1. A Sunga

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Estava deitado ao lado de Elisa sob o sol, naquela praia meio deserta que era nossa favorita

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Estava deitado ao lado de Elisa sob o sol, naquela praia meio deserta que era nossa favorita. Ninguém gostava daquela praia, a água era gelada demais, escura demais, muito perto do rio, preferiam as praias do outro lado da ilha. Mas gostávamos dela assim, vazia e gelada. Era uma daquelas praias com a faixa de areia extensa, imensa, que do começo mal se dá para ver o mar. Deitávamos no meio, nem muito perto da água, nem muito perto da pequena mata que separava a praia da cidade, sentíamos como duas formigas minúsculas sob a lupa de uma criança entediada que queria nos queimar. Duas salsichas sobre a grelha de uma churrascaria humana. Eu adorava aquela sensação, como se a minha pele estivesse borbulhando de calor.

Virei-me de lado, para Elisa. Ela estava deitada com a barriga para cima em sua esteira de bambu. A cabeça coberta por seu grande chapéu de palha, os braços estendidos ao lado do corpo. Uma das pernas, a esquerda, mais perto de mim, estava dobrada, o joelho apontado para o céu. Observei seu corpo, a pele escura contrastando com o biquíni azul turquesa, quase da cor do mar, mas não daquele mar, outro mar, um de águas calmas, paradas. Pequenas gotículas de suor se formavam em todo o trajeto que percorri com os olhos. No cume do seu joelho havia uma gota um pouco maior, ainda não grande o suficiente para escorrer sobre sua coxa e cair até sua virilha. Decidi ajudar aquela gota, cumprir o papel da gravidade, pus meu dedo sobre ela, estourando-a e puxando-a para baixo. Elisa deu um leve tremor quando a toquei e a ouvi sorrir. Aquele era nosso código. Percorri a sua coxa com a ponta de meu dedo, descendo levemente até encontrar seu biquíni. Nessa hora ela já havia tirado o chapéu do rosto e estava virada para mim. Beijou-me.

Naquela praia deserta era onde explorávamos nosso corpo. Estávamos sozinhos e podíamos fazer o que quiséssemos. Tiramos nossa roupa de banho, e, sob o calor do sol, unimos nosso corpo em um só, fervente, ensopado de suor e empanados por terra. A praia era grande o suficiente para nos proteger de curiosos, se alguém entrasse por ela pela mata, veríamos a tempo de vestirmos nossa roupa antes que se aproximassem demais, a distância de lá era suficiente. Ao nosso lado estava o rio que desembocava no mar, e do outro lado, depois de muitos metros de areia, pedras, difíceis demais de serem atravessadas. Elisa sempre tirava uma camisinha de dentro de sua bolsa de palha, minha sunga, a parte de baixo de seu biquíni e sentava em cima de mim. Nunca tirava o sutiã, dizia que não queria perder a marquinha de bronze, então eu nunca cheguei a ver seus seios.

Quando terminávamos, exaustos, amolecidos pelo sol e pelo cansaço, corríamos, sem roupa mesmo, para o rio, e mergulhávamos na água turva e gelada. Aquela era minha parte favorita da manhã: o choque térmico. Meu corpo fervente, cheio de calor da praia, do sol e do corpo de Elisa, de repente envolvido pela água gelada do rio. Era como se a água me tirasse de um torpor, me levasse de volta para a realidade.

Ficávamos brincando no rio por cerca de meia hora, mergulhando, boiando, jogando água na cara do outro, fingindo afogamento. Eram longos minutos de risadas. Nossas pernas, em agitação para nos mantermos flutuando, se tocavam, nos excitávamos novamente, colocava minha mão em suas partes íntimas e ela nas minhas.

Ilhados - [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now