PRÓLOGO

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     Raymond Ernest abriu os olhos e viu a imagem turva de seus próprios pés flutuando em meio à água. Sentiu o corpo congelar com o som abafado das hélices e do motor no navio ao fundo enquanto grandes caixas e pesadas malas de passageiros afundavam lentamente. Sabia que o próprio corpo também iria ao esquecimento daquele destino, e apesar de reconhecer que deveria lutar para voltar à margem, continuou imóvel, calmo e sereno, vendo os dedos das mãos suspensos na água doce e salgada. 

     Já perto de desmaiar viu um reflexo dourado ondulando a correnteza e soube que se tratava de Sara Crawford no momento em que identificou a forma humana se aproximando. Sara era a única que poderia ter sobrevivido à explosão do navio, por mais contraditório que aquilo fosse. 

     O escritor começou a nadar em direção a ela, e apesar da fraqueza e do frio impedindo os seus movimentos, ele a alcançou em poucos segundos. Segurou-a em seus braços e a puxou consigo quando começou a nadar para a margem, seguindo o reflexo pálido da lua e tentando não ser arrastado para baixo com os escombros que ainda eram lançados do navio na direção das profundezas.

     O mistério sobre se Raymond conseguiu alcançar o topo permanecera às sombras de Nothern Lake por anos. 

CONTINUA

7 Psicopatas (COMPLETA ATÉ DIA 25/11)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora