Capítulo 18

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Com as mãos segurando o meu rosto, ele lentamente aproximou seu rosto do meu, eu perdi completamente meus sentidos, a única coisa que podia ver, eram seus olhos azuis, profundos e misteriosos, que me fazem querer mergulhar dentro desse olhar e não voltar nunca mais, a única coisa que posso sentir, é o seu cheiro amadeirado e o meu coração que bate mais rápido a cada milímetro que ele se aproximava.

Eu sabia muito bem o que ele queria fazer, e eu estava mais que pronta para retribui-lo. E então seus lábios de mármore se pressionaram contra o meu, nada selvagem, apenas um tocar de lábios. Ele se afasta um pouco e repete a mesma coisa, logo estamos nos beijando, o nosso primeiro beijo.

Ao fundo, um belíssimo pôr do sol acontecia, mas nada disso importava, é como se o mundo inteiro sumisse, é como se existisse apenas eu e ele no mundo, eu sinto dentro de mim uma sensação muito boa, de que eu estou fazendo a coisa certa, solto um suspiro. Suas mãos gentis, mas com uma força irresistível, afastaram meu rosto, eu abri meu olhos e vi a sua expressão cuidadosa e preocupada, como se estivesse com medo da minha reação.

Eu dou um sorriso, um sorriso que eu acho que nunca dei antes, um sorriso apaixonado, como se beija-lo fosse a melhor coisa que eu tivesse feito na minha vida, eu envolvo meus braços em sua volta e deito minha cabeça em seu ombro, o abraçando.

Não demora muito até que ele retribua e nós ficamos assim, abraçados dentro de um coração marcado na terra. Ele levemente começa e se mexer, de um lado para o outro, e eu o acompanho, não havia música alguma tocando, mas não precisávamos de nenhuma melodia além do silêncio, que as vezes pode dizer muita coisa.

Passamos um bom tempo assim, até que nós nos separamos, eu que estava ainda vermelha de vergonha, apenas paro olhando os meus pés, ele puxa o meu rosto para cima me fazendo olhar em seus olhos, ele coloca um mecha do meu cabelo para trás da orelha, me fazendo sorrir timidamente.

- Eu vou pegar minhas coisas, depois nós vamos pro castelo - ele diz e eu concordo com a cabeça.

Enquanto eu esperava ele voltar, eu escuto um barulho vindo das árvores, de inicio eu apenas ignoro, mas depois que o barulho se repete mais algumas vezes eu decido ir até onde o som está vindo. Conforme me aproximo o barulho aumenta, eu finalmente chego e encontro quem está fazendo o barulho, mas me surpreendo.

Quem estava escondido entre as árvores tentando chamar minha atenção é o meu pai, com suas roupas marrons tradicionais, eu quase não acredito quando ele fala comigo.

- Safira, quanto tempo - ele diz me abraçando, e eu, permaneço parada, sem reação.

- P-Pai, o que você está fazendo aqui? - é a única coisa que eu consigo perguntar.

- Minha filha, não tenha medo, eu não vim até aqui para te levar embora, mas vim para lhe contar uma coisa - ele diz olhando em meus olhos.

- Pois então fale - eu respondo prestando atenção.

- Serei direto, pois não tenho muito tempo - ele explica - O que eu quero te dizer, é que eu não sou seu pai.

- O que? Como assim você não é meu pai?! - eu digo já com os batimentos acelerados.

- Safira, eu recebi uma missão, essa missão era criar você e lhe esconder do reino e da civilização, isso porque você não apenas Safira, você é a Princesa Safira, filho do rei e rainha de Urbe.

- P-Pare de dizer essas coisas pai! - eu digo sem acreditar.

- Me desculpe por ter te contado isso dessa forma, mas acho que você precisava saber disso - ele diz com tristeza - Eu sei que você quer se casar com o príncipe, mas preciso que tome cuidado com o pai dele, afinal, foi ele que matou seus verdadeiros pais.

- Mas por que eles quiseram me esconder? Por que eles te deram essa missão?! - meu coração e minha mente estão confusos.

- Eles tinham medo do que poderia acontecer quando você se casasse com príncipe pois achavam que ele seria apenas um fantoche do pai dele, mas agora não há mais por que deixa-la presa, pois o reino já foi tomado.

- E-Eu não sei o que dizer, eu não sei o que pensar - digo com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu sei Safira, eu sinto muito por tudo isso, mas agora tenho que ir, e você também - ele fala e se despede, sumindo entre a mata.

- Safira - sinto alguém tocar meu ombro e eu me viro encontrando André - Eu estava te procurando, você se perdeu?

- Sim, eu me perdi por um momento, obrigado por me esperar.

- Tudo bem, já está quase de noite, vamos indo - ele diz e pega em minha mão e nós começamos a caminhar de mãos dadas até o castelo, já com com a capa vestida.

Eu não tive muito tempo para pensar sobre tudo isso enquanto caminhávamos, pois André puxava assunto comigo e me distraia, só tive tempo para pensar quando já estava em minha cama, deitada, apenas com a luz de uma vela ao lado da cama acesa.

Isso não pode estar acontecendo, não pode. Quando a minha vida começa a se ajustar isso acontece e vira tudo de cabeça para baixo. É tão difícil de acreditar no rumo que a minha vida tomou, tudo mudou tão rápido, de forma tão repentina.

Eu sou Safira, princesa de Urbe, meus pais, eram o rei e a rainha de Urbe, eles foram mortos brutalmente pelo Rei Stephen, o pai do homem que eu amo, o homem que me criou todos esses anos, na verdade era apenas um subordinado dos meus pais.

As coisas estão ficando cada vez mais complicadas, mas eu já tomei minha decisão, eu vou casar com André e conquistar o meu lugar por direito, eu vou ser Rainha assim como um dia minha mãe foi, eu vou governar esse reino e farei com ele prospere em meio a paz e alegria dos aldeões, enquanto ao rei Stephen, ele que me aguarde.

Um Amor Inesperado.Where stories live. Discover now