Capítulo 10 - Sai daqui Ricky

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Já havia anoitecido e eu, Hwasa e Wheein já havíamos decido para a festa. Caprichei bastante no visual, afinal, vai que eu encontrasse aquele gato novamente, né?

Wheein estava enchendo seu pratinho de petiscos, enquanto Hwasa a ajudava e pegava nossa bebida. A ruivinha era tão fofa que por vezes eu e Hwasa nos pegávamos sorrindo encantadas com nossa colega de quarto. Seu jeitinho esquisito era de fato uma fofura.

Foi enquanto eu as observava de longe, que ao me virar para o outro lado, meus olhos pousaram naquele pedaço de mal caminho.

Ele estava todo de branco, parecia um príncipe encantado angelical. Uma mão em seu bolso e a outra segurando seu copo. Até o jeito que ele ficava ali, parado, era tão charmoso, elegante, estiloso. A única coisa que estragava aquela visão era a peste do irmão da Hwasa, quem estava bem ao lado do bonitão. Ricky era tudo o que eu não procurava num rapaz, mas ainda assim ele insistia e me fazer aquelas cantadinhas imbecis. Eu só esperava que ela não contaminasse meu príncipe com suas idiotices.

Quando dei por mim, reparei ele vindo em minha direção. Eu teria saído imediatamente da vista dele se o bonitão não tivesse vindo logo atrás dele. Talvez aquela peste do Ricky pudesse ser útil para alguma coisa no final das contas.

"E aí, gata?! Apreciando minha beleza de longe, é?" ele começou a jogar aquele charminho barato pra cima de mim, "Por que só me observar quando pode ter o oppa aqui todinho pra você, hein?!"

Aquele galanteador barato se aproximou de mim, mas eu logo o empurrei para trás.

"E eu tenho cara de quem gosta de urubu? Eu prefiro as águias, querido!" pisquei para o príncipe, quem logo desviou o olhar do meu.

Sorri notando o quão fofas eram suas bochechas quando ficavam vermelhinhas.

"Para de incomodar a Solar, Ricky! Eu já te avisei!" Hwasa empurrou seu irmão, depois de me entregar minha bebida.

"Mas ela quem estava me olhando!" ele tentou se defender.

"Até parece, né?!" ela disse, antes de tomar um gole de seu ponche.

"Quer um, unnie?" Wheein me ofereceu alguma coisa, mas nem prestei atenção no que era pois estava muito ocupada observando o deus grego a minha frente.

Agradeci recusando a oferta da ruivinha, mas não desviei o olhar do tímido rapaz que olhava para todo lugar, menos para nós.

"Querem um?" a fofinha perguntou para os dois rapazes, o que chamou a atenção do príncipe.

"Valeu, ruivinha!" agradeceu a peste do Ricky, pegando uma batatinha para ele.

O príncipe se aproximou timidamente, e pude sentir o perfume magnífico que ele usava quando ele se aproximou do pratinho de petiscos de Wheein.

"Obrigado." ele sorriu agradecendo e pegando uma batata para ele também.

O que era aquele sorriso? Aquele "eye smile" maravilho? E o jeitinho bonitinho que suas bochechas ficavam quando os cantos de sua boca se levantavam? Aquele era o sorriso mais lindo e fofo que eu já havia visto na vida! E aquela voz? Tão doce... Tinha como ele ficar ainda mais perfeito?

"Ei, miga, para de babar!" Hwasa disse, empurrando seu ombro no meu.

O comentário da minha amiga havia me deixado sem graça, mas acho que nem eu havia ficado tão envergonhada quanto o príncipe. Ele permanecia com seus olhos em seus sapatos, seu rosto vermelhinho. Ai que coisa fofa!

"Bora dançar?! A musiquinha tá boa!" Ricky perguntou pra mim, mesmo já sabendo a resposta.

"Claro que não! Tenho cara de quem dança com espantalho?!"

"Assim você machuca o oppa, Solarzinha!" ele disse, pondo a mão no peito e se fazendo de ofendido.

E pensar que eu teria que aguentar aquela peste todos os dias por mais três anos... Que pesadelo! Mas ao menos um sonho também havia entrado na minha vida, aquele príncipe lindo e charmoso!

"Vem, Ricky! Você vai dançar comigo!" Hwasa puxou seu irmão para a pista de dança, enquanto seu irmão resmungava tentando escapar das mãos de sua irmã.

Foi quando ela também puxou a Wheein para ir com eles, quem não largando seus salgados nem por um decreto, que eu entendi o plano da minha astuta amiga. Mais um motivo para eu amar tanto minha amiga, ela sempre arrumava um jeito de me ajudar no que eu precisava, e naquele caso, eu precisava de um tempo a sós com aquele bonitão.

Antes que o príncipe pudesse seguir os outros três, eu me pus quase a frente dele tentando puxar assunto. Não ia deixar ele fugir de mim tá fácil, não importava se ele me achasse uma oferecida, eu não perderia uma oportunidade de ouro daquelas por medo do que ele iria pensar.

"Você é novo aqui?" perguntei, vestindo meu melhor sorriso.

Ele observou um pouco o trio se afastar, antes de me responder, ainda um pouco aqui em graça:

"Sim. Eu sou do projeto Stanford."

Minhas sobrancelhas saltaram enquanto meu lábios completavam minha expressão surpresa.

"Então você é um garoto de musicais?" perguntei.

Senti ele hesitar um pouco antes de responder.

"Sim. Eu... Pretendo trabalhar na Broadway."

Ele continuava a encarar seus sapatênis marrons. Aquele gato era de fato bem tímido, mas isso o só tornava ainda mais fofo.

"Eu também vim pra cá graças a esse projeto sabia? Mas não consegui a vaga para Stanford. Foi uma pena, mas ao menos consegui uma bolsa integral aqui na universidade!"

Sorri orgulhosa, enquanto o rapaz ainda desviava o olhar dos meus. Eu percebi que ele até tentava me encarar as vezes, mas parecia que sua timidez não lhe permitia manter contato visual por muito tempo (na realidade, tempo nenhum.

"De onde você é?" ele me surpreendeu, finalmente me olhando nos olhos.

E que olhos! Poderia ficar os observando por uma vida toda, se pudesse.

Demorei um pouco para responder, ainda estava admirada com forma repentina de sua pergunta e de que seus olhos encontraram os meus.

"Ah... Eu sou aqui de Seul mesmo. Por quê?" resolvi perguntar.

Ele acenou com a cabeça, dando uma pequena risada que me deixou ainda mais encantada (se isso fosse possível).

"Nada, é que eu fiquei curioso, só isso." ele respondeu, "Ricky também é de Seul, então?"

"Sim, ele é. Eu, aquela peste e Hwasa, minha amiga loira que estava aqui agora pouco, somos vizinhos desde crianças." respondi, observando a curiosidade nos lindos olhos do garoto, "E você? De onde conhece o Ricky?"

"Ah... Ele é meu colega de quarto."

"Sinto muito por isso." coloquei a mão no ombro dele, e pude sentir seu corpo tencionar um pouco.

Será que meu charme estava funcionando?

Ela é o CaraWhere stories live. Discover now