Cap. 7

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POV DELILAH 

"Quanto tempo ainda falta?" - pergunto a Harry pela terceira vez nas últimas duas horas.

"Já devemos estar chegando, Delilah. Pelo amor de Deus, está parecendo uma criança." Bufo e cruzo meus braços contra o peito. Ouço sua risada abafada ao meu lado. É a primeira vez que vejo-o a rir e devo dizer que tem uma risada adorável.

"Eu sei, mas já não aguento ficar aqui dentro. Por favor, Harry, apenas pare para descansarmos."

"Tudo bem, tudo bem! Vamos parar um pouco." O garoto estaciona o carro em uma rodovia silenciosa e pequenas gotas de chuva começam a cair e molhar os vidros do carro.

Silêncio domina a pequena divisão e sinto o olhar de Harry sobre mim. Calor sobe até as minhas bochechas, e finjo ignorá-lo por alguns instantes. Descanso minha cabeça na poltrona do carro e viro meu rosto, pegando Harry com os olhos sobre o meu colar.

"O que é isto?" - o garoto diz, seu indicador apontando para o acessório.

"Ah, Isso?" Levo meus dedos até o cordão preto, e uma pequena âncora pula para fora de minha blusa. "É algo que carrego comigo há muito tempo. Imagino que nunca tenha tirado." Completo.

"E por quê?"

"Bom, é complicado. Nada do que faço deixa de carregar uma razão psicológica." Harry se vira em minha direção, e seus olhos se carregam em atenção. "Acho que assim como os navios, todos precisamos de algo que nos traga para baixo e mantenha nossa cabeça no lugar. Algo que nos mantenha em terra firme e não permita que nos percamos no mar agitado que nossa vida pode se tornar. Por isso carrego a minha. Ela me lembra de sempre me manter firme e não permitir que me afunde em acontecimentos passados. Elas podem parecer coisas simples e objetos sem muito valor, mas têm sua importância e assim como as outras partes do navio também merecem atenção. É bobo, eu sei." Levo meu olhar para as minhas unhas , e espero para que Harry diga algo.

"Não é bobo. Na verdade, eu também tenho uma." O rapaz sobe a manga de sua camisa, e o desenho de uma âncora aparece em seu pulso esquerdo. Nunca imaginaria Harry como uma pessoa tatuada. Mas se parar para pensar, nunca havia reparado muito nele, para ver alguma coisa. "Acreditava no mesmo que você, mas desde que Madelyn se foi, não vi mais razão para me manter firme. Ela era minha razão, e se foi já há muito tempo."

"Talvez você apenas precise encontrar outra." As palavras saem antes que possa pensar em qualquer coisa.

Um silêncio constrangedor invade nossa conversa novamente. Um clima estranho se instala no ar, e talvez, pelo sentimentalismo da situação e a maneira como conduzimos nosso dia, um carinho nunca antes experienciado ao seu lado faz com que nos movamos muito rápido. Quando menos esperava, juntos, nos aproximamos, e à cada milésimo, o espaço entre nós se diminui drasticamente. Um misto de sensações me invade, quando sinto sua mão quente em contato com minha bochecha. Fecho meus olhos, e num movimento rápido, encosto meus lábios aos do rapaz, nos movendo em um beijo quente e apaixonante, como nunca em toda minha vida havia experimentado. Sou tomada por um sabor intoxicante de menta e um arrepio percorre minha espinha. Borboletas voam por todo o lugar, e me sinto viva como nunca antes.

Entrelaço meus dedos pelos seus cabelos, e antes que pensasse em qualquer coisa, sou interrompida pelo rapaz a me olhar, com suas lindas esmeraldas, mais verdes e brilhantes do que nunca antes.

POV HARRY

Sou surpreendido pelos lábios de Delilah contra os meus. Meu rosto queima com intensidade, e não me sinto tão desesperado por alguém desde que Madelyn se foi. 

Madelyn... Oh, meu Deus! Sou invadido por um sentimento de culpa, e rapidamente me separo do toque de Delilah, que me olha, coberta de confusão.

"Me desculpa, Delilah. Eu não consigo." Fecho os olhos, e Delilah se afasta. Decepção e arrependimento são sentidos em meu coração, e por alguns segundos, preferia não ter feito nada. Isso foi um erro. "Sinto como se estivesse a traindo."

"Madelyn morreu, Harry" - Delilah diz, seus olhos ainda grudados na janela. Levo minhas mãos aos cabelos em frustração, e um longo suspiro cai de meus lábios, ainda úmidos, sentidos com os fantasmas dos beijos de Delilah.

"Eu sei. É que-"

"Esqueça. Não deveríamos ter feito isso. Estávamos muito sensíveis e fomos levados pelo calor do momento." A falta de segurança em sua voz faz-me sentir como se tivessem me apunhalado ao peito.

"Não fique triste, por favor." Não recebo resposta, e desisto de tentar me desculpar. Angustiado e arrependido, ligo o carro, voltando a dirigir em direção ao nosso destino.

(...)

Paro em frente ao hotel onde passaremos a noite e Delilah ainda não fala comigo. Um misto de preocupação e cansaço levam meus olhos em sua direção novamente. Sua testa se mantém encostada ao vidro e me pergunto se devo dizer algo ou não. Decido pela primeira opção e tento de alguma maneira, aliviar a tensão entre nós dois.

"Eu..."

"Passaremos a noite aqui?" Sou interrompido, e Delilah se abaixa, tirando os saltos os quais tem usado durante todo o dia. Assim que o faz, marcas avermelhadas aparecem em seus calcanhares, e num movimento contínuo, Delilah massageia os pés descalços.

"Sim."

"Ótimo." diz, em baixo tom. Retiro a chave da ignição, e desço do carro contornando-o em direção ao lado do passageiro.

A chuva aumenta cada vez mais, e sinto minhas roupas à ficarem cada vez mais pesadas. Abro a porta para Delilah, e esta, corre em direção à entrada com seus sapatos nas mãos. Seus cabelos escuros, se encharcam com a chuva contínua, e me apresso em trancar o carro para me juntar ao seu lado.

De frente para o balcão, um homem de uniforme bem arranjado no auge de seus quarenta anos nos atende. Seu crachá de metal brilha em frente aos nossos olhos, e o nome Hank, se destaca em tom vermelho.

"Boa noite. Como posso ajudá-los?" Hank nos lança um sorriso amigável, e Delilah, mais ainda, retribui com doçura.

"Gostaríamos de dois quartos para passar a noite." O homem confere os registros em seu computador e volta seus olhos à nós dois, com uma expressão constrangida.

"Infelizmente nós só temos um quarto de casal disponível." De todos os momentos, este é aquele em que menos desejávamos ouvir tal frase.

"Tudo bem, pode ser. Passaremos a noite aqui e iremos embora amanhã pela tarde." O recepcionista nos passa nossas chaves e seguimos caminho por um corredor extenso até o nosso quarto.

...

E aí o que acharam? Não tenho muito a dizer hoje apenas que ando tendo um pequeno problema com a capa por isso se mudar muito já sabem o motivo ok? Não consigo decidir qual colocar rs

Victória xx



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Finalmente o problema com a capa está resolvido <3 poderei descansar depois de tanta luta. Outra coisa é que eu vou estar viajando e por isso é provável que fique sem internet. Devo dedicar esse tempo de viagem a Deixe-a Ir (Let Her Go) por isso logo que eu voltar posto alguns capítulos novos ;)

Victória xx


Deixe-a Ir || H.S. (LIVRO EM PRÉ-VENDA) Vejam o último anúncioKde žijí příběhy. Začni objevovat