Capítulo 33: Artista em Ascensão

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Notas Iniciais:

Primeiramente peço perdão pela demora em postar, tive que mudar um pouco o contexto desse capítulo.

Segundo, agradeço pelos comentários e votos de cada um de vocês.

Agora vamos ao que interessa, comentários meus no final.

Boa Leitura

♥♥♥♥

Runel dormia em paz do seu lado da pequena fogueira de costas para mim. Os cavalos permaneciam acordados, porém estavam quietos presos na árvore. Juntei tudo o que eu precisaria para seguir em frente, deixando as coisas que pertenciam a ele para trás. Soltei meu cavalo com cuidado, temia que Run acordasse e visse o que estava acontecendo ali. Senti as pernas tremerem pela repentina decisão tomada por mim. Eu deixaria Runel para trás, já que ele não fazia mais questão de continuar com nossos sonhos e planos anteirores, e insistia que eu deveria voltar para Legolas, ignorando o fato de que eu o abandonara e isso era inaceitável de acordo com as regras da seleção. Não que aquela maldita disputa fosse real, mas enfim.

Eu não me permiti pensar muito sobre isso. Por um lado, todas as minhas forças interiores gritavam comigo, imploravam e choramingavam pela minha volta. Essa parte insistia que tudo se encaixaria e voltaria a ter paz se eu estivesse nos braços de Legolas outra vez. Mas outra parte, essa compõe a teimosia, o orgulho próprio e a aversão de certas coisas me faziam continuar com meus planos. E, no meio disso tudo, o tempo passava e eu me deixava levar para o que era mais fácil, pois sabia que se eu voltasse, talvez até já fosse tarde demais. Acho que Legolas não me perdoará nunca por magoá-lo dessa forma.

Enquanto avançava pela estrada na mais completa escuridão, esforçava meus olhos para ver se Runel não havia despertado. Segui calmamente e sem fazer muito barulho, com o máximo de cuidado para que o cavalo não nos denunciasse. Precisava seguir, era tudo o que me restava naquele momento.

Meu plano? Encontrar um lugar para ficar, primeiramente. Uma casa ou até mesmo um quarto apenas, e depois ver no que poderia trabalhar. E esquecer o príncipe e as tramoias de minha mãe e do rei, o que era meu objetivo principal.

Caminhei na escuridão até o sol nascer. Dei um pouco de água e comida para meu cavalo, e pus-me a rumar para um lugar qualquer, me distanciando da estrada principal para que Runel não me encontrasse facilmente, caso tentasse me procurar quando acordar.

Peguei um longo pasto onde alguns bois ruminavam calmos, e avistei alguns cavalos e insetos enormes também. Concluí que por perto, talvez, encontrasse alguma propriedade. Foram necessárias várias horas para encontrar a tal casa, esta tão estranha e misteriosa que não me atrevi a chegar perto. Algo nela me intrigava, aquela não parecia uma fazenda normal.

Porém, a poucas horas dali encontrei uma pequena lagoa que sustentava algumas árvores frutíferas ao seu redor, e me dispus a passar a noite ali. Colhi algumas de suas frutas e as guardei para o dia posterior, e dei algumas para o cavalo, que bebia água sem parar por causa do cansaço do dia.

Percebi que não tinha habilidades com fogueira ou com fazer fogo. A noite começava e eu sentiria frio. Apesar disso tentei esfregar os gravetos, mas em vão. Era uma coisa que eu não realmente não sabia como conseguir e desisti de imediato ao constatar meu fracasso.

A luz da lua era suficiente para eu enxergar a minha volta, porém sentia um frio incomum, que nunca senti em toda a minha vida.

Pensei no palácio e todo o seu escandaloso conforto. Nas luzes douradas e aconchegantes do jardim particular em frente à minha sacada. Nas árvores que mantinham o local confortável e com aroma agradável e ao mesmo tempo com um ar selvagem. Nas horas em que passei observando Legolas passear com as outras garotas e cortejá-las, numa tentativa frustrada de encontrar uma noiva adequada para ele. Eu nunca quis me envolver mais do que isso e sinto-me desapontada pelo rumo dado nessa história.

Príncipe LégolasOnde histórias criam vida. Descubra agora