— Me desculpe — ele pediu. Sentia remorso, muito remorso. — Eu devia ter te ajudado.
Apesar de ainda segurar o seu braço, a garota parecia morta. E ela continuou imóvel e estática enquanto afundava na banheira, pouco a pouco suavizando o toque que envolvia o escritor. Quando a menina sumiu, Raymond se deixou cair sobre o chão gelado e ficou respirando sofregamente até que a porta do banheiro se abrisse sozinha. Quem entrou por ela foi Carmem.
— Você lembra do seu agente, Raymond? — perguntou ela.
Ernest encarava a mancha roxa que começava a se formar em seu braço. Tinha o exato formato dos dedos da garota morta da banheira.
Olhou para Carmen e balançou a cabeça positivamente.
— O— o que tem ele?
Carmem andou até onde ele estava e se abaixou ao seu lado.
— Ele também morreu por sua causa. Todos eles morreram.
— Eu... Eu não fiz isso. Foram vocês!
Carmem sorriu. Então puxou o escritor até que ele estivesse em pé. Só então ele percebeu que não havia pedra alguma amarrada ao seu tornozelo.
— Você é muito ingênuo — disse.
O escritor andou ao lado da psicopata para o lado de fora do banheiro. Quando passaram pela porta, ele esperava um quarto de hotel, mas o que encontrou foi o quarto de sua filha.
Chloe dormia em sua cama tranquilamente. Raymond, apesar de saber que não era real, se aproximou dela e ficou genuinamente feliz de poder ver o seu rosto.
— Olá, docinho.
Surpreendentemente, a filha acordou. Olhou-o nos olhos e sorriu:
— Olá, papai. Senti saudades de você!
— Eu sinto muito. Prometo que ficarei por perto de agora em diante.
O sorriso no rosto dela sumiu.
— Você não pode. Mamãe pediu para a titia Scarlet te proibir de ficar perto da gente. Ela disse que você preferia a companhia das psicopatas.
— Isso não é verdade.
— Então por que continua sem poder nos ver?
Raymond segurou o impulso de chorar. Então percebeu que Carmem estava parada perto da porta, com os braços cruzados.
— Por que estão me fazendo ver tudo isso? — perguntou a ela.
— Raymond, nós estamos do seu lado.
Com as mãos sujas de sangue o escritor acariciava os cabelos da filha, que o olhava fixamente. Não se importava com a sujeira. Estava certo de que nunca mais a veria novamente.
— Não, não estão. Vocês acabaram com a minha vida!
Ele sentiu Carmem sorrir.
— Nós não fizemos nada, Raymond. Só o observamos dançar junto com a loucura.
Ernest se virou para ela. Parecia confuso.
— Do que você está falando?
— Nenhuma de nós sete matou o seu agente, ou a garota do lago. Nós não sequestramos a sua filha, Raymond, e nunca nem chegamos perto da sua cabana.
Ele engoliu a seco. Pensando em retrospectiva, nunca as viu realmente fazer nada. Ele sempre chegava depois.
— Se não foram vocês, então quem foi?
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7 Psicopatas (COMPLETA ATÉ DIA 25/11)
HorrorRaymond Ernest é um escritor decaído. Depois de criar um thriller que vendeu milhares de cópias pelo mundo, ele se encontra em um profundo bloqueio criativo, não tendo inspiração nenhuma para escrever. Enquanto tenta superar a crise literária...
12 - Os Cantos Sombrios da Mente
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