- Claro que não! Ele é um arrogante de uma figa, que acha que canta fazendo sexo no palco! Mal sabe ele que desafina sempre e que sua voz nem é essas coisas...

O sorriso que se abriu em seu rosto parecia irônico, mas eu não entendia o motivo para isso. Ele nem conhecia o cara! Pelo menos eu pensava que não.

- Você o conhece?

- Não, apenas ouço suas músicas. Eu gosto.

- Todos gostam! Não sei o que eles têm na cabeça!

- Acho que está com inveja...

- Porque eu teria inveja do Jax? Que nem sequer tem coragem de mostrar a sua cara para o mundo? Fica se escondendo naquela máscara ridícula e fedorenta!

Seu olhar permanecia irônico, talvez porque ele estivesse pensando quão maluca eu era e quão pior que eu ele era por ter feito um sexo quente e devastador comigo.

- Sabe o que eu acho? – fiz uma careta e ele prosseguiu, ignorando totalmente a minha expressão – que você vai acabar se ferrando com essa sinceridade. Anjo, nem tudo é o que pensa...

Levantou-se e começou a vestir as suas roupas, tranquilamente, como se não tivesse feito loucuras comigo há alguns minutos atrás e como se não tivesse me chamado de anjo sem nem me conhecer direito. Eu não queria que ele fosse, mas não daria meu braço a torcer, falando o que ele desejava ouvir.

- Não posso nem saber seu nome?

- Não parecia interessada nisso...

- Agora estou.

- Emmett, é apenas o que precisa saber. O seu eu já sei, então não se dê ao trabalho. – Ele enrolou um dos seus dedos em uma mecha do meu cabelo loiro e sorriu de canto, presunçoso.

Quem ele era e se fosse um fã, como ele conseguia apenas ir embora assim, sem um autógrafo ou foto?

- Vai ao festival? – Questionei enquanto ele ia rapidamente até a porta, ansioso por se livrar de mim.

- Sim, estarei lá. Quem sabe a gente se cruza?

Fechou a porta, não se importando em ouvir a minha resposta... E eu fiquei curiosa com o que ele quis dizer com aquela última frase.

Os cantores quase nunca se cruzavam com a plateia e levando-se em conta o quanto tinha pessoas perigosas ali no meio, era até melhor que isso não acontecesse. Será que ele cantava também ou tocava em alguma banda? Tentei me lembrar de todos que iriam participar e não conseguia pensar nele tocando algum instrumento, muito menos estampando um pôster...

Se ele fosse uma estrela do rock, a maioria das mulheres com menos de vinte anos teria uma imagem sua gigante em seus quartos, apenas para fantasiar com um homem como ele. Eu admitiria com muito orgulho que se tivesse essa idade, ficaria olhando para o V em seu abdômen pensando as coisas mais indiscretas possíveis. Ele era feito para o pecado e junto com aquela voz, mandaria uma mulher para o inferno em um piscar de olhos.

Eu deveria estar feliz porque ele não esperou nada mais do que eu podia oferecer, mas a verdade é que eu estava magoada exatamente por isso... Nem eu me entendia mais. Tinha virado poeira e só queria voar para longe dali, deixando todas as minhas incertezas para trás.

Emmett... Era um nome de peso, eu tinha que admitir isso. Nenhum Emmett que eu conheci deixava que os outros ditassem as regras na sua vida e esse parecia exatamente o tipo incorrigível.

Ele tinha acabado de dormir com uma estrela e não dava a mínima pra isso, só por causa da sua reação, eu já me via novamente com ele. Uma segunda vez não seria ruim, ainda mais levando em conta meus casos anteriores. Eu não tinha muita sorte com os caras e nem com ele pelo visto, mas pelo menos na cama, ele pareceu entender tudo pelo qual eu ansiava.

Ouvi batidas na porta e só conseguia imaginar uma pessoa ali. Ele tinha voltado para mais uma vez e merda, isso era tudo o que eu desejava. Mais uma vez com ele.

Quando abri a porta, a minha cara de decepção era evidente e claro que os caras perceberam. Conheciam-me bem o bastante para saber como a minha cabeça funcionava.

- Está sem roupa?

- Não. – Respondi seca.

- Caralho, que humor azedo! Ele não fez direito?

Eu suspeitava que o objetivo do Ry fosse sempre me irritar... Porque ele realmente não conseguia me ver quieta sem querer chutar toda a tranquilidade para longe de mim.

- Eu acho que ele a pegou de jeito e se mandou! – Peeta não poderia estar mais certo.

- Pensando por esse lado, acho que tem razão!

- O que vocês querem?

- Jogar cartas! Precisamos do quarto integrante. Acho que sabe contar não é, gata? Como vê, estamos em três!

- Não iriam caçar mulheres para perder tempo?

- Sim, mas desistimos. Amanhã depois do show a gente faz, fica tranquila! Ainda continuamos os mesmos sacanas de sempre!

- Claro, que enfia o instrumento em cada orifício que vê pela frente.

- Exatamente, baby! Você nos conhece tão bem!

Eu odiava que ele me chamasse de baby, mas quanto mais eu me irritava, mais ele continuava. Todos me diziam para deixar pra lá e mesmo quando eu o fazia, não mudava nada. Algumas coisas na vida eram mesmo incontestáveis.

- Quem era o "fodão", que deixou "revoltada Miles", querendo mais? Fiquei curioso!

- Não interessa!

- Cara, você é irritante! Na moral! Para de infernizar a Miles!

- Obrigada, Kel! – agradeci-o por ter interferido ao meu favor, mesmo que isso não resolvesse muita coisa.

- Disponha.

- Vocês são uns bostas! Eu já disse isso? Cambada de estraga prazeres!

- Vamos jogar, vai. Já está tarde e amanhã precisamos ensaiar um pouco antes de tocar. Então nada de dormir tarde...

- Peeta, você estraga a imagem do rock. E não se orgulhe disso, não foi a merda de um elogio!

Demos risada enquanto todos discutiam por coisas idiotas.

As pessoas se enganam quando pensam que pessoas famosas não vivem totalmente as suas vidas... Tinham raros momentos em que éramos apenas nós quatro, amigos e inseparáveis, contra tudo o que pudesse nos fazer mal. E nesses raros momentos, eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo. 

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Postagens iniciadas! 

Uma vez por semana por enquanto e logo postarei dois capítulos por semana! 

Um beijo para vocês e espero que gostem!!

Louca por Emmett, Nas batidas do Amor, 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora