Capítulo 10 - O caso de Davidson James

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Pov Lauren

O início de tarde em Miami era calmo. Minhas mãos envolviam o volante da BMW M6 que dirigia. O banco ao meu lado era ocupado pela morena que agora me ajudava. Suas mãos estavam ocupadas com uma caneta e um celular, no seu colo, a pasta com as informações do caso aberta em uma página com a fodo de Daniel Hale.

Tirei os olhos da estrada por um segundo e observei a caneta em.sua mão. Com o pouco que já estive com ela, me parecia que a caneta era um costume. Era melhor não pregunta-la sobre o assunto, não abrir espaço para assuntos pessoais, mas só podia ser impulso de advogada.

- Das poucas vezes que te vi concentrada em algo você estava com essa caneta em mãos. - ela me olhou e no mesmo instante parou de girar o objeto. - Qual o significado?

Ela suspirou olhando a caneta e colocou um sorriso de canto no rosto olhando para mim em seguida.

- É involuntário. Não me lembro quando comecei com isso, mas me acalma e mantém concentrada.

Concordei com a cabeça voltando minha total atenção para a estrada. A mulher ao meu lado respirou fundo, e assim eu sabia que começaria a falar.

- Daniel Hale. Negro, 27 anos, funcionário de Petters Anington. Mora sozinho, sobrevive do salário que ganha na pizzaria. O garoto estava fora da cidade desde que o caso foi aberto a um mês atrás.

- Estava em outro país. O juiz recusou meu pedido de intimação na época.

- Com certeza esconde alguma coisa. Provavelmente voltou porque acha que com.o julgamento sendo hoje não há mais tempo para procura-lo. Afinal, - ela mecheu em algumas folhas da pasta. - o vôo dele pousou a apenas algumas horas.

- Exato, e não é só isso.

- Claro que não. O recibo das passagens usadas por Daniel estão em nome de Patricia Anington, esposa de Petters. Ele não foi esperto o suficiente para escolher alguém de maior distanciamento famíliar. Obviamente, Anington não o queria por perto e Hale tem muito o que explicar... Por que não apresentou o recibo como prova no mês passado?

- Recibos assim demoram um tempo para ser adquiridos. Quando consegui procurei o juiz e pedi um reagendamento do julgamento mas foi negado. Não esperava que ele cedesse.

A mulher balançou a cabeça demonstrando que compreendia.

- Hipóteses para a retirada de Daniel da cidade?

- Bom... Pelos documentos aqui presentes, Daniel me parece que depende do emprego para pagar os remédios da mãe em estado vegetativo no hospital. Um pouco, desesperado eu diria, julgo que usaria de subterfúgios para consegui-los. Já Petters, olhando os documentos gerados do julgamento, me parece bem tranquilo como se não tivesse nada a esconder, o que não é o que tudo isso está mostrando.

Um sorriso se moldou em meu rosto. Ela sabia exatamente do que se tratava.

- Você pensa como eu Srta. Cabello. Compreende facilmente do que de trata e analisa os detalhes com clareza.

- Mas é claro! Davidson é claramente inocente, o caso só se torna complicado pelo fato do réu ser negro e Anington branco! Podia ter terminado o caso a um mês atrás, mas não conseguiu, por que a peça principal estava fora.

Neguei com a cabeça enquanto puxava o freio de mão. Me imprecionava as habilidades que ela demonstrava a cada dia.

Abri a porta e desci do carro ouvindo o barulho da outra se fechar. Caminhei lentamente até o outro lado do carro e fitei a casa na qual havíamos parado em frente. Era uma casa simples, de um andar. Ao julgar pela fachada os cômodos deveriam ser bem apertados. Não me parecia bem cuidada, Daniel morava sozinho nela desde que a mãe foi internada a quatro meses atrás.

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