Put The Cuffs On Me - Levi Jones

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Era minha terceira garrafa de cerveja. As estrelas pareciam brilhar ainda mais forte na noite escura, enquanto eu tentava, ao máximo, acabar com meu estado de sobriedade.

A cena ainda se repetia na minha mente, me enlouquecendo cada vez mais e aumentando o desejo de ligar para ele. Eu sabia que me arrependeria quando estivesse sóbria, mas, no momento, aquilo não importou muito.

-Alô? Sarah? - seu sotaque sulista era quase nulo, a voz arrastada pelo sono que eu sabia que ele sentia. Eram duas da manhã, afinal. 

-Eu só liguei para dizer que eu sou uma otária apaixonada pelo melhor amigo que namora a garota perfeita, de notas perfeitas, rosto perfeito, corpo perfeito e família perfeita. 

-Você está bêbada? Sarah, onde você está? Eu vou te buscar - ignorei tudo o que ele disse e soltei uma risada.

-Ela beija bem, Drew? Sabe, vocês adoram fazer isso. Beijar em público. Ela deve ser boa o suficiente, já que vocês sempre estão colados - ouvi um barulho de motor e intensifiquei minha risada, rolando na grama. A colina tinha vista para a cidade, as luzes pintando o céu e os pontos piscando lá embaixo.

-Sarah, eu vou ligar para a sua mãe! - ameaçou. Abri outra garrafa, o cheiro de cerveja já estava impregnado em meu cabelo, de qualquer forma.

-Vai mesmo dizer para a senhora Walls que a filha dela está bêbada em algum lugar de LongVille que você não faz ideia de onde seja? Bela ideia, Dirksen.

-Sarah, por favor. Me diga onde você está! - fitei as duas garrafas lacradas de cerveja e as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Eu estava enlouquecendo de amor.

-Eu não posso voltar sem uma auréola, estou presa aqui recebendo o dobro, descontando meu fígado numa garrafa. O peso me puxa como uma âncora, eu odeio que o amor se tornou minha ira, se eu pudesse te salvar, eu voltaria.

-Sarah... - encerrei a chamada e me deixei chorar de forma livre, abraçando meu próprio corpo na noite escura que, agora, parecia querer me engolir. O celular tocou novamente, dessa vez, a imagem de um rapaz de cabelos encaracolados brilhava na tela. Meus dedos trêmulos aceitaram a chamada e a voz de Levi preencheu meus ouvidos, o tom preocupado me pesava o peito.

-Sarah, onde você está? O Drew me ligou desesperado e disse que você estava bêbada no telefone.

-N-na coli-ina - minha voz era rouca e as palavras custavam sair, minha mente rodando enquanto meu corpo caía de encontro ao gramado.

-Eu estou indo, ok? Fique acordada - ouvi uma porta bater ao fundo e um motor dar partida.

-Meu coração está perdido, Levi - solucei, as lágrimas ainda correndo - Preciso que alguém me liberte.

-Eu vou te libertar, Walls. Eu prometo.

ImaginesWhere stories live. Discover now