A Sra. Chermont estacionou o carro à frente de um restaurante bonito e iluminado. Uma janela estava adesivada com "Fazenda Leeds - Rodizio Bar & Grill". Todos saíram e se amontoaram na calçada, seguindo para a porta.
Um rapaz bem vestido os guiou pelo ambiente fino até uma mesa longa onde já se juntavam algumas pessoas. Alleyke sentou-se entre o Sr. Chermont e Felicy após apertar a mão de um homem, assim como todos ali.
Dois garçons trouxeram a comida pouco tempo depois.
- É um prazer tê-la aqui, Becky - o homem disse.
- O prazer é meu, Sr. Finlay - a Sra. Chermont respondeu, sorrindo.
Alley olhou pela janela. Por alguns momentos, esqueceu-se totalmente de onde estava e vagou em pensamentos. Conhecia esse lugar. Já havia estado ali com Alfred uma vez.
Foram até lá, jantaram e depois foram de trem até umas ruínas turísticas na Kirkstall Abbey. Elas ficavam fechadas durante a noite, então tudo estava escuro e silencioso. Foi lá onde ela contou a ele sobre o que era, sobre o seu mundo, sobre sua espécie. E ele não ficou assustado, mas encantou-se com tudo.
Sentiu uma queimação na mão esquerda ao acordar do seu devaneio.
O Sr. Finlay e a Sra. Chermont ainda conversavam sobre o trabalho. Alley olhou discretamente para baixo, onde seu braço descansava sobre seu colo.
Em alguns pontos, sua mão estava escura e puída.
Droga! Odiava quando viagens anteriores interferiam na duração das atuais!
Suspirou e fechou os olhos. Tinha de se apressar ou poderia não ter tempo para tudo.
Com agilidade e rapidez, Alley se levantou, pegou uma garrafa pequena e vazia de cerveja sobre a mesa e um guardanapo de pano.
- Alleyke? - todos exclamaram quando ela deu as costas para a mesa e partiu para a saída do restaurante.
- Eu sinto muito... Eu... Eu juro que sinto muito. - Disse rapidamente e saiu do restaurante.
As sapatilhas estalaram na calçada de pedra enquanto ela corria. Estava chovendo novamente. Seus cabelos se colaram ao rosto.
Passou por dentro da estação de trem e localizou o Achados e Perdidos. Estava tarde, provavelmente a troca de turnos. Bem, o fato é que não havia ninguém guardando o lugar.
Ela entrou e andou pelas prateleiras. Pegou um casaco, uma garrafa d'água vazia e alguns trocados de uma bolsa e saiu.
O trem de que precisava sairia em cerca de quinze minutos, então sentou-se num banco. Pegou o guardanapo e o amarrou firmemente ao redor da mão corroída no tempo. Vestiu o casaco e guardou as garrafas nos bolsos de dentro. Pegou os trocados e foi até a bilheteria.
- Um bilhete, por favor - pediu, passando os trocados pelo balcão.
A mulher do outro lado lhe devolveu algumas moedas e o bilhete.
Seis minutos.
Ela voltou ao assento e refez seu bom e velho coque. A estação estava quase vazia. O relógio digital lá no alto mostrava 22:53.
Às 22:58, o trem chegou. Umas sete pessoas desembarcaram, e outras três, além de Alley, embarcaram.
Procurou um lugar afastado do resto delas, à janela.
O apito soou e o trem partiu.
Alfred o chamava de "Trem dos Abandonados", porque todos naquele horário pareciam meio desorientados dentro dele.
Alley sentiu algo lhe incomodar e apalpou suas vestes. Havia uma coisa num bolso bem escondido no vestido que Felicy lhe dera. Era pegou os objetos. Eram um MP3 e fones de ouvido. Pareciam bem antigos, mas o aparelho estava carregado.
Ela pôs os fones e deu play na música. Deitou sua cabeça na janela do trem e sentiu a cidade passar por ela. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto como apenas mais uma gota de chuva quando sentiu uma pontada de dor forte percorrer o braço. Mais uma solitária gota de chuva.
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O Lago de Alleyke
FantasyAlleyke vive em um mundo paralelo ao nosso, no Lago de Alleyke; uma cópia exata do Lago de Ekyella, em Leeds, na Inglaterra. Tudo estava bem até que precisa embarcar em uma jornada pelo nosso mundo em busca de um diário onde estão contidas informaçõ...