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M i a

• não revisado •

Termino de fechar minha mala e respiro fundo com as mãos na cintura.

Eu estava aflita, estava demorando demais e cada dia que passava meu coração apertava ainda mais pelo tempo longe dele. Não nos falamos mais desde quando decidimos "viajar" e sei que ele sentia o mesmo. Eu queria poder voltar no tempo e quem sabe escutá-lo antes, mas talvez devesse ser assim. Com o sentimento de perda damos mais valor e isso ajudará os dois lados, sem contar que eu precisava desse tempo para pensar e colocar algumas coisas no lugar antes de tomar um passo grande demais para uma pessoa como eu.

__ tudo bem filha? - escuto a voz de minha mãe e me viro, encontrando a mesma parada na porta de meu quarto me olhando com um sorriso amigável.

__ sim - respondo baixo e passo as mãos pelo cabelo.

__ está tudo pronto? - ela se aproxima e eu apenas assento a olhando. __ meu amor. - ela sorri e coloca as mãos em meu rosto. __ tome decisões depois de ouvi-lo, okay? - concordo e ela deixa um beijo em minha testa.

__ Ele já chegou. - ela se afasta alguns passos e vejo meu reflexo no espelho atrás da mais velha.

...

__ Vejo você em breve, mãe. - me despeço da mesma e escuto o moreno atrás de mim limpar a garganta.

Me viro de cabeça baixa mas logo encaro seus olhos e sinto um arrepio correr por meu corpo.

Ele estava aqui, novamente, comigo.

Não me contenho e lanço meu corpo contra o seu, enrolando forte meus braços em volta de seu pescoço e sentindo o perfume amadeirado em seu pescoço. Os braços fortes de Jack se enrolam em minha cintura e com o aperto acabo por ficar com os pés fora do chão.

__ eu senti sua falta. - escuto ele dizer baixo entre meus cabelos e sorrio mesmo ele não vendo.

__ também senti sua falta, Gilinsky. - sou colocada de volta ao chão e sorrio observando seu rosto e o cabelo levemente bagunçado de sempre.

__ Bom crianças, divirtam-se. - minha mãe diz e sorrimos.

O mais alto me ajuda com a mala, levando-a para o porta-malas e logo depois entra no carro junto a mim.

A chave liga o carro e o barulho do meu sinto sendo travado, de uma forma estranha, me fez sentir uma sensação de aconchego.

O caminho é tranquilo, conversávamos e até mesmo riamos normalmente até entrarmos em uma estrada que eu já não conhecia. Eu não sentia medo, apenas curiosidade de saber onde aquilo daria.

Era e sempre foi bom ficar ao lado de Jack, mesmo que ele não estivesse me dando atenção por estar vendo um filme ou dormindo ao meu lado. Eu sentia saudade de meus dias em Los Angeles e sabia que ele estava fazendo muito em vir para outro estado apenas para poder explicar o que aconteceu e passar um tempo comigo.

Depois de mais alguns minutos a estrada já não é mais asfaltada e é apenas cercada por árvores. O céu já escurecia às cinco da tarde e a brisa fraca já fazia som na janela do carro. A música baixa ainda tocava no carro e os batuques dos dedos de Jack no volante me dava certeza de que eu ainda estava acordada mesmo com muito sono. O banco do carro parecia ainda mais confortável e o balançar do carro na rua parecia proposital.

𝐦𝐞𝐬𝐬𝐚𝐠𝐞𝐬 ✧ 𝐣𝐚𝐜𝐤 𝐠𝐢𝐥𝐢𝐧𝐬𝐤𝐲Onde as histórias ganham vida. Descobre agora