C A P Í T U L O 34

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          Tive vontade de me encolher.

          ― Para de ser fraca! Vira essa porra logo ― berrou Sophi batendo a mão no balcão já visivelmente alterada pelas três doses seguidas que tinha ingerido.

          Céus, aquilo não tinha como terminar bem.

          ― Vai, Li! É só o aquecimento antes de irmos para a boate ― declarou Mel batendo palmas.

          ― Vocês querem que eu entre de quatro na boate, só pode.

          ― Não seria má ideia, os homens iriam à loucura com essa bunda. ― Mad riu me dando um tapa na bunda.

          ― Ai! ― protestei massageando a região.

          Elas reviraram os olhos, e Sophi elevou o copinho com a dose de tequila. Fitei o líquido dourado que brilhava à minha frente, e fazendo uma cara de choro, virei a terceira dose que desceu queimando tudo. Quando senti a bebida chegar ao meu estômago, fui tomada por uma breve ânsia como se tudo quisesse voltar. Me agarrei firme ao balcão, fazendo uma careta carregada de um esforço gigantesco para me controlar, enquanto tentava ignorar as risadas delas.

          Elas iriam me pagar. Um dia eu ainda teria a oportunidade de me vingar de todas.

          ― Boa garota! ― falou Sophi me dando tapinhas no ombro.

          ― Eu nunca mais saio com vocês, nem amarrada, nem de qualquer outra forma ― choraminguei.

          Naquele exato momento o barman colocara três drinques diferentes à nossa frente. As taças estavam cheias com um líquido translúcido levemente rosado, com algumas sementes de romã, e algumas folhinhas verdes. Era tão agradável aos olhos que até tive vontade experimentar. Não poderia ser tão ruim quanto a tequila.

          ― Para de drama, Li. ― Sophi me entregou uma das taças, antes de pegar a sua e depois segurar a minha mão. ― Vamos!

          Mel pegou o seu drinque, e a Mad, a sua taça e garrafa de RedOpus, e assim fui guiada para uma das mesas. Como a boate só abriria às vinte e duas horas, elas tiveram a brilhante ideia de parar em um bar antes. Se me restaria um fio se sobriedade para conseguir ir até a tal boate, eu não tinha certeza, mas quem sabe se não sobrasse, elas não insistiriam nessa ideia maluca. De qualquer forma, era melhor ter cuidado com elas.

          ― Por que a Katerina não veio? Eleonora não a deixa sair? ― indaguei com a voz calma, já embolando um pouquinho as palavras.

          Madeleine riu balançando a cabeça negativamente. Eu acabara de falar uma asneira, no entanto, que culpa eu tinha se ainda era difícil aceitar que aquela menina de aparente dezesseis anos, não só morava sozinha na Oceania, mas como também era a responsável pelo controle total dos vampiros neste continente. Quando ela havia me revelado isso, quase não acreditei.

          ― Não, Eleonora não se importa com isso. O problema é a Kate, ela é muito certinha e sair de casa não faz muito o seu tipo. Ela é adolescente só na aparência, mas a sua mente e espírito é de uma idosa.

          ― Ah... ― Com o canudo na boca, sorvi a minha bebida. Aquilo era bom, parecia uma água frutada, foi difícil parar de beber.

          ― Ei, vai com calma que isso aí tem álcool, e muito ― repreendeu Sophi retirando a taça da minha mão.

          ― Poxa, não parece. ― A verdade é que eu já não estava sentindo muitas coisas, e isso não parecia ser um bom sinal. ― Preciso de água. ― Me levantei de uma vez, e vi tudo ficar mais lento e um pouco embaralhado. Meu corpo oscilou sutilmente, me fazendo voltar para a cadeira de uma vez. ― Sophi, acho que tem alguma coisa errada.

Contrato de DestinoWhere stories live. Discover now