Capítulo 22 - Como Antes

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Ela sentiu algo frio ajudando-a a se levantar.

Abriu os olhos vermelhos e viu a imagem embaçada do homem.

- Alfred - murmurou, sorrindo e afundando a cabeça em seu peito.

Ele ainda não era um homem em carne e osso. Apenas uma impressão do passado, mais opaco e substancial que as lembranças. Nada mais que o suficiente.

Alfred sorriu para ela e a segurou pelos ombros. Tirou o cabelo úmido dos seus olhos e acariciou sua bochecha.

- Você está linda - admirou-se.

Baston saltou da maleta e aterrissou no ombro do homem.

Ele riu e pegou o gato no colo.

- Parece cansada.

- Um pouco - admitiu.

Alfred pegou sua mão e a levou por um caminho pela floresta.

- Vai ficar bem aqui? Sozinha? Tenho medo que os markais lhe peguem. Não acha melhor ficar com Soline? - Perguntou, preocupado.

- Vou. Posso chamá-la para me ajudar a cortar os cogumelos, mas não posso abandonar o lago. Aqueles monstros já conseguiram roubá-lo de mim uma vez; não os deixarei fazê-lo novamente.

Ele assentiu lentamente.

- Gosta daqui, Alley?

- Muito.

Alfred sorriu para ela e lhe deu um beijinho na testa.

- Como foram os últimos dois dias?

- Conheci algumas boas pessoas.

- Ah, é? Fale mais.

Eles chegaram à ponte de pedra. Alfred deitou-se no chão e pôs o gato aninhado entre seu corpo e o de Alley.

- Havia uma mulher que gostava de música alternativa, uma menina que gostava de coelhos e uma moça que gostava do universo...

E ela contou tudo até ser tarde demais e acabar adormecendo.

Quando amanheceu, só havia ela e Baston na ponte. Não se incomodou com isso. Sabia que agora tudo estaria bem. Como antes, quando tinha tempo demais.


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O Lago de AlleykeOnde histórias criam vida. Descubra agora