Cap.39

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POV DELILAH

Assim que me dou conta do que houve, me afasto, apenas o suficiente para ter minha testa colada a sua. Sem dizer uma palavra, apenas continuo assim, e decido que, ao menos por algum tempo, não pensaria em responsabilidade. Esqueceria tudo o que nos aconteceu, o que era correto e o que não era. Passamos por muito. Muito mais do que uma pessoa qualquer pudesse suportar. E merecíamos aquilo. Aquele momento.

"O que você me pediu... esquecer. Superar. Não sei se posso lhe conceder. Mas, amor?  Isso é uma coisa que eu posso lhe oferecer. Então pelo menos por enquanto. Enquanto estivermos aqui juntos, fica do meu lado. Me deixa segurar sua mão, cuidar de você. E depois nós pensamos no resto okay? Eu prometo." Suas palavras trazem conforto. Carinho e levam embora a preocupação e o sufoco que sentia há não muito tempo atrás. E me deixo levar pelo seu toque doce em minha bochecha. 

"Apenas enquanto estivermos aqui." Seu sorriso cresce como nunca antes, e num movimento rápido, seus longos braços circulam meus ombros, e seu corpo esguio cobre o meu, enquanto sua risada colore minha noite de uma forma que só ele sabe.

...

Percebo seu olhar sobre mim e deixo um sorriso escapar. Deslizo minhas mãos pelos seus cabelos macios e desço até seu rosto. Desenhando seu maxilar com meu indicador.

"O que acha de irmos até um lugar?"

Arqueio uma sobrancelha. "Você disse que deveríamos ser discretos."

"Apenas esta noite. Já não corremos risco. Ninguém sabe que estamos aqui. Como fazíamos antes."

"Tudo bem. Onde?"

"O que acha do London Eye?"

"Perfeito." Sorrio.

Não demoramos a sair do quarto. Com um sorriso orgulhoso, Harry agarra a minha mão e me leva pelo corredor em direção ao elevador. Assim que as portas se abrem, Harry se apressa a apertar o botão do primeiro andar, e em minutos chegamos ao nosso destino. As portas se abrem e várias pessoas se espalham pelo hall de entrada e assim que saio, esbarro em uma delas, que tropeça e vai de encontro ao chão.

"Nossa, me desculpe eu não pude te ver. Está tudo bem? Se machucou?" Pergunto com preocupação e ajudo o garoto a se levantar, enquanto Harry aparece bem atrás perguntando o que aconteceu.

"Tudo bem eu-" Reconheço a voz de imediato e me surpreendo, ao perceber de quem se tratava. "Delilah?"

"Louis? O que faz aqui?"

"Eu quem pergunto. Ai meu Deus você voltou." Rapidamente, Louis me puxa para um abraço entusiasmado e sua voz fica mais alegre me contagiando. "Por onde andou e por que não disse que estava de volta?"

"Eu acabei de chegar. Nós." Digo. Logo Harry para bem ao nosso lado e se assusta ao ver Louis bem a sua frente.

"Harry!" O moreno sorri.

"Louis! O que faz aqui? Achei que estivesse com Paige." Diz. Sinto desconfiança em sua voz e começo a me perguntar mesmo o que Louis de todas as pessoas faria no mesmo hotel que nós dois.

"Vim ter uma reunião com alguém mas estava mesmo de saída. E vocês? Por que não foram pra casa? Poderiam ter ficado conosco é bom saber que as coisas andam melhorando entre vocês dois."

"É mesmo sobre isso que iríamos falar. Amanhã. Mas como você está aqui, acho que podemos deixar o London Eye pra depois. Tudo bem Delilah?" Harry pergunta. Os olhos de Louis nos entreolham em curiosidade e aceno em concordância deixando o moreno ainda mais intrigado.

...

"Com certeza você já viu sobre isso. Foi a razão pra precisarmos de mais funcionários em um período tão curto." Harry empurra o notebook em frente aos olhos de Louis e este estuda tudo com cuidado. Lê cada notícia e mantêm uma expressão séria ao ser questionado sobre o que vem acontecendo na empresa.

"Sim, mas não pude dizer se era real ou não."

"Em parte." Neste momento, Louis volta seus olhos para Harry, e sua expressão muda de seriedade pra desconfiança. "Meu pai começou tudo. Passava por dificuldade e num momento de desespero resolveu tudo da pior maneira. Mas eu não continuei. Não concordei com nada daquilo apenas fui prejudicado por assumir a empresa em seu lugar. Por essa razão precisamos de sua ajuda. Você conhece Roland Geoffrey certo?" Mais uma mudança ocorre e Louis começa a ficar tenso. Suas mãos começam a suar e suas pupilas de dilatam. Medo é presente nos seus olhos azuis, quando Harry cita Roland.

"O-o que vocês tem a ver com esse homem?" Louis questiona.

"Ele trabalhou com meu pai em sua empresa muito antes de ele nos deixar. Foi o segundo participante do seu sistema, porém, foi o único incriminado pelo sumiço do dinheiro. Meu pai, teve medo que pudesse ser preso junto a Roland se começassem a desconfiar das notas entregues pelos dois, então, antes que a polícia fosse chamada o humilhou em meio aos funcionários e o demitiu. Roland não  levou um centavo e meu pai o enganou." Disse Harry.

O choque nos olhos de Louis e a expressão dura de Harry, trazem um arrepio direto pela minha espinha, e meu medo aumenta. Perguntas sobre o porquê de Louis ter ficado tão assustado correm pela minha cabeça, e não posso ignorar a ideia de que possa ter perdido muito desde que fui embora de Londres há cerca de 4 meses atrás.

"Sem sua ajuda, esse plano não vai dar certo e eu posso ir para a cadeia se não provar minha inocência, Louis."  Frustrado com o silêncio do moreno, Harry o pressiona. O desespero em sua voz evidente, e o rosto, pálido. O stress de tudo isso já não o permite fazer muito a não ser pensar em seu destino quase duvidoso. "Me diga, por que esse homem te assusta tanto?"

"Ele não é uma boa pessoa Harry. É perigoso. Já fez muito mal a muita gente e temo que não esteja sozinho nisso. Já pensou na possibilidade de ter algum envolvimento em tudo isso? E mesmo que não seja assim, ainda não entendo o que poderia fazer em relação a isso, falar com ele com certeza não iria adiantar." Diz Louis. Já tão frustrado quanto. O ambiente começa a ficar denso e as perguntas de Louis se repetem em minha cabeça. Harry disse que a denúncia havia sido feita anonimamente. Me pergunto se Roland esteve por trás disso todo o tempo. 

"Roland não faria algo assim Louis. Ele não é estúpido, seu nome também está em jogo. E não se preocupe com isso, apenas preciso que me ajude a pegar algo. As notas fiscais verdadeiras, trocadas por ele e meu pai durante o processo, ficaram com ele. Tudo o que precisa fazer é distraí-lo, assim podemos pegar e provar minha inocência." Num momento de distração, sinto a mão de Harry a tocar a minha, e pequenas festinhas são feitas nestas, levando parte do meu medo embora com elas. "E logo a da Delilah, que por descuido meu foi vista e pode receber uma pena como cúmplice." Seus olhos se voltam para os de Louis, e esse por sua vez, mantêm os seus por mais alguns segundos sobre nossas mãos, e voltam para os de Harry que o olha esperançoso. "Sei que não somos muito próximos, mas vocês são. Encare como se estivesse a ajudando. E por consequência me ajude também."

Louis suspira. "Tudo bem. Me explique novamente o que devo fazer e eu ajudo vocês."

Harry sorri.

...



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