🌹Capitulo XI👑

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Levei um susto gigantesco quando o vi ao meu lado, por conseguinte dei um pequeno salto para trás e escorreguei na saia do vestido, meu joelho bateu no chão, e caio por cima do príncipe.

Eu estava em cima dele, nossos rostos incrivelmente próximos, minhas mãos estavam recostadas em seu peito, suas mãos subiram de modo meio que automático a minha cintura, pressionando-me mais ainda contra ele. De início, fiquei constrangida, logo após dei um sorrisinho de canto, pois afinal, ele era alérgico ao meu perfume, então teria minha vingança.

Acho que exagerei um pouco na essência pois até mesmo eu posso senti-lo, e está divino, vejo-o aspirar o cheiro de magnólias que exalo, junto com o forte perfume dos lírios de cristal que na minha opinião ficam maravilhosos juntos. Vejo um pequeno sorriso brotar no rosto de Magnius e ele se aproximar de mim para beijar-me lentamente, e por uma fração de segundos imaginei como seria a sensação de ser beijada por ele novamente. Mas foi-se tão rápido quanto veio, ainda estava a executar minha pequena vingança que claramente não deu certo, mas bom, deixa-lo sem um beijo parece-me uma boa vingança. Então antes que nossos lábios se tocassem eu rodei para seu lado sentando-me. Magnius repetiu meu ato e enlaçou minha mão na sua. Esse ato foi um pouco inesperado de sua parte, todavia não recuei, estava agradável para interrompe-lo.

E ali ficamos, sentados na relva, observando os lírios de cristal cintilando a lua com as mãos entrelaçadas. Num cenário considerado deveras romântico, pois eu seria hipócrita para não admitir que era um momento mais que perfeito para um beijo. Um beijo... A luz da Lua... Creio estar tendo um Déjà vu, mas onde... Claro! Mirian! Agora recordo-me, em uma de suas cartas ela falou-me que seu primeiro beijo com Reignald fora a luz da Lua, por isso esta sensação.

Não sei quanto tempo ficamos ali, juntos, mas acabou por ser o suficiente para que, inconscientemente, eu recostasse a cabeça em seu ombro. Magnius afagava de leve o dorso de minha mão com o polegar e eu ouvia sua respiração pesada, enquanto percebia seu olhar perdido no verde a nossa volta, ele não se dava conta, nem eu prestava atenção de verdade, mas assim como ele parecia incapaz de levantar-me e quebrar a magia do momento. Nenhum feitiço, poder ou encantamento jamais seria capaz de deixar-me assim tão... Hipnotizada.

De alguma forma, eu sabia que havia algo de errado. Não sei bem como, só percebia, só observava, só sentia. Ele estava quieto em demasia. Silencioso, pensativo, profundo, não conhecia Magnius em sua plenitude, mas algo me dizia que ele só entrava neste estado quando algo de muito errado ou ruim estava a acontecer, ou quando precisava real e verdadeiramente pensar sobre algo. O que de certo modo era estranha já que acho que ainda faz menos de uma semana que o conheço.

Mas ainda assim, do pouco que convivi com o príncipe, eu percebi que ele é mais como a pessoa que "Discute porque se importa; Grita porque se incomoda; e chora porque sente". A maioria julgaria demasiado exagero uma pessoa agir deste modo, mas eu não, já estou acostumada a personalidades como essa, devido a mãe e irmã que possuo. As vezes ele é exatamente como... Exatamente como a Mirian. Minha irmã é animada, altiva e altruísta, mesmo que as vezes não demonstre isso. A Mirian só é um pouco difícil na hora de aceitar certas decisões tomadas por nossos pais, como por exemplo a de que ela está noiva desde os três anos de idade, sorrio internamente.

Quando a Mirian descobriu que desde tenra de idade ela estava comprometida ao príncipe Reignald de Winders, ela ficou ultrajada, estupefata, completamente furiosa e talvez um tanto entristecida por papai e mamãe não terem contando-lhe este facto.

Não aceitava não ter o direito de escolher seu próprio marido e isso chegava a ser engraçado. Talvez seja maldade de minha parte achar graça do desagrado de minha irmã, mas nada posso fazer quanto a isso.

