Bloqueador

111 10 13
                                    

Morder. Arranhar. Sibilar.

Tudo aquilo funcionava, porém temporariamente.

Natsu Dragneel realmente estava determinado a driblar todas as minhas barreiras e atingir seu objetivo: fazer coisas realmente pervertidas com minha humana — mais conhecida como A gorda da Lucy.

Esse pervertido.

— Certo, vamos conversar um pouco. — Disse ele, depositando um pires com leite em minha frente, no chão.

Não aceito subornos. — Afirmei, pronto para encerrar aquele assunto.

— Fala sério, Happy! — Exclamou ele, em seguida olhando alarmado para a porta do banheiro, aonde Lucy estava tomando banho. — Quero saber — sussurrou, cauteloso — o motivo pelo qual você não me deixa chegar perto da Lucy quando venho aqui. — Apontou para o cômodo do apartamento.

Não há nada errado em chegar perto dela. — Expliquei.

— Então por que eu não posso?

Suas intenções são sujas.

— O quê?! Está me acusando injustamente! — Replicou ofendido.

Estou? — Indaguei, fixando meu olhos em seu rosto. — Estou mesmo?

Ele desviou o olhar.

A-ha!

— Não totalmente... — Murmurou. — Mesmo assim, não é sempre que tenho essas intenções que parece pensar. Não sou um tarado, Happy!

Permaneci calado por um tempo.

Não consigo confiar no que diz. Se não o impedir à noite, quem sabe o que tentará fazer?

— Você é mesmo... — Irritou-se, levantando o punho cerrado para demonstrar o quanto que o irritava. — Estou arrependido de tê-lo dado de presente para Lucy!

Ora, é mesmo? — Indaguei desinteressado. — Não há muito que possa fazer nessa altura do campeonato.

Suspirou audivelmente.

— Está certo, Happy. Você venceu. Apenas lembre-se que sou o namorado dela. Como irei namorá-la se você não permitir?

Observei seu rosto atentamente. Ele parecia estar sendo honesto... E meus instintos felinos não apontavam nada de errado em acreditar nele .

Tudo bem. — Concordei. — Tem razão. Exagerei um pouco.

Sorriu para mim.

— Obrigado, Happy!

Experimentei um pouco do leite que ele havia me servido. Era delicioso! Nesse meio tempo em que o tomava, Lucy saiu do banheiro enrolada em uma toalha.

— Oh, Natsu! Chegou cedo. — Olhou para o relógio na parede. — Como entrou?

— Levy me deixou entrar. — Explicou.

— Entendi... E onde ela está?

— No quarto, estudando. Não se preocupe, Happy tomou conta de mim nesse meio-tempo.

— Tenho certeza que sim. — Fez um carinho atrás da minha orelha tão bom que ronronei. — Só vou me trocar. Já volto. — Avisou.

— Okay! — Natsu afirmou, sua voz em um tom tão estranho que me fez voltar a cabeça para ele.

Não deu outra. O safado estava encarando a bunda da Lucy!

Sem pensar duas vezes, acionei minhas unhas e as meti em suas coxas, fazendo-o soltar um berro realmente alto.

Não dá para confiar em você, Natsu! — Acusei, correndo até a porta do quarto onde Lucy estava e prantando-me ali, observando-o com olhos ameaçadores. — Não dará um passo para perto daqui!

— Ora, Happy, seu... — Balbuciou irritado.

Não deixarei encostar na Lucy! Serei o bloqueador dela para suas taras! — Declarei.

Isso mesmo, enquanto estiver aqui, não haverá nenhuma safadeza com a minha humana!

Todos são estranhos, afinalWhere stories live. Discover now