Capítulo 28 - Quase na cara da justiça

Začať od začiatku
                                    

- Camila, me escute - abri a boca para mais uma vez tentar dizer algo, mas fechei sem dizer uma palavra e respirei fundo - Como está Sofia?

- Sofia está bem. Está com as meninas no apartamento.

- Ótimo. Sei que você é perfeitamente capaz de cuidar mt bem de sua irmã. Vou precisar que faça isso caso algo aconteça comigo.

- O que? Mas do que é que você está falando?

- Oh Camila.. você ouviu. Existe a possibilidade de eu ter que ficar aqui. De eu ser presa.

- Mas não! Você é inocente! V-você tem que sair.

- Eu sei que sou, e você e sua irmã também sabem. E isso para mim basta. Quem quer que seja que fez isso, tinha o intuito de me manter aqui.

Senti meus olhos se encherem de água. Agarrei suas mãos.

- Mas eu vou tirar você daqui Mama... É meu trabalho!

Ela levou uma de suas mãos ao meu rosto, retirando meu cabelo de meus olhos.

- Seu trabalho é como qualquer outro. Tem dias em que tudo da certo, e outros em que tudo da errado. Você não pode vencer todos os casos. E a justiça... Bom, ela tem suas falhas.

Senti uma lágrima cair. Enxuguei meus olhos.

- Não escolhi esse emprego para deixar inocentes atrás das grades - ouvi dois toques na porta, Lauren estava de volta.

- Srta. Cabello, precisamos ir.

Me levantei da cadeira, olhando-a fixamente.

- Te vejo amanhã, fora desse inferno!

E assim, me levantei e saí daquela sala. Lauren fechou a porta e me seguiu. Um policial logo se aproximou .

- Srta...

Lauren apenas ergueu a mão, como um sinal para que não falasse mais nada, e deixamos o homem para trás.

Caminhei cabisbaixa até o carro. Abri a porta e me sentei no banco, como uma criança emburrada que não queria ouvir uma palavra depois de uma briga. Ela me deixou sozinha. Só entrou no carro minutos depois, e se sentou ao meu lado.

- Está tudo bem?

Respirei fundo.

- Está... Ela só me disse algumas coisas.

- Algumas coisas que não gostaria de ouvir?

Neguei com a cabeça. Não pela resposta ser negativa, mas por ainda não aceitar o que acabara de ouvir.

- Por que me dizer aquilo? É como se ela não acreditasse que fosse sair! Eu posso tirá-la de lá! Quer dizer, nós podemos!!

Lauren me observava. Mas segundos depois ela ergueu a mão e abaixou o guarda sol do caro. Pegou algo fixado ali que não consegui distinguir de primeira.

- A advocacia é uma área traiçoeira Camila. Você não escolhe 100% os casos que vai pegar. Acaba sendo advogada de uma pessoa, e tendo que defende-la mesmo que ela esteja errada. Todos têm direito a defesa. A um advogado. Você não vai sempre defender os bonzinhos. Eu... Nem sempre defendo os bonzinhos.

E então ela me entregou uma foto. Era um homem. Aparentava ter uns 40 anos de idade, mas sua aparência me enojava levemente.

- Peter Campbell. Fui designada ao seu caso. Assédio sexual de menores. Seu sobrinho. Foi levado a julgamento. Eu ao seu lado... Não perdi um único julgamento até agora. Isso significa... Que esse repugnante foi inocentado. Mas ele é culpado. Fiz o meu trabalho. Óbvio que isso me consumiu. Se escolhi a advocacia por algum motivo foi para defender os inocentes. Mas não é sempre isso que acontece. Isso foi a algum tempo atrás. Me senti muito mal por isso, e guardei essa foto dele para me lembrar dessas vertentes terríveis da profissão - ela pegou a foto de minha mão - a algum tempo atrás ele foi preso de novo. Flagrante. Pegou perpétua e eu... Finalmente me senti aliviada. Isso é o mundo Camila. Infelizmente as coisas tocam assim. Mas se não fosse assim, sua mãe, inocente, também não teria direito de se defender e ficaria presa. Funciona bem dependendo da situação.

The lawWhere stories live. Discover now