Meu pai está deitado com Anastácia tentando não deixá-la mais assustada, e Carlos sempre me pergunta se preciso de alguma coisa. Ele também se sente culpado pelo acontecido.

A polícia já nos interrogou, e disse que fará de tudo para ajudar. Sr Joshua, está aqui junto com Clary, tentando repassar o que aconteceu na cena. Por sorte conseguimos recuperar o celular da Julia.

— Ela recebeu uma ligação sem identificação três minutos antes de ser raptada. - Clary fala, analisando o celular. - Pai, dá para identificar quem fez a chamada?

— Na verdade, acabei de fazer isso. - Drew fala, ainda olhando o notebook. - É de um celular descartável, entretanto, consigo triangular as redes de sinais e descobrir o raio de onde a chamada foi feita... Achei, foi a equivalente a 1 km de onde Julia foi sequestrada. Ela estava sendo observada o tempo todo.

— Tem como verificar as câmeras, para ver quem pode ter ligado? - pergunto com uma ponta de esperança.

— Se eu conseguir achar uma próxima. Tem uma cafeteria próxima, ela tem câmera externa... - Drew, gruda os olhos no notebook. Ele franze a testa, e depois arregala os olhos.

— Vocês acreditam que os mortos podem ressuscitar? - ele pergunta, virado o notebook em nossa direção.

Era o Gabriel.

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- Aquele filho da puta está vivo? - Xavier pergunta incrédulo. - Como ele conseguiu sobreviver? Ou melhor como ele conseguiu enganar os resultados? Ele é mais esperto do que prevíamos.

Xavier voltou da expedição no aeroporto quando recebeu a notícia. Com ele trazia a informação que uma empresa tinha alugado um jatinho particular. É claro que a empresa era de fachada. E agora sabemos de quem pertencia.

- Na próxima vez que eu o ver, vou me certificar de deixar ele morto. - Xavier sai da sala, enfurecido, não sei pela frustração de saber que Gabriel não está morto, ou temeroso pela vida de Abigail. Ou os dois.

Ainda não sabíamos o destino do jato, porque a empresa não entregava informações sem mandato. Decidimos hacker o sistema deles.

— Estou verificando as câmeras para saber se realmente eles pegaram um jatinho. - Drew fala. - Julia tem quantos metros?

— 1 metro e 58. - Sra Eva diz, com um lenço na sua mão, que está trêmula.

— Ok, é possível que seja ela mesmo. - Drew passa a mão pelos cabelos.

Pulo para ao lado dele, e Clary também.

Sim, pelo tamanho era ela. O problema é que estava dentro de uma mala de plástico preta.
- Ela não está morta, certo? - minhas lágrimas estavam rolando do olho involuntariamente.

— Mantenha a calma, ela está bem, eu sinto isso. - Sra Eva, me abraça me confortando. - Minha filha está bem.

— Gabriel não é burro. - Clary fala, com os olhos grudados na tela. - Pai, o senhor é um bom analista. Veja se eu estou errada, mas ele queria ser visto. Queria mostrar quem é o mais inteligente, ele não fará nada com Julia, porque ela é o prêmio dele. Mas não sei por quanto tempo ela vai está a salva. Isso é um jogo. Como xadrez.

— Pelo comportamento dele, é isso mesmo que Clary falou, eu duvido muito que ali seja ela no saco. Pode ser qualquer peso, ou outra pessoa, só para parecer que ela está morta. Ele quer o prêmio só para ele. E se ele sentir-se ameaçado, ai sim ela tá correndo perigo. - Sr Joshua diz, concentrado. - Temos que chegar devagar, pois se fomos intensamente ele vai saber, e vai matá-la sem piedade.

Irresistivelmente AtraenteWhere stories live. Discover now