As vezes chego a pensar se seria melhor trocarmos de lugar. Mirian é muito parecida com Magnius e pelo que ela me falou antes de ir aquele acampamento, Reignald e eu temos nossas semelhanças. Mas esta ideia sempre se vai tão rápida quanto vem, acho que não conseguiria casar-me com Reignald, pois eu o vejo apenas como cunhado, amigo talvez, acho que não seria capaz de apaixonar-me por ele, e desejo para mim o que vejo em meus pais: Amor. Assim como espero que Mirian encontre a felicidade, mesmo ao lado de Reignald,

E de facto, talvez Mirian e Reignald sejam um belo casal, apenas não saibam disto ainda.

Penso que minhas sobrinhas serão lindas. Isso mesmo, sobrinhas, pois a nossa família tem um costume incrível de ter mais mulheres do que homens. Bom, talvez não costume, mas é uma peculiaridade, pois temos uma facilidade gigantesca para gerar Ladys a varões. Se não me engano, já fazem mais de quatro gerações que a família Nárcend tem mulheres como herdeiras.

Mas não é tão ruim, pelo que eu saiba, todas as gerações reais anteriores já tiveram seus "felizes para sempre" e acho que essa nova geração real da aliança elementar pode também ser feliz.

Eu só espero poder ter uma vida feliz. Mas como saber que caminho tomar? Há muitos caminhos a serem escolhidos, e cada um irá levar a um destino diferente, não se pode ir testando, pois bem sei que depois de escolhido não há como voltar. Jamais.

- Eu me preocupo com você Marion, acredite, eu estou me preocupando muito, essa nossa amizade é... Importante, e eu gostaria de preservá-la apesar de tudo. - Magnius desabafa com a voz profunda e um olhar distante, tirando-me de meus devaneios

- Sim, - concordei - é prudente que mantenhamos nossa amizade pelo bem das relações comerciais de nossos planetas. - Tentei soar distante, diplomática, ocultar que, assim como ele, eu queria acima de tudo ser sua amiga, e que houvesse um laço de confiança entre nós. Pois bem sei, que a base para o amor é a confiança.

- Não Marion, - ele retrucou ajeitando a postura, desfazendo o contato entre nossas mãos, levando-as ao meu rosto e pondo-as lado a lado, me fazendo fita-lo - Não falo de relações comerciais, ou política.

- Então... - Uma razão para evitar que ele pensasse que eu tratava de política, era porque a maioria dos homens achavam mulheres tolas por sempre pensar em sentimentos e não no que era necessário para o bem de nossos dependentes.

- Deixe-me falar, estou falando de nós, não como membros da realeza, ou aliados políticos, mas como pessoas, como... Jovens. Quero, que apesar de tudo, continuemos sendo amigos, companheiros, tudo bem?

- Sim - disse somente, não havia meios de recusar, não quando seus olhos azuis estavam fixados nos meus, recusar era completamente impossível.

Depois de confirmar que estava a falar sério, ele aproximou nossas faces e beijou minha testa demoradamente. Fechei os olhos enquanto apreciava aquela proximidade diferente. Mais... Intima.

E por mais que por um lado eu quisesse afasta-lo e dizer que não devemos fazer isso, que estávamos ultrapassando os limites do decoro, por outro eu queria prolongar aquele momento ao máximo.

Assim que afastou os lábios da minha testa, ele encostou a testa dele na minha, e fitou-me. Meus olhos encontraram as safiras que eram os dele e se prenderam ali por um longo período de tempo.

Acho que ficaríamos daquele jeito até a amanhecer se pudéssemos, pois as sensações que afloravam em meu intimo eram demasiado agradáveis, e algo dizia-me que acontecia o mesmo com ele, mas uma voz masculina desconhecia para mim fez-se presente, fazendo-nos afastarmo-nos.

- Ora, ora, vejamos o que tenho aqui: um casal apaixonado num bucólico cenário romântico. Espero não estar interrompendo nada - o sarcasmo fazia-se presente e evidente na voz masculina, porém, acho eu, que esta voz era um tanto desagradável, desnecessariamente grave e não de uma forma bela.

Ao ouvir aquela voz, Magnius olhou para o homem com um olhar assassino, e logo percebi que ele nutria uma apatia pelo homem a nossa frente. Uma inimizade. É engraçado a forma como consigo facilmente perceber emoções e os sinais demonstrados por Magnius, é instantâneo.

- Landom. - disse o príncipe trincando a mandíbula ficando claramente desagradado com a presença dele.

Amor ConfusoWhere stories live. Discover now