Capítulo 12

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Eu estava meio inseguro de sair do Palácio. Mas como já havia concordado não poderia mais voltar atrás.
America havia falado com o soldado Leger e ele com mais outros guardas que concordaram em nos levar para fora do castelo sem que ninguém soubesse. Nem mesmo meu pai, já que era uma ordem minha.

ㅡVocê tem certeza disso? -Perguntei enquanto eu e America nos trocávamos em seu quarto.

ㅡPrecisamos saber o que está acontecendo. Não tenho dúvida que estaremos seguros. -Ela fala. A forma a qual ela confia neste tal "Leger", deixa-me intrigado de certa forma. Uma vez que, teoricamente ambos eram apenas habitantes de carolina, vizinhos até, nada mais. Não eram nada mais que conterrâneos, caso contrário, America teria me dito, é claro.

A porta do banheiro estava entreaberta e conversávamos por uma festinha enquanto eu tirava o terno jogando-o no chão e vestia o jeans e camiseta próprios de um sete. As roupas do soldado Leger eram um tanto grande para mim, mas serviu.
Já America estava com a roupa de outro soldado menor, que por sua vez teve que dobrar a calça várias vezes para encontrar seus pés.

ㅡVocê parece confiar muito nesse guarda. -Eu deixo escapar em desconfiança.

ㅡMinhas criadas dizem que é um dos melhores à sua disposição. Além disso, foi ele quem me levou até o abrigo quando sulistas vieram daquela vez. Ele sempre pareceu pronto para tudo, mesmo en momentos tranquilos. Tenho uma boa impressão dele. Confie em mim.

Não satisfeito, continuo a perguntar.

ㅡComo você sabia que ele seria capaz de nos tirar do palácio?

ㅡNão sabia. Apenas perguntei.

ㅡE ele simplesmente disse que sim?

ㅡBem, eu disse que era um favor para você.

Derrotado, deixo escapar um suspiro.

ㅡAinda acho que você não deveria vir.

ㅡEu vou Maxon. Já está pronto?

ㅡSim, só preciso calçar os sapatos.

Quando America abre a porta, está totalmente diferente; com a calça folgada do soldado acompanhada de uma blusa mais folgada ainda. Incrivelmente, até com aquela roupa ela continua muito bonita. Mas é tão diferente. Eu olho bem para ela e solto uma gargalhada.

Ela me olha com uma expressão de interrogação.

ㅡDesculpe, estou acostumado à vê-la de vestido.

ㅡVocê também fica diferente quando está de terno.

Oh, então eu também estou diferente? Bem, creio que sim! Entretanto, sinto falta do meu terno já que estas calças são bastante pesadas.

ㅡEsta calça é muito pesada. Porque você é tão fã de jeans ?

ㅡApenas gosto. -Ela responde dando os ombros.

Continuei a observar America, ela está incrivelmente engraçada e a analiso de cima a baixo. Ela se mexe desconfortavelmente  por algum motivo e percebo ser sua calça deslizando um pouco para baixo, mostrando um pouco de sua barriga que é rapidamente coberta com a blusa repuxada ainda mais para baixo.

-Precisamos de algo para segurar sua calça, ou a noite será bem escandalosa. Bom, mais do que já é.

Pego uma faixa vermelha escura, me aproximo e a passo pelas alças do cós da calça, trazendo America perigosamente para perto, e amarro o nó forte que a fez prender a respiração por alguns segundos, apoiando as mãos em meu peito, olhando em seguida em meus olhos e é quase uma prova de fogo não olhar seus lábios macios e rosados que são umidificados pela mesma em tal momento.
Logo, sua respiração ficou um tanto irregular e a mesma abaixa a cabeça um instante. Então me bate mais uma vez a consciência.
Eu não quero que America fique em perigo. Se algo acontecesse à ela. Eu nunca iria me perdoar.
Assim que termino o nó deslizo minha mão por seu queixo e o seguro fazendo-a olhar para mim.

ㅡOuça. -Falo com uma voz rouca. ㅡO que vamos fazer é muito perigoso. Se acontecer alguma coisa, quero que corra. Nem tente voltar ao palácio, encontre uma família que te hospede durante a noite.

ㅡFicar na casa de alguém agora pode ser quase tão perigoso quando confrontar os rebeldes. As pessoas podem estar com raiva por não termos abandonado a competição.

Penso em suas palavras e lembro do que ela me mostrou! Agora ela é a favorita do povo. Alguns dias atrás ela me mostrou uma revista que falava isso, não seria tão perigoso.

ㅡSe o artigo que Celeste mostrou estiver correto. Talvez as pessoas estejam orgulhosas de você.

Então escutamos uma batida na porta e entram dois soldados, o Langer é um e o outro que não consegui ver o nome.
Quebrando nossa conexão, me afasto de America sob o olhar aflito do Leger. Percebo certo desconforto por parte dele por ver um momento quase íntimo meu. Não o culpo, talvez eu também ficasse.

ㅡAlteza. -Falaram os soldados em uníssono, fazendo uma breve reverência.

ㅡA senhorita America nos informou que o senhor precisa ir além das muralhas do Palácio.

ㅡSim, e ouvi dizer que você é um homem que pode me ajudar soldado Leger.

Ele confirma com a cabeça.

ㅡNão será muito difícil, na verdade manter a discrição talvez seja mais fácil do que conseguir sair.

ㅡComo assim ?

ㅡBom, presumo que existe algum motivo para o senhor fazer isto à noite, sem o conhecimento do rei se fôssemos interrogados diretamente... Acho que não poderíamos mentir para ele.

ㅡEu não pediria isso a vocês. Espero poder revelar isso a meu pai em breve, esta noite porém a descrição é fundamental.

ㅡNão será problema. -Ele olha para America. ㅡSó acho que a senhorita não deveria ir.

Olhei firmemente para América como se dissesse não falei!

Ela endireitar a postura o máximo que consegue e anuncia.

ㅡEu não vou ficar aqui sentada esperando. Já fui perseguida por Rebeldes uma vez e fiquei bem. -Ela rebate.

ㅡMas não eram sulistas. -Falo firmemente.

ㅡEu vou. E estamos perdendo tempo.

ㅡVamos ser claros: Ninguém concorda com você.

ㅡVamos ser claros: Eu não ligo.

Eu bufo é ajeito a touca na cabeça.

ㅡEntão, o que devemos fazer?

ㅡO plano é bem simples. -Começa o soldado Leger. ㅡDuas vezes por semana o palácio despacha um caminhão para comprar mantimentos. As vezes a cozinha fica sem mantimentos no meio da semana então o caminhão sai de novo para buscar o que estiver em falta. Geralmente, quem vai são empregadas de cozinha e alguns guardas.

ㅡE ninguém vai suspeitar ?

ㅡEssa saídas são quase sempre à noite, se o cozinheiro diz que precisamos de mais ovos para o café da manhã nós vamos. Bom, melhor ir antes do Amanhecer.

ㅡCerto!

ㅡEsconda o cabelo de baixo dessa touca. -O soldado fala entregando uma touca para America.

Ela torce o cabelo e faz um coque no alto da cabeça na esperança que ficasse completamente cobertos. Depois de esconder os últimos fios perguntou.

-Que tal?

Olha o bem para ela e não consigo fazer outra coisa novamente se não rir.

ㅡEstá ótimo. -Falo com um sorriso de menino no rosto.

Ela me dá um soquinho de brincadeira no braço, enquanto aperto sua cintura de leve.
Antes de nos virarmos para as instruções do soldado, ele está totalmente sério, com clara expressão de tédio. Lógico, penso. Enquanto ele está preocupado, estou sorrindo e mantendo minhas mãos o tempo inteiro na America. Não é momento para carinhos, aquilo era sério, o Leger estava certo afinal.

ㅡSigam-nos

O soldado chama. Esta é nossa deixa; respiro fundo e aperto forte a mão de America.

O PríncipeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora