— Alguém quer comprar os direitos do seu livro? — perguntei, mais calma, agora que sabia que ela não ia, não sei, pedir o divórcio.

— Eu quero ter mais informações antes de te contar e você começar a se animar — Lauren respondeu, quase com um sorriso divertido — Agora vai lá tomar um banho — mandou, já me empurrando para a escada.

— Ei — chamei, parada nos primeiros degraus, a vendo se virar por mim — Nós, nós estamos bem? — a pergunta escapou da minha boca, e vi os olhos surpresos da minha esposa em mim.

— Vai tomar um banho, antes que o Dimitre te veja — pediu, desviando do assunto, me fazendo soltar um longo suspiro.

Neguei com a cabeça, tentando não pensar em sua resposta, e subindo os degraus depressa, quase correndo até o banheiro do quarto. Não demorei no banho, vestindo uma bermuda jeans, tênis, e uma camisa xadrez que em algum ano foi de Lauren. Não pretendia me trocar para ir à festa mais tarde.

— Hey, Dimitre está vendo TV na sala — Lauren avisou, entrando no quarto enquanto eu secava meu cabelo com uma toalha — Ele tá louco por uma barra de chocolate que comprei ontem, mas ele já tomou café da manhã, então, não dê à ele ok? — mandou, já pegando sua bolsa e indo para a porta.

— Ele acordou cedo? — perguntei, seguindo minha esposa para a porta.

— Ele dormiu? — devolveu, quase divertida, o que me fez rir.

— Mama!

Ouvi a voz do meu garoto assim que cheguei na sala, e logo sentindo o impacto em minhas pernas. Ri com vontade me abaixando para o pegar no colo, sentindo minhas costas reclamarem por um momento.

— Oi meu príncipe — sorri, enchendo seu rosto fofo com beijos.

— Mama não voltou ontem! — Sua vozinha soou irritada, mas mesmo assim ainda era tão fofa, que eu sorri.

— Eu sei bebê, mas vamos passar a manhã juntinhos e depois irmos para a festa! — lembrei, o abraçando apertado, antes de o jogar no ar, para o pegar em seguida, o fazendo rir.

— Mamãe está indo embora, crianças — Lauren avisou, se aproximando de nós, beijando a bochecha do filho e em seguida, a minha — Volto a tempo da festa, comportem-se.

Observei minha esposa sair de casa, antes de me dirigir ao sofá com meu filho, vendo que ele estava assistindo um programa infantil que estava fazendo sucesso.

— Que tal nós tirarmos uma pequena soneca, hein, buddy? — sugeri, louca por um cochilo.

— Não, mama! Vamos brincar! — Ele disse, pulando do meu colo e descendo do sofá, acabando com todas as minhas esperanças de tirar um cochilo.

(...)

3 horas. Apenas três horas. E parecia que um furacão havia passado nessa casa. Furacão Dimitre Cabello-Jauregui, escala 4 na divisão de furacões domésticos. E a energia dele parecia sem fim, já que agora ele pulava no sofá cantando alguma música infantil que eu nem conseguia acompanhar. 

— Dimitre, para de pular e desce do sofá! — mandei, me aproximando do sofá, quase caindo ao tropeçar em um ursinho de pelúcia.

Mas pelo menos meu filho obedeceu e voltou a pular no chão mesmo.

O momento de desespero aconteceu mesmo ao ouvir o toque do meu celular que denunciava uma ligação da minha esposa.

Ela não poderia ver essa bagunça toda.

Corri que nem um velocista atrás do meu celular, atendendo o mais rápido possível.

— Hey baby!

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