Saudade...

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Pouco tempo depois de Chase ter saído do quarto, meus olhos se encontram com aquelas íris azuis que eu tanto conhecia. Estava devastado, podia ver em sua expressão as marcas do cansaço e do arrependimento. Fazia tanto tempo que não nos encontrávamos de verdade e mesmo que eu odeie admitir, sentia muita falta dele, mas do que eu achei que sentiria um dia.

Aos poucos, ele foi saindo de trás da porta e se aproximando, como se estivesse pedindo permissão. Sentou-se no canto da cama do hospital, hesitando ao máximo me tocar. Após algum tempo cabisbaixo seus olhos finalmente encontraram os meus e da forma mais cuidadosa do mundo, pegou minha mão e deixou alí um beijo casto. Ato simples mas com tanto significado. Já sentia meus olhos marejarem, todos a raiva, a saudade, as lembranças... Tudo veio à tona. Em um ato desesperado, senti um puxão e quando percebi, já estava entre seus braços. Seu abraço apertado transmitiu tudo aquilo que ele não conseguia traduzir em palavras, o que foi bom, porque percebi que também não tinha essa capacidade agora.

Ficamos um tempo assim, sentindo sua respiração de alívio em minha nuca e seu coração acelerado contra meu peito. Suas carícias cessaram por um minuto e já conseguiram me causar uma sensação de solidão inexplicável, o que foi o suficiente para percebermos o quão estávamos necessitados um do outro.

Senti sua suas mãos subirem por todo o meu corpo e pararem em minhas faces. Seu rosto estava a poucos centímetros do meu, com os olhos fechados estavámos ambos lutando para não cedermos. Até que eu cansei. Cansei de esconder meus sentimentos, minhas dores, meus desejos. Como toda paixão que ainda existia em mim, colei seus lábios contra os meus em um beijo calmo e romântico. Como senti falta. Seus lábios macios, suas carícias, sua sensualidade disfarçada... Tudo. Senti como se quisesse voltar atrás de tudo e recomeçar tudo outra vez.

Suas mãos foram direto a minha nuca, nos forçando a aprofundar ainda mais o beijo. Seu toque e seu perfume eram o meu vício e eu havia me esquecido de como era bom estar de volta à eles depois de tanto tempo de abstinência.

Senti como se o mundo ao redor já não existisse mais. Estava concentrada apenas me nós. No dança que nossas línguas traçavam enquanto nis beijávamos, na intensidade de suas mãos no meu corpo e no toque de nosso lábios. Senti uma de suas mãos descer e se encontrar com a minha. Acho nunca tinha sentido tanta segurança ao seu lado como hoje. Inesperadamente ele direcionou nossas mãos até meu ventre e pois sua testa contra a minha.

Sua respiração estava ofegante e estampava um sorriso entre seus lábios.

- Eu já a amo, sabia? - disse cessando nosso silêncio - Mais do que eu achei que poderia. Tão pequenina e já tão forte.

- Tenho certeza que ela sente esse amor - digo limpando uma lágrima fujona que descia pelo meu rosto - De vez enquando eu converso com ela e sinto que ela entende, sabe? Ela da uns sinais... É incrível.

Nosso olhos, que antes estavam focados em minha barrriga, se encontram.

- E sei que ela te ama também - digo sorrindo - Sente - ponho suas mãos ao redor de minha barriga - Ela se move toda vez que você diz alguma coisa.

- Uou! Sentiu isso? - diz surpreso ao sentir um chute - Oi minha menina, papai está aqui. Está aqui e nunca mais vai te abandonar- diz com os olhos marejados enquando acaricia a região onde ela havia chutado - Nunca mais.

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⏰ Last updated: Apr 16, 2020 ⏰

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