Amor; sem toque, sem dor.

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  Meu amor de horas. Aquele amor do ônibus, ou da esquina, ou do museu, ou até mesmo do semáforo. Aquele amor que aconteceu pelo olhar, não houve conversa, apenas olhares e aquele olhar único que durou exatos três minutos, e também aquele olhar de despedida que só se perdeu quando algo o bloqueou, quando a pessoa para sempre você perdeu; ou porque não foi corajoso o suficiente para correr atrás, ou por simplesmente não ter tido como correr atrás.
  Foi o amor mais puro e leve, não precisou conhecer a pessoa para saber que era boa, você sente a energia, sente a leveza, sente a conexão que poderia (ou não) ser o seu "para sempre". Foi o amor que não houve dor, não houve decepção, não houve briga; foi o amor que só lhe custou um sorriso leve e sincero até o final do dia, e também aquela procurada na internet para ver se não o reencontrava.
  Sim, foi um amor rápido, não passou pelo aniversário de um ano e nem pelo dia dos namorados; não conheceu a família e nem suas musicas favoritas; não teve o primeiro beijo e nem o carinho de dedo. Foi o amor de minutos, quem sabe de horas, mas não passou disso. Foi um amor, você sentiu; houve carinho que foi trocado pelos olhares sem ninguém tomar uma iniciativa, e houve saudades que foram expostas quando os olhares demonstraram arrependimento de não ter ido iniciar conversa e no sorriso que significou um "oi" e um "adeus" ao mesmo tempo. Foi um amor; sem toque, sem dor.

Ao Luís, ou Luiz, nunca soube e nunca saberei ao certo,
Julia Antenucci.

Minhas lágrimas em letrasWhere stories live. Discover now