TERCEIRO CAPÍTULO: EXPERIÊNCIAS DA VIDA

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Ao chegar... Sandra e sua irmã, sem embargo, foram logo para dentro do Hospital enquanto fiquei aguardando, de dentro mesmo, do automóvel.

Num simples intervalo, uma amiga de muitos anos que não se víamos, me liga, e por coincidência, entramos em coisas temáticas com as que haviam conversado, ao longo da viagem.

No diálogo, uma das coisas que esta amiga desabafa é que na sua juventude quando após, ter "perdido sua virgindade", seu parceiro sempre dizia que os "dois tinham que tinham de ter um filho, pois só assim ninguém e nada iria separar os dois". Ao contraste da esposa de meu irmão, aquela adolescente teve uma marca não tão agradável quanto a que ouvir (de minha cunhada). Compreendi que mesmo numa fase estranha que é a adolescência, cuja não sabemos a medida certa das coisas, mas lá na frente sabemos as medidas que perdemos no passar do tempo e seus efeitos: positivos ou negativos.

Assim, absorvi mais experiências, ouvindo e buscando entender o lado daquela amiga, minuciosamente, sem cortes dos fatos. Como ela teria que sair para algum lugar, automaticamente – teve que desligar o telefone, se despedindo, reforçando que depois iriamos conversar mais...

Passados uma meia hora, minha cunhada desce (e sai) e me chama para subir até onde estava sua tia internada. Subimos.

Naquele quarto, só havia aquela senhora de mais de 60 anos, respirando com auxílio de aparelhos, – consciente ou inconsciente, não tinha ideia, – só Deus sabia! Apenas fiquei ciente, da companhia de filhos, e seu esposo que quase não saia de perto de seu leito. E em poucos instantes, minutos... – vi com meus olhos, cerca de apenas cinco (5) suspirar e aquela mulher aparentemente forte, expirar... Como todos já esperavam, de certo modo, pelo o estado e do agravo da enfermidade, que teria pouco tempo de vida, – então, os presentes – perante àquela situação, começaram a chorar, e logo, chamaram enfermeiras, e iniciou toda a correria em busca de algum sinal, mas era o final... As enfermeiras iniciaram a chamar o nome da senhora, e com extrema delicadeza, nos pediram a esvaziar o recinto para que realizasse os devidos procedimentos, ainda que fossem, os últimos. Respeitamos a procedência dos profissionais.

E todos já comovidos, tomados pelo um ambiente de luto, em seguida, uma notícia não mais surpreendente, mas uma confirmação lastimável de que ela estava a óbito.

Ao sabermos de fato, veio aquele momento que, os mais "próximos" vão para rente do corpo, a prantear, acariciar o cadáver, dizer as últimas palavras, enfim, olhar o fim de todos os seres humanos. Em toda aquela situação ímpar, também quase não despreguei meus olhos daquela mulher que só havia visto nos seus últimos suspiros, pensando como ela deveria ter sido... – mas, diante do recinto de nostalgia, uma cena chamou minha atenção: ver o esposo dela com lágrimas em seus olhos, retocando-a, fechando o que restou dos olhos abertos e boca, e fazendo cafuné por toda sua região facial... Perante tudo aquilo, naquele gesto de amor que consideramos sem nenhum efeito, pois não traria mais de volta a pessoa amada, tudo passa a ter efeito... Daí penetrou em meus pensamentos o valor das pessoas, o quanto é medida elas. Cheguei até suplicar na minha mente a Deus que desejaria morrer com alguém (cônjuge) assim me acariciando, ou se ela for primeira do que a mim, acariciá-la.

Nestas horas, paramos um pouco no meio do nada e perguntamos: Qual é o valor da vida?

UMA HISTÓRIA REAL ESCRITA EM POUCOS CAPÍTULOS: O Valor da Vida - (2015)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora