me orgulho nenhum pouco hoje em dia. De como fui egoísta e idiota, com a minha própria filha. Mas foi apenas em um sonho que Luana me mostrou, que eu estava tomando atitudes erradas e fazendo sofrer a pessoa de onde eu deveria ter tirado forças para continuar vivendo.

Quando eu me permitir amar Nicole, tudo na minha vida mudou. Ela foi a minha salvação. Abriu a porta do meu coração e trouxe ele para luz novamente, me fazendo feliz outra vez.

Tanto que agora eu decidi me apaixonar mais uma vez.

Sim, vou abrir meu coração para encontrar uma nova pessoa, pois resolvi me dar uma nova chance.

Chega de chorar, chega de sofrer, chega de solidão. Tenho certeza que era assim que Luana iria preferir, então assim vai ser.

A minha mãe só não sabe disso ainda, pois se ela já me coloca pressão para me relacionar devidamente durante esses anos todos, imagina agora se ela souber que resolvi me abrir de novo?

Quero fazer isso no meu tempo e do meu jeito. Quando sentir que encontrei alguém especial, vou me jogar sem pensar duas vezes e sem dar tempo de desistir, e rezar para que a vida não me machuque outra vez desse jeito.

~ ♡ ~

— Tio. — Benny gritou vindo correndo na minha direção, enquanto eu descia as escadas.

— Não sobe a escada correndo Bernardo. — Minha irmã gritou do sofá, fazendo-o parar na ponta da escada.

— E ai garotão. — Peguei ele no colo, quando cheguei perto dele.

— Tio Rafa, você vai jogar vídeo game do carrinho comigo hoje? — Perguntou cheio de empolgação.

— Depois do almoço, sim. — Ele comemorou no meu colo e fui até Nicole beijando sua testa, depois beijei a da Marcela, minha irmã, e me sentei no meio delas. Bernardo continuou sentado no meu colo.

— Vem com a mãe, Bê. — Estendeu a mão pra pegar ele, mas ele negou com a cabeça.

— Quero ficar com o tio Rafa. — Diz me fazendo sorrir. Esse moleque era o meu grude.

— Qualquer dia eu vou perder o meu filho, pro Rafael. — Resmungou de brincadeira.

— Aceita que o Bernardo me ama mais. — Provoquei.

— Você ama o chato do Rafa, Bê? — Perguntou para o filho.

— Amo! — Diz com rapidez.

— Mais que a mamãe? — Perguntou novamente.

— Amo a mamãe, papai, tio Rafa, Nick, a vovó, vovô, tio Rique e o Huffle. — Bernardo listou todo mundo que ele ama, inclusive o nosso cachorro.

— Ou seja, ama todo mundo igualmente. — Nicole concluiu. Rimos.