Por Trás Da Máscara

Félix

- Como ele pode fazer isso? - exclamei - Quero dizer, quem esquecer de me avisar algo assim?

Virei de costas para a pilha de roupas acumuladas em cima da cama. Minha melhor amiga permanecia do outro lado do quarto, inspecionando outro vestido. A expressão neutra em seu rosto poderia até ter me enganado se não fosse pela pequena contração em seus lábios.

- Ele é um homem. Para eles escolher um roupa se trata apenas de botar uma calça e uma blusa, e voilá!

Senti meu estômago se revirar

- Acho que vou vomitar...

Alya deu um sorrisinho irônico.

- É só um jantar. Qual é a pior coisa que pode acontecer?

Cruzei os braços.

- Em primeiro lugar: Pergunta perigosa. Pelo que eu sei, até o final desta noite você pode ter que fazer uma reportagem sobre o desastre de hoje. Quem sabe? Talvez hoje seja morra de vergonha. - Fiz uma cara de irritação quando Alya riu. - E em segundo lugar: Não é só um jantar. É a família dele. E se eles não gostarem de mim?

Ela fez uma careta.

- Impossível! Você é linda, inteligente e incrivelmente talentosa. Sem falar, adorável. Todo mundo gosta de você. Alya jogou um vestido nas minhas mãos.

- Tente esse.

Assenti,seguindo para um canto mais escondido do quarto.

- Nem todo mundo! A Chloe não gosta de mim.

Alya ficou em silêncio por um momento.

- Como eu disse, todos os seres humanos gostam de você.

Gargalhei.

Minha amiga tinha escolhido um dos vestidos feitos por mim. A ideia original era de fazer um vestido preto rodado simples. Mas imagens de flores coloridas surgiam na minha cabeça conforme eu fazia o design. Por fim, o resultado foi um vestido composto por um tecido preto quase transparente bordado com flores brancas e galhos que desciam até a cintura, sendo substituído por um tecido mais opaco do quadril para baixo. Não era muito curto, nem muito longo, com uma saia rodada que terminava a um dedo do joelho.

Franzi a testa para minha própria forma, cobiçando o belo vestido.

Alya soltou um gritinho quando me viu. Fiz uma careta quando ela me virou de um lado para o outro para avaliar melhor a roupa. Ela me ignorou meus protestos, murmurando consigo mesmo. Finalmente, minha amiga pareceu ter se dado por satisfeita, me oferecendo um sorriso caloroso.

- Perfeito! Absolutamente perfeito! Adrien nem vai perceber o que o atingiu.

Queria ter essa confiança. Sentei em cima do único lugar não ocupado por roupas, quando minhas pernas ameaçaram fraquejar. Eu sou Ladybug, eu consigo enfrentar akumas todos os dias, sem dar importância aos hematomas e perigos pessoais que vem com a função, mas aparentemente um simples jantar com a família do meu namorado é o suficiente para me fazer cair de joelhos. Quase consigo ouvir a risada rouca do HawkMoth em minha mente, debochando de mim.

Faz semanas desde a última vez que tive notícias do mestre Fu, também não houve sinais do Miraculous do Pavão e da Raposa. Somado com o desaparecimento de HawkMoth nessas últmas semanas também tem me deixado extremamente inquieta. Antes costumávamos lidar com akumas todos os dias, agora Chat e eu ficamos semanas nesse silêncio tenso. Sem saber quando será o próximo ataque, quem será a próxima vítima...