Capítulo 7

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Agora, só sábado gente linda! <3


- Ai caralho, lar doce lar! Que saudade da minha casa!

Peeta falou e deitou no seu sofá, com bota e tudo, sujando o que a empregada devia ter acabado de limpar.

Não queria ficar sozinha na minha, não quando eu não sabia o que faria sem ninguém por perto. As pessoas a minha volta eram o meu bote salva vidas e mal sabiam eles o quanto evitavam que eu fizesse algo do qual fosse me arrepender depois.

- Os caras me ligaram, sabia? Disseram que nós somos dois filhos da puta, abandonando eles assim!

- E o que disse?

- Que nós quatro não nascemos grudados.

Eu gargalhei com ele. Peeta era do tipo de pessoa que a convivência se tornava fácil, totalmente diferente dos outros dois.

- Não vai ir pra sua casa, não?

- Está me expulsando?

- Jamais! É que acho que vou dormir. Tô um bagaço, Miles! Esses shows e turnês acabam comigo! Mas se quiser me fazer companhia, a cama é serventia da casa, baby!

- Chega de piadas sem graças por hoje! Vou pra minha então, qualquer coisa liga!

- Ok. Se tiver pesadelos, vou correr de cueca até a vizinha!

Eu era a vizinha e ele um idiota completo.

Fiquei olhando enquanto Peeta subia as escadas em direção ao seu quarto e o que eu mais temia estava acontecendo.

Ficaria sozinha.

Eu tinha uma empregada que ficava em casa o tempo todo. Mas não costumava conversar muito com ela. Eu quase nem ficava por lá, muito menos tempo suficiente para conhecer quem trabalhava pra mim.

Atravessei a rua, direto para a minha garagem, indo ver como estava meu bebê. Primeiro as prioridades, depois eu entraria e descansaria. Infelizmente com dois homens permeando meus pensamentos.

Era pra ser apenas mais um festival no qual eu ignoraria Jax com tudo de mim e quando foi que as coisas saíram dos trilhos dessa forma? Eu ainda não gostava dele, nem um pouco, mas eu estava confusa com o que ele vinha fazendo e eu me sentia hipócrita por deixar que ele mexesse dessa forma comigo, mesmo depois de tudo o que tinha feito.

O pior era não saber quem era por baixo de todo aquele escudo que ele usava em forma de roupas e máscara pra poder descontar tudo de ruim que tinha causado em mim.

Eu precisava de um ponto de escape e a primeira coisa que usei pra isso foi o cigarro, logo depois os homens, mas nada disso realmente adiantava. Não quando essa parte da minha vida ainda tinha pontas soltas que não acabariam somente com vícios idiotas.

Eu precisava encarar tudo de frente, agora sabia, se não fizesse isso, ficaria presa pra sempre em um loop infinito do meu passado. Obscuro e inquietante passado.

Entrei em casa e tudo estava infinitamente quieto e depressivo. Apenas um reflexo de como eu me sentia naquele momento e em todos os dias da minha vida. Apenas com a solidão e dificuldades me perseguindo como um drogado perseguia sua fonte de entorpecimento da realidade.

As coisas estavam exatamente como eu tinha deixado. Meus quadros do Jimi Hendrix, e algumas das bandas que eu gostava estavam no mesmo lugar, enfeitando as paredes da minha casa, de uma forma que eu queria enfeitar as paredes vazias em mim. Porque era só o ambiente que parecia ter vida própria, eu estava bem longe disso.

Louca por Emmett, Nas batidas do Amor, 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora