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Estávamos numa das dezenas de salas de estar do castelo quando Keith entrou correndo.

Fazia quatro dias desde que encontraramos Brea. Sabíamos que ainda faltava um e que Brea nos levaria à pessoa que fecharia o ciclo, mas nenhum de nós se importava de verdade em sair de tanto conforto.

Eu estava jogada num sofá, com a cabeça no colo de Brea, quando a porta se escancarou.

Keith, sem fôlego, cuspiu as palavras. "Caçadores. Vanalius. "

Eu me levantei rapidamente e cruzei a sala antes que ele terminasse de falar.

"Onde está Aerith? Por que eles estão aqui?" Eu perguntei.

Ele tomou um fôlego grande antes de falar com clareza.

"Eles a intimaram. Trouxeram um decreto assinado pela rainha para a busca de vocês. Vocês estão sendo considerados traidores reais e parece que seu showzinho em Trenity teve testemunhas que venderam a informação. "

Thierry estava do meu lado agora. "Ela não pode simplesmente mandar eles embora? Ela é a rainha. "

Eu toquei seu ombro. "Ela não pode. Traidores reais estão além de qualquer asilo político. Minha rainha teve que deixar eles entrarem. "

"O que fazemos agora?" Brea perguntou atrás de mim.

"Agora vocês fogem. Eles estão do outro lado do castelo. Peguem suas coisas no quarto e vão para os estábulos. Depois vocês devem fugir para longe. O mais longe que conseguirem. "Ele disse.

Keith olhou nos meus olhos e segurou meus ombros. "Anaya, eu não possuo qualquer interesse em lhe dar uma ordem, mas aceite minhas palavras como o conselho de um amigo: faça as pazes com a rainha de Vanalius. Ela é sua melhor chance de combater o mal que há por vir. Já tem a aliança de Aerith, com a aliança de Antracia vocês podem ter um amparo para o futuro. Talvez consigam falar com Silas em Ganesha depois. Quanto mais aliados vocês tiverem, melhor."

Eu beijei sua bochecha. "Obrigada. Espero que nós nos reencontremos novamente. "

"É o meu desejo também. "

Então nós corremos. Talvez Aerith soubesse que algo assim pudesse acontecer ao nos colocar no mesmo corredor, mas nos ajudou muito.

Peguei minhas armas e joguei a mochila nas costas. Taurus havia pegado nossas mochilas na casa de Heyden ao nos levar, então ainda tínhamos nossas coisas de vida na floresta.

Convergimos de volta para o corredor e pegamos um atalho para os estábulos, com Thierry guiando.

"Fiz um mapa mental do castelo para emergências. Ao que parece, foi útil. "Ele disse.

Estávamos quase lá, eu já podia sentir o vento no cabelo, quando notei que Brea não estava conosco.

"Ela estava aqui há um segundo. "Heyden disse quando paramos.

"Vão. Peguem os cavalos e fiquem depois da ponte. Eu os encontrarei. " Eu disse e comecei a me afastar.

Alguém me seguiu e não fiquei surpresa ao ver que era Heyden.

Corremos de volta pelo caminho que havíamos percorrido e eu ouvi vozes baixas vindas de um corredor adjacente.

Heyden sacou sua faca e eu a espada. Me inclinei na virada do corredor e olhei para onde as vozes vinham.

Haviam três homens, com colarinhos cinza, e Brea estava amarrada e amordaçada atrás deles.

Os três estavam absortos em sua discussão mas ela me viu. Arregalou os olhos e balançou a cabeça, me dizendo para ir embora. Eu lhe dei um sorrisinho sarcástico que lhe disse que ela podia esquecer essa ideia.

Eu me virei para Heyden e combinei o plano rapidamente com ele. Ele assentiu e passou por mim, gritando pelo corredor.

"Brea! Brea, onde você está?" Ele gritou e passou pelo corredor.

Os três pararam de falar e houve silêncio antes de eles o emboscarem. Girei minha faca na mão e atirei-a contra o pescoço de um deles, que caiu sobre outro.

Corri e saltei no terceiro, cortando seu peito com facilidade. Ele caiu no chão e engasgou com seu próprio sangue.

Arranquei minha faca do pescoço do morto e a entreguei para Heyden. Tirei o peso de cima do único caçador vivo e deixei Heyden fazer as honras enquanto eu ia buscar Brea.

Soltei seu pulso e ela se encarregou da mordaça.

"Obrigada. A vocês dois. Não precisavam voltar. Seria sensato não voltar. "

"Sensato não faz parte do meu vocabulário, querida. "Heyden disse, com um sorriso.

Corremos até os estábulos e montamos rapidamente os cavalos já selados.

Disparamos pela ponte e avistei Collen e Thierry no final da ponte, escondidos por algumas árvores.

Brea foi logo na frente, pois a ponte era estreita demais para três cavalos lado a lado.

Assim que atingiamos o final, olhei para trás, para ver se Taurus ou Aerith estariam ali.

Mas ao invés deles, quatro homens estavam de pé no início da ponte, com objetos na mão.

Estreitei os olhos para enxergar melhor e Heyden gritou.

Eu fui atirada do meu cavalo, jogada de costas para o chão.

A dor me cegou por alguns instantes e ouvi o som inconfundível de arcos disparando.

Heyden deu uma um berro agudo e cambaleou até o córrego que percorria aquela parte terra ao lado do fim da ponte.

Ele caiu de joelhos e apoiou uma mão no chão e então eu vi.

Três flechas estavam cravadas em suas costas.

A Ruína da RainhaWhere stories live. Discover